Mudanças na Estrutura Familiar e Em Nossos Valores Culturais
Por: saberlevar • 16/3/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 779 Palavras (4 Páginas) • 495 Visualizações
As profundas mudanças ocorridas nas relações de gênero e na estrutura familiar nas ultimas décadas na sociedade brasileira refletem importantes mudanças em nossos valores culturais.
A família, instituto basilar na Constituição Federal, precisamente em seu art. 226 tem proteção especial do Estado, visto a importância do núcleo familiar. Houve um alargamento no conceito de família, as relações monoparentais passaram a ser reconhecidas, assim como a união estável. Foram instaladas no interior da família diversas maneiras de vivenciar a questão de gênero.
Nos séculos XIX e anteriores é claro e límpido que o modelo atual de família sofreu grandes mudanças culturais e valorativas. O gênero homem e mulher sempre tiveram papéis bastante delineadores ante suas funções perante a família. O homem era o arrimo de família, ou seja, provedor do sustento da casa. Cabia a ele garantir as receitas de sua estirpe. A mulher por sua vez ficava em casa cuidando dos afazeres do lar bem como a criação dos filhos
A união entre homem e mulher acontecia bem cedo na vida de ambos, as mulheres se casavam antes dos quinze anos de idade. Logo, nem mesmo o desenvolvimento mental e físico estava completo. Não tardava muito e o lar já estava cheio de filhos.
Historicamente, o homem vem passando por transformações em decorrências dos avanços sociais. Já no sec.xx alguns acontecimentos mundiais começaram a mudar esse panorama. O instituto do casamento modifica suas funções e finalidades, e a família sofre importantes transformações sociais, políticas, culturais, econômicas e biológicas que influenciam os conceitos das mesmas. Sociedades e culturas encontram na instituição social do casamento uma forma de estruturação de família.
Novas oportunidades ampliaram as alternativas de escolhas para homens e mulheres, fatores de natureza estrutural-material e cultural: a escolaridade e o trabalho feminino. A revolução industrial e a revolução feminina mudou drasticamente a posição das mulheres, essas começaram a sair de casa para trabalhar e ajudar no sustento da família, não se preocupava mais em somente cuidar do lar, dos filhos, do marido. O homem deixa de ser o principal provedor. A mulher passa a assumir papéis que, anteriormente, eram de exclusividade do homem. A divisão do trabalho familiar sofre flexibilidade, implicando em um maior envolvimento das mulheres.
A transformação das famílias também pode ser analisada pelo modo de gestão da natalidade. A taxa de fecundidade sofreu drásticas reduções. As famílias atualmente optam por ter menos filhos. Atualmente as mulheres que trabalham e as que atingem um alto grau de escolaridade tende a ter uma redução no número de filhos. Essa questão pode ser afirmada sobre dois víeis: Os métodos contraceptivos ao qual trouxe uma maior autonomia para a mulher; e o financeiro, pois quando se tem menos filhos à consequência é uma maior qualidade de vida para estes. A decisão de ter filhos é uma escolha racional, e a opção por um número reduzido de descendentes implica na qualidade de vida.
Podemos observar que existe uma radical mudança na composição familiar, ocasionando um impacto profundo na distinção da identidade de cada componente da família. Hoje encontramos uma “nova família”, caracterizada por diferentes formas de organização, marcada pela busca do novo. Cada vez mais encontramos famílias marcadas com papéis confusos e difusos, papéis esses que eram rigidamente definidos. Surge a família contemporânea construída pelas somatórias de experiências e trajetórias particulares. As famílias se valem não apenas pelos laços consanguíneos, mas também pelas relações de afeto.
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