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Introdução e Conceito do Agrobusiness

Por:   •  8/12/2019  •  Artigo  •  1.459 Palavras (6 Páginas)  •  245 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A confluência entre a agricultura e uma estrutura moderna de produção no Brasil possuem um longo processo de aproximação. Pelo menos desde meados do século XX a sociedade rural brasileira busca trazer para o campo características econômicas modernas, no intuito de aumentar produção e, ao mesmo tempo, que esse aumento não tenha a expansão territorial na mesma proporção, com seus impactos ambientais inevitáveis.

Os primeiros exemplos dessa busca foram a implantação dos engenhos a vapor no Nordeste, para a produção canavieira, ou mesmo uso de máquinas de arroz no Sul do país, a partir dos anos 1950. Apesar disso, apenas nos anos 1970 é que se observa o posicionamento efetivo do governo federal no desenvolvimento da chamada “agricultura moderna”, com o surgimento dos empresários rurais. A partir desse momento, observa-se o envolvimento de investimentos no meio rural e o fomento das empresas rurais como elementos cruciais para o desenvolvimento econômico brasileiro, por meio das exportações de grãos.

Nas duas décadas seguintes têm-se uma preocupação cada vez maior na modernização de todo o processo agrícola, não mais direcionado apenas para a colheita: insumos e produtos necessários, transporte, logística de estoque, escoamento e até mesmo o marketing possuem igual atenção e a esse conjunto de implementos começa-se a chamar de agribusiness, ou agronegócio, em uma versão aportuguesada.

Ao analisarmos o agronegócio, seu surgimento e sua fidelização em um cenário em que o Brasil desponta como grande produtor agrícola, é necessário visualizá-lo como algo que extrapola o mero aumento da produtividade, se atentando para como nossa sociedade passou a ser formado a partir dessa nova perspectiva. Essa época foi marcada por diversos fatos no Brasil e no Mundo que marcaram para sempre nossa sociedade e que, naquele tempo, trouxeram sérias consequências no campo econômico.

O período da redemocratização brasileira foi marcado por hiperinflação e diversos pacotes econômicos que objetivavam minimizar o caos trazido aos consumidores. Os setores da indústria e comércio sofreram enormes perdas e houve desemprego em massa. Apesar disso, o agronegócio passou quase que alheio a toda essa tempestade, com crescimento contínuo na produção agrícola e manutenção dos empregos.

Com a estabilização posterior da economia, através do Plano Real, e sucessivo período de crescimento na balança comercial, o agronegócio ganhou ainda mais fôlego, batendo recordes e mais recordes todos os anos na produção de grãos e pecuária, ao mesmo tempo que desenvolveu tecnologia capaz de manter esse crescimento na produção sem necessariamente utilizar áreas territoriais ou recursos naturais na mesma proporção do crescimento.

Referência mundial, o agronegócio brasileiro é responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e quase metade dos empregos formais. Está presente hoje em todos os setores de economia: o primário, com a produção propriamente dita; o secundário, por meio das agroindústrias de insumos agrícolas; e o terciário, através do transporte e comercialização de seus bens produtivos, commodities ou manufaturados.

Não obstante, a sociedade exige que essa virtude do agronegócio no país venha atrelado com um desenvolvimento sustentável, capaz de associar as benesses da produção agropecuária com a manutenção da preservação do meio ambiente.

O presente trabalho tem por objetivo demonstrar o surgimento e evolução do agronegócio até o momento atual, sua repercussão no cenário internacional e desenvolvimento promovido no bem-estar da sociedade. Não obstante, aponta quais consequências são demonstradas a partir de uma não-observância da sustentabilidade exigida por essa sociedade, o papel da mídia e quais as políticas públicas necessárias para que o agronegócio venha a ser um processo contínuo e equilibrado de desenvolvimento social.

1. ORIGEM E EVOLUÇÃO

1.1. Breve história em relação ao agrobusiness americano

Difundido há décadas no Brasil sobre o termo ‘agronegócio’, tal conceito tem sua origem em meados da década de 1950 nos Estados Unidos, a partir de um economista chamado John Davis. Através de um trabalho acadêmico na Universidade de Harvard, Davis demonstra que o período das colônias inglesas os interesses agrícolas tinham por interesse o comércio, apontando, em uma ordem cronológica, que os americanos sempre trataram a produção agrícola de forma mais unificada e expansionista, passando pela sua guerra civil no século  XIX, e mesmo a crise de 30, que representou a maior crise vivida pelos agricultores americanos.

Em seu artigo, publicado em 1957, Davis, juntamente com outro pesquisador, Ray Goldberg, traz o termo agribusiness com o seguinte conceito: “Agribusiness is a concept of economics which includes the sum total of all operations involved in the manufacturing and distribution  of farm supplies; production operation on the farm; and the storage,  processing and distribution of farm commodities and items made  from them.”

Significa que o setor agropecuário americano não era apenas um setor isolado da economia, limitado ao setor primário. O mesmo já se encontrava fortemente ligado aos outros setores (manufaturamento e distribuição). Um conjunto interligado de produção. É a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de produção nas unidades agrícolas; e o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos com eles.

1.2. O agronegócio brasileiro

Mesmo após mais de meio século da publicação do artigo ´A concept of agribusiness´, dos pesquisadores acima citados, no Brasil ainda se vê a agropecuária como um setor limitado, com limitações na sua produção e baixa tecnologia.

Mesmo com anúncios constantes sobre grandes safras de commodities, muitos pensam que isso representa um decréscimo no desenvolvimento tecnológico, ou mesmo que essa produção estaria limitada a grandes produtores e agroindústrias. Na verdade, o termo agronegócio, na sua origem, nunca representou “grandes produções”, mas sim a produção estar inserida em cadeias de serviços complexos, envolvendo todos os processos necessários para a produção, desde a escolha dos insumos agrícolas ideais para determinado produto, como a logística no escoamento da safra, beneficiamento, distribuição e marketing.

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