Modelo Impugnação a Contextação
Por: rodriggoferrari • 13/9/2017 • Ensaio • 2.371 Palavras (10 Páginas) • 320 Visualizações
MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DOJuizado Especial da Fazenda Pública,da Comarca de Rio do Sul – SC
Processo nº:0302297-71.2015.8.24.0054
IMPUGNANTE:FRANCIANE ALVES CHRISTEN, representada por sua genitora SUZANA APARECIDA ALVES
IMPUGNADO:ESTADO DE SANTA CATARINA
RÉU: ESTADO DE SANTA CATARINA
FRANCIANE ALVES CHRISTEN, já devidamente qualificado nos autos em epigrafe, vem, respeitosamente, através de seu Advogado abaixo assinado com escritório situado a ruaxxx, cidade de riodo sul e endereço eletrônico ...@, onde recebe intimações e avisos, vem mui respeitosamente apresentar a Vossa Excelência IMPUGNAÇÃODAS CONTESTAÇÕES, o que faz pelas razoes de direito que passo a expor a seguir.
- DA TEMPESTIVIDADE DA PRESENTE IMPUGNAÇÃO
Conforme certidão de fl. Dos autos, a publicação do despacho de Vossa Excelência foi em06/10/2015, para apresentar Impugnação as Contestações no prazo de 10 dias e especificar provas que pretendesse produzir.
Sendo assim, o prazo para manifestar nos autos iniciou em06/10/2015logo, a presente Impugnação é tempestiva.
- RESUMO DAS ALEGAÇÕES
Doutor Juiz, sob infundados argumentos, sem exibição de provas e documentos inovadores, o Estado réu busca, em toda sua contestação encontrar meios para tentar convencer Vossa Excelência de que o caso não merece urgência.
Requer o Réu, às fls. 50, a possibilidade deprodução de provas, especialmente a realização de perícia médica e a juntada da declaração de renda e bens dos componentes de seu núcleo familiar apresentada à Receita Federal a fim de se verificar se preenche requisito indispensável ao pleito inicial.
Resumidamente, a ré apresentou as seguintes teses defensivas:
- Dificuldades no credenciamento de prestador de serviço para a realização da ressonância magnética com sedação pela ses;
- Exame padronizado – fila para atendimento - existência de outros pacientes também em espera;
- Necessidade do paciente em relação aos demais usuários do sistema que compõem a lista de espera;
- Da indispensabilidade de realização de perícia médica
- Hipossuficiência. Não comprovação de carência de recursos por parte do requerente e de sua família.
- Calcou suas teses no “princípio da reserva do possível” bem como no “princípio da igualdade”, como meio de se exonerar dolosamente do cumprimento de suas obrigações.
- DAS RAZÕES PARA PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS FORMULADOS PELO RECLAMANTE NA INICIAL
Outrossim, em que pese o respeito aos argumentos expendidos pelo Impugnado, insta esclarecer que os mesmos jamais poderiam encontrar guarida perante o poder judiciário, pois, tais argumentos se apresentam na realidade desprovidos de fundamentos jurídicos aptos a embasá-lo, senão vejamos:
Introdutoriamente, cumpre arguir sobre a malograda tentativa do Impugnado em se desvencilharem das suas responsabilidades, dos seus deveres em garantir o direito a saúde ao Impugnante, afastando sua responsabilidade, com argumentos que foge totalmente da verdade e que afronta absurdamente os direitos sociais constitucionalmente garantidos.
Pois bem, o objeto tutelado é um dos maiores bens jurídicos da vida (artigos 6º e 196 da CF), isto é, a saúde, não sendo aceitável, diante do caso concreto, a recusa do Estado, em assegurar ao cidadão os meios necessários para uma vida mais digna. No presente caso, resta comprovado pelos documentos, a necessidade do tratamento do Impugnante e o dever dos Impugnados de fornecerem e realizarem o tratamento.
Ademais é fato incontroverso nos autos a responsabilidade em prestar todo e qualquer atendimento necessário para o tratamento do paciente.
O direito à saúde, em razão de sua natureza - direito fundamental - se sobrepõe a qualquer tipo de regulamentação ou burocracia a inviabilizar o seu pleno exercício, não podendo, o ente público, se eximir do cumprimento de seu dever como tenta fazer o Impugnado, utilizando do seu momento de manifestação para, numa tentativa absurda e inadmissível, levar esse juízo a erro.
Nesse sentido:
EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO À SAÚDE - DEVER CONSTITUCIONAL DE TODOS OS ENTES FEDERATIVOS, SOLIDARIAMENTE - ARTS. 196 E 198 DA CF/88Face à responsabilidade solidária dos entes componentes da Federação, que se dá verticalmente, e com direção única do SUS em cada esfera de governo, cabe tanto ao Município como ao Estado e à União garantir a todos o direito à saúde, podendo, o cidadão, escolher e exigir assistência à saúde de qualquer dos entes públicos, ou de todos conjuntamente.
O art. 196, da CF/88 assegura que "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". - O direito à saúde, em razão de sua natureza - direito fundamental - se sobrepõe a qualquer tipo de regulamentação ou burocracia a inviabilizar o seu pleno exercício, não podendo, o ente público, se eximir do cumprimento de seu dever.
3.1- Dificuldades no credenciamento de prestador de serviço
A instituição do Sistema Único de Saúde pela Constituição Federal de 1988 (CF88) representou um marco para as políticas públicas de saúde no país. A saúde foi definida como um direito de todos e um dever do Estado, que deve garanti-la por meio de políticas sociais e econômicas. O SUS representou uma ruptura em relação ao modelo anterior, que atendia apenas à população vinculada ao mercado de trabalho formal, excluindo boa parte da sociedade do acesso aos serviços públicos de saúde. A CF88 universalizou o direito à saúde, todos os brasileiros teriam direito de receber assistência estatal, dentro de uma rede regionalizada e hierarquizada.
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