O ALCOOLISMO E SEUS EFEITOS NA SAÚDE E NO CONVÍVIO SOCIAL
Por: anapcsg • 4/5/2017 • Trabalho acadêmico • 4.298 Palavras (18 Páginas) • 409 Visualizações
O ALCOOLISMO E SEUS EFEITOS NA SAÚDE E NO CONVÍVIO SOCIAL
SUMÁRIO
RESUMO
O alcoolismo é considerado um grave problema de saúde pública e um drama individual e social. O presente trabalho busca abordar as suas principais causas, os fatores de dependência, os seus efeitos na saúde física e psíquica do alcoolista, decorrentes do consumo excessivo de álcool, e os transtornos no convívio, familiar, profissional e social de modo geral, assim como os tratamentos disponíveis.
Palavras chaves: alcoolismo, causas (fatores de dependência), efeitos na saúde e na vida social.
INTRODUÇÃO
O alcoolismo é uma doença e caracteriza-se pelo consumo excessivo, compulsivo, habitual ou condicionado do álcool, levando o indivíduo a apresentar um quadro de dependência psicofísica. Estudos apontam que o consumo progressivo de bebidas alcoólicas associado a problemas multifatoriais, sociais, psicológicos e sobretudo genéticos, contribuem decisivamente para o desenvolvimento do alcoolismo.
O álcool é uma droga psicotrópica, ou seja capaz de modificar as funções normais do organismo, e pode levar a mudanças fisiológicas e de comportamento, pois atua nos sentidos dos indivíduos. No entanto, por se tratar de um hábito milenar e fortemente ligado às tradições do mundo antigo ao contemporâneo, seu caráter lícito, de baixo custo e acesso facilitado, diferentemente de outras drogas ilícitas, seu consumo não somente é aceito como estimulado pela sociedade, talvez pelo fato de não ser vista como doença pela maior parte da população, e sim um desvio de comportamento, e seus efeitos manifestarem-se de forma silenciosa.
As causas do alcoolismo, em um consenso geral, está relacionado a diversos fatores ou combinação de fatores e pode variar e pessoa para pessoa, tais como: histórico familiar e predisposição genética, vida social regrada a bebida, depressão e conflitos familiares.
O uso do álcool representa um grave problema de saúde pública em todo o mundo e tem despertado a atenção dos estados, das comunidades médicas e de entidade ligadas aos Direito Humanos de diversos países (VARGAS et al, 2009). O assunto é de tamanha gravidade que levou a Organização Mundial de Saúde - OMS a publicar em 2010 as Estratégias Globais para Redução do Uso Nocivo do Álcool, por meio da implementação de políticas e intervenções orientadas aos países. De acordo o 1º levantamento realizado no Brasil em 2007, específico sobre o uso de álcool (LARANJEIRA et al, 2007), revelou que 65% dos homens adultos e 41% das mulheres adultas bebem no mínimo uma vez ao ano, o que representa 52% da população. Com relação aos homens, 11% bebem todos os dias e 28% entre três e quatro vezes por semana. Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), revelou que 51,2% dos jovens entre 10 e 12 anos já experimentaram alguma bebida alcoólica e, dentre estes, 15% bebem com frequência, o que pode levá-los a ter complicações de saúde na vida adulta e ao alcoolismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde o consumo de álcool per capita no Brasil é de 7,09 litros, dentro na média global (WHO/GISAH, 2012).
O uso abusivo e a dependência do álcool, além de causar enormes prejuízos à saúde e à vida social do alcoolista, gera ainda elevados custos econômicos à sociedade como um todo (MORAES et al., 2006). O consumo de álcool está associado também à criminalidade, acidentes de trabalho e trânsito, violência doméstica, absenteísmo e desemprego (MORAES et al., 2006).
Estima-se que uso de álcool no Brasil seja responsável por mais de 10% dos problemas totais de saúde, (VARGAS et al., 2009). O alcoolismo é responsável por gerar três vezes mais licenças médicas; aumentar em cinco vezes as chances de acidentes de trabalho; aumentar em oito vezes a utilização de diárias hospitalares, e levar as famílias a recorrerem três vezes mais às assistências médica e social, quando comparado a outros problemas de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, o álcool está relacionado a 16,3% dos atendimentos por acidentes e violências em unidades de urgência do Sistema Único de Saúde (SUS) nas capitais e no Distrito Federal. Responde por metade das internações por agressões, 36,7% dos casos de lesões autoprovocadas, 11,1% dos atendimentos por quedas e 4,3% das entradas por queimaduras em prontos-socorros.
Matéria publicada no Caderno de Economia do jornal Estado de Minas de 18/01/2015, indica que o Brasil perde cerca de R$ 372 bilhões por ano, equivalente a 7,3% do PIB, com problemas decorrentes do consumo de álcool. Somente no SUS são gastos R$ 249,3 bilhões e o alcoolismo responde por 85% das internações decorrentes do uso de droga.
2. EFEITOS DO ÁLCOOL NA SAÚDE FISICA E MENTAL
Dentro de nosso organismo, o álcool possui um efeito sedativo e prazeroso. Age diretamente no sistema nervoso autônomo, (que controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura, digestão e o equilíbrio das funções de todo o corpo), provocando relaxamento nos músculos.
Beber moderadamente e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil, pois esses limites são tênues, variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. (Prof. Dr. Mario Rodrigues Louzã Neto).
"Beber socialmente" equivale ao que os especialistas classificam como "risco moderado" de alcoolismo. Entra nessa categoria quem consome até 3 doses diárias de bebida alcoólica. (Na classificação-padrão, 1 dose equivale a 1 latinha de cerveja, uma taça de vinho ou meros 25 mililitros de destilados, como uísque e vodca). Nesse sistema, a categoria acima do "risco moderado" já é "risco em crescimento", quem estiver nas 4 doses diárias deve ficar atento, porém não significa que passar de 3 doses diárias você esteja virando alcoólatra. "A dependência do álcool não é diagnosticada tendo como critério único, e nem principal, a quantidade de álcool que uma pessoa bebe, mas a relação com o álcool que a pessoa tem, ou seja, o quanto o consumo atrapalha sua vida", explica a pesquisadora Ilana Pinsky.
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