O BULLYING COMO ESPÉCIE DE VIOLÊNCIA
Por: Amanda Elis • 29/11/2017 • Trabalho acadêmico • 5.595 Palavras (23 Páginas) • 312 Visualizações
BULLYING COMO ESPÉCIE DE VIOLÊNCIA
Resumo. O presente trabalho, teve como fim abordar o assunto bullying, e entender o que significa e o que representa tal fenômeno. Para isso foi feito um retrato histórico, mais as formas de bullying, os protagonistas, aprofundando em duas espécies de bullying, aplicados nas escolas e trabalho e as consequências para os agentes envolvidos, seja a vítima ou agressor.
Palavras-chaves: bullying – escola – trabalho – agressão – vitima – testemunha – preconceito.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O fenômeno bullying pode ser uma matéria com estudos muito recentes, mas ele sempre existiu. Todavia há somente cerca de três décadas que tal assunto passou a ser estudado cientificamente.
Contudo na contemporaneidade houve uma massificação de tal fenômeno principalmente envolvendo crianças e adolescentes no âmbito escolar que a princípio deveria protegê-los.
Na década de 70, foram iniciadas pesquisas sobre bullying na Suécia, pois já era bem evidente os problemas de violência que seria caracterizado como bullying. Em 73 já havia tornado-se motivação para pesquisa em toda a Europa. E ficou claro que a falta de impunidade dos agressores irradiava outras crianças que presenciavam isso a adotar o mesmo comportamento.
Em 82, um jornal da Noruega publicou um artigo sobre o suicídio de três crianças, com evidências de que o fato era derivado das condições de bullying. Há matéria teve grande repercussão, e iniciou-se projetos e campanhas de conscientização e promoção para a pesquisa do assunto em todo o país, o que posteriormente inspiraria a criação de campanhas em vários outros países da Europa e EUA.
Dan Olweus, foi um dos nomes mais importantes para os estudos e estruturação do fenômeno bullying, o professor foi também inovador com as suas propostas contra tal espécie de violência.
Sendo que a Europa chegou a desenvolver legislação específica sobre o tema visando a resolução do problema.
O Brasil, em 1997 inicia pesquisas sobre bullying, todavia, o número de pesquisas é extremamente inferior ao de vários países e quando comparado à Europa há um atraso de aproximadamente 15 anos. Porém, em conformidade com as poucas pequisas existentes no nosso Estado, sempre feitas somente em escolas, o resultado indicavam aproximadamente 40% dos alunos nas escolas envolviam-se em episódios de violência, não diferenciado agressores de vítimas e o grau de violência é também muito superior aos da Europa.
ORIGEM DO TERMO E CONCEITO
O termo bullying nasce na literatura psicologia para fazer referências a comportamentos agressivos e antissociais. Derivado do verbo bully da língua inglesa, significa usar da força física, geralmente superior, para intimidar, amedrontar ou ameaçar alguém. Costuma tratar de uma relação desigual de poderes, normalmente há um lado que é ou se sente mais forte em relação a outro que é ou se sente mais fraco, por motivos como tamanho, idade, classe social, gênero, sexualidade, cor, doença ou mesmo o fato de ter apoio de amigos e a outra parte aparenta ou sente que não tem a ninguém a quem pedir ajuda ou que se importe consigo. Normalmente são a existência de atributos como força no agressor e de características como idade inferior que fazem com que a vítima sinta-se inferior, tornando-se incapaz de defender-se diante da violência, seja ela verbal ou física. A palavra bullying passou a ser usada também no sentido de valentão e tirano, como adjetivo.
Bullying seria portanto a presença de comportamentos cruéis, agressivos, hostis, intimidadores, e ameaçadores, caracterizados sempre por serem intencionais e principalmente repetitivos. É necessário que haja uma persistência dessa violência para com a mesma pessoa ou grupo para configurar-se o fenômeno bullying.
As agressões que caracterizam o bullying além de intencionais e repetitivas carecem de motivação evidente.
Um dos estigmas que é necessário quebrar com relação ao bullying é que ele não tem um alvo ou ambiente específico. O fenômeno bullying não está limitado as escolas, pois pode acontecer no trabalho, nas prisões e nos clubes.
Muitas vezes o que seria caracterizado como bullying é tratado como briguinha boba de criança ou mesmo uma brincadeira, tanto pelos pais, professores, orientadores e colegas tanto dos agressores quanto das vítimas.
Porem tal comportamento é inaceitável, sendo o tema aprofundado posteriormente nos respectivos tópicos do bullying na escola e no trabalho.
FORMAS DE BULLYING
Há várias formas de agressões que caracterizam o bullying, e dividiremos nas formas direta e indireta.
A forma direta, são os insultos, apelidos ofensivos xingamentos, comentários racistas, roubo, destruição de bens materiais, extorsão de dinheiro, ordens com fies serviçais e agressões físicas que podem ser empurrões, tapa, chutes, socos e beliscões.
A forma indireta, compreende atitudes de difamações, boatos cruéis, rumores degradantes que podem ter como parte não só a vítima, mas sua família também, fofocas, intrigas e atitudes de indiferença que quase sempre levam ao isolamento da vítima, e tal isolamento pode acarretar maiores prejuízos do que as agressões de formas de bullying direta. Pois esse isolamento pode causar traumas irreversíveis a vítima.
O bullying virtual ou cyberbullying é um dos maiores meios para o uso da forma indireta. Pois os comentários cruéis hostis propagam-se de forma muito mais rápida pelos meios de comunicação como as redes sociais. Os agressores que utilizam-se desse meio, costumam mascarar-se pelas identidades anônimas, provocando sérios danos intencionais e repetitivos contra a vítima por mensagens, e-mails, telefones celulares, chats, blogs e tantos outros dispositivos eletrônicos.
No cyberbullying, a tecnologia é usada para humilhar, intimidar e ameaçar alguém, não sendo diferente das características do bullying, inclusive tendo repercussões físicas reais. Tendo as consequências esperadas para todos aqueles que sofrem bullying, como depressão.
SUJEITOS PRESENTES NO FENÔMENO BULLYING
Os sujeitos envolvidos na prática de bullying podem ser divididos em agressor, vitima e espectador.
Os agressores soa os chamados Bullies, costumam ser populares, e todos aqueles que o ajudam também são considerados Bullies. Eles acabam por humilhar, degradar e intimidar, fazendo de alguém vitima de tantas formas de agressões, sendo que não há nenhum motivo real e condizente para essa ação direcionada a certa pessoa.
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