Linguagem de Ihering

Introdução

Este trabalho foi feito para o estudo da linguagem jurídica de Rudolf Von Ihering, enfatizando o capitulo 4 que são das páginas quarenta e nove a setenta e cinco. Para tanto no primeiro capítulo será abordado a linguagem jurídica de Ihering ao passo que, será trabalhado a enunciação entendida como fabricação de enunciados,  discursos determinando marcas quando explicita e pressupondo-a quando implícita. No decorrer do segundo capítulo será argumentado sobre o problema retórico de Ihering, que consiste no confronto entre o comunicador e o público que ele enseja atingir, posto que, esses possuem uma concepção divergente do autor e seu desafio é convencê-los a pensar de outra maneira, defendida nos seus argumentos que a partir da apresentação de credenciais esse problema será resolvido.

No quarto capítulo é estudado os materiais da construção retórica de Ihenring, que são, divididas em recursos lingüísticos, figuras de retórica, argumentação, credibilidade do consumidor os quais também compreende a sua linguagem jurídica de modo que, é dividida em vocábulos jurídicos, como a defesa, direito subjetivo, restituição, vigor, dentre outros, em vocábulos eruditos, sobrepujar, descomedida, demasiadamente e no poder da comunicação da linguagem de Ihering é perceptível o uso de uma linguagem erudita em determinados momentos, no entanto, ele consegue atingir um público leigo, porque, sua argumentação é de exímia fundamentação, conforme é transmitida com clareza suas concepções.

Para dar finalização a essa primeira parte do trabalho, este, foi de mera importância, e indispensável para o aprimoramento dos estudos de cada integrante, portanto, o livro A luta pelo Direito contribuiu para as futuras interpretações da carreira do acadêmico do direito.

A Linguagem Jurídica de Ihering

A Enunciação em Ihering

-A enunciação corresponde ao ato de produção do conteúdo discursivo, deixando nele marcas que a identificam, quando é explicita, ou pressupondo-a quando implícita.

                              O Problema Retórico de Ihering

      Ihering escreveu o livro a Luta pelo Direito para convencer o leitor que  ‘’o fim do direito é a paz, o meio que se serve para consegui-la é a luta’’. O homem que luta pelo Direito Privado, tenta valer o Direito inteiro, não apenas o seu Direito em particular. O Direito é uma luta constante, defendendo o direito público nós estamos resguardando o privado, e defendendo o direito privado nós estamos garantindo o público. Nada vale se existir tantas doutrinas, códigos e outros instrumentos jurídicos, se os interessados não conhecerem ou reclamarem seus direitos.

     Problema retórico é quando na ação retórica um comunicador confronta um público que percebe, entende ou acredita de um jeito, e esse comunicador quer que esse mesmo público perceba, entenda ou acredite de outro jeito. Construção retórica:

Para resolver um problema retórico o locutor e ele devem usar as matérias da

- Uso de recursos linguísticos;

-Usos de figuras de linguagem;

-Argumentação com apresentação de fatos;

-O comunicador deve passar para os ouvintes credibilidade;

-Deve haver o casamento de interesses, isto é, o interesse das pessoas envolvidas deve casa com o do comunicador;

1. Quem é Ihering?

Ihering nasceu numa família de jurista, cuja presença na Frísia Ocidental se documenta desde 1561. Iniciou o estudo do direito na famosa cidade universitária de Heidelberg, completando-o em Gottingen, e depois em Berlim, em cuja universidade se graduou em 1843. Destacou-se entre os colegas. Já no curso jurídico, adquiriu tal renome que foi convidado, com 27 anos de idade, para lecionar na suíça, (1845), posteriormente foi lecionar em Vienã onde se notabilizou como professor de Direito Romano, tendo sido agraciado com um titulo de nobreza. Conheceu a escritora e feminista Auguste Von Littrow, falecida em 1889, a quem dedicou à primeira edição do célebre opúsculo ‘’ A Luta pelo Direito’’ (em alemão: ‘’Der kampf ums Recht’’), qual foi reeditada 12 vezes em dois anos e foi traduzida em 26 linguas, incluindo o português.

Apresentação de Credenciais:

- A verdade é sempre verdade, ainda que, contra ela, o indivíduo não a reconheça e não a defenda mais que no estreito ponto de vista do seu interesse pessoal. (pg.60)

- Somos unicamente nós culpados; se nos aproveitarmos tardiamente das lições da História, nada tem ela que ver com que não a tivéssemos em tempo compreendido, porque ela nô-las dá sempre de modo que possamos aproveitá-las. (pg.74)

 - Não há sentimento legal, por firme e são que seja, que possa resistir à prolongada influência de um mau direito, porque se embota e se extingue devido à essência do direito, que, como já dissemos por múltiplas vezes, consiste na ação. (pg.75)

Apresentação dos apelos

- Que alta importância assume a luta do indivíduo pelo seu direito, quando ele diz: o direito inteiro, que foi lesado e negado em meu direito pessoal, é que eu vou defender e restabelecer! (pg.55)

- Pessoa alguma ousará arrancar de a um povo, do qual cada membro tenha por costume defender valentemente o seu direito, até nos menores detalhes, o bem que lhe é mais precioso. (pg.70)

- Cada qual não ignora que a causa do direito é a sua própria causa e só o criminoso simpatizará com o criminoso; o homem honrado, ao contrário, de boa vontade ajudará a polícia e as autoridades em suas pesquisas. (pg.71)

Materiais da Construção Retórica

São divididos em diversas partes, como:

     Recursos linguísticos:

    - O Vocabulário Jurídico: Ihering usa diversos termos em sua obra.

Como exemplo:

 Revogação - Ato ou efeito de revogar. A reabilitação é revogada e não pode mais ser concedida, se o reabilitado sofre nova condenação, por sentença irrecorrível, a pena privativa de liberdade.

Suscitado - Provocar ação da autoridade competente.    

    - O Vocabulário Comum: Ihering usa figuras de retórica.

Como exemplo: Metonímia, Hipérbole, Metáfora,... .