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Movimento indigena etnopolitico: historia de resistencia e luta

Por:   •  29/5/2016  •  Artigo  •  1.281 Palavras (6 Páginas)  •  1.617 Visualizações

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MOVIMENTO INDÍGENA ETNOPOLÍTICO: história de resistência e luta

                                                                                                                                               ABNT NBR 6022/2003

           Letícia Luana (FACESF)

luana1leticia7@hotmail.com

Marcos Tuxá (FACESF)

marcostuxabanzae@hotmail.com

Resumo

Através deste artigo será apresentado todo o aspecto etnopolítico ocorrido na história dos povos indígenas, desde a dominação imposta pelos colonizadores até seus primeiros sinais de organização de um futuro movimento indígena, como também sobre suas principais conquistas, desafios e possíveis perspectivas de vida. Além disso serão abordadas as diferentes formas de organização de trabalho, suas dinâmicas, lutas políticas e dificuldades para garantir seus direitos na sociedade contemporânea do Brasil atual. O objetivo desse trabalho é que através de estudos e pesquisas, seja feita uma reflexão e aprofundamento acerca dessas formas de organização, para que se possa haver uma completa compreensão, dando assim uma abertura para conhecerem um pouco desse importante processo histórico vivido por esse povo, de grande relevância para a história da cultura brasileira.

Palavras chave: Movimento indígena; Etnopolítico; História

Movimento indígena ou movimentos indígenas?

Aproveitando-se de desentendimentos internos entre os diferentes grupos nativos, os portugueses, de forma hábil, utilizaram-se disso ao seu favor, provocando brigas e intrigas entre eles, com o intuito de utiliza-los para compor seus exércitos e atacarem os grupos rivais. A partir disso os indígenas deixaram as rivalidades para trás e se uniram para lutar pelos seus direitos, em de 1970 eles começaram a criar organizações que os representassem frente às articulações com outros povos diante da sociedade nacional e internacional, essa junção entre tais organizações constituem o que denominado hoje movimento indígena organizado.

Sempre houve uma resistência dos nativos a esse processo de dominação europeia, através de várias estratégias, desde a fundação de federações e confederações entre os diferentes povos para enfrentarem os invasores, até suicídios coletivos. Tendo como principal estratégia a consolidação e fortalecimento do movimento indígena organizado, que tem como objetivo aprofundar um pouco do conhecimento sobre o processo histórico vivido por esses povos, buscando atender as múltiplas dimensões assumidas por essas organizações no Brasil.

O que é movimento indígena?

“Movimento indígena, segundo uma definição mais comum entre as lideranças indígenas, é o conjunto de estratégias e ações que as comunidades e as organizações indígenas desenvolvem em defesa de interesses coletivos. ” (BANIWA, 2006, p.58). É comum pensarem que movimento indígena e organização indígena são a mesma coisa, mas não é, a organização indígena é uma parte importante do movimento, porém não é obrigatório pertencer a uma organização para participar de um movimento indígena, só é preciso que participe politicamente das ações, anseios e projetos de comum interesse entre as pessoas das comunidades e organizações que integram e sustentam a existência dos movimentos indígenas.

No Brasil não existe um movimento indígena, são muitos movimentos, desde que cada aldeia, cada povo, cada território indígena se estabeleça e se desenvolva, estão instituindo um movimento. Mas algumas lideranças gostam de afirmar que existe apenas um movimento, sendo aquele que busca organizar as diversas ações e estratégias mirando um uma luta articulada nacional ou regional acerca de direitos e interesses comuns diante de todos os outros. Foi através desse movimento que foi aprovada pelo Congresso Nacional Constituinte em 1988, os avançados direitos indígenas da Constituição Federal atualmente, conseguindo que os direitos à terra fossem garantidos e respeitados, dando um grande avanço no processo de demarcação das terras indígenas, como também em sua política educacional.

Mesmo com todos esses avanços, ainda hoje alguns brancos, não aceitam a ideia de que possa existir um movimento articulado e representativo, alegando que há uma grande diversidade de povo indígenas, usando com desculpa para não formular políticas públicas coerentes, tendo como argumento a questão dos índios não se entenderem, dificultando a execução de ações. Visando essa distorcida diversidade indígena que a Fundação Nacional dos Índios (FUNAI), não aprova as organizações indígenas como representantes políticos das comunidades nativas, pois acredita que os povos indígenas não aceitariam ser representados por essas organizações.

O que é organização indígena?

“Organização indígena é a forma pela qual uma comunidade ou povo indígena organiza seus trabalhos, sua luta e sua vida coletiva. Sendo assim, toda comunidade indígena possui sua organização ou organizações. ” (BANIWA, 2006, p.61). Toda comunidade indígena necessita da existência de uma organização, pois para se manter uma comunidade só é com um mínimo de ordenação interna, para que estipulem metas, objetivos e ações a serem desenvolvidas de forma coletiva, o pajé, o cacique, o líder, são exemplos de membros que fazem parte da organização interna, tendo cada um sua função e responsabilidades sendo aceitas por todos. Por serem conduzidos por princípios e direitos coletivos, compostos por organizações sociais complexas que atuam como referência para vida individual e grupal, pode-se distinguir as organizações atual dos povos indígenas brasileiros em dois: a tradicional e a não-tradicional ou formal.

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