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O Banalidade do Mal por Hannah Arendt

Por:   •  21/5/2023  •  Resenha  •  3.030 Palavras (13 Páginas)  •  82 Visualizações

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FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

Ciências Políticas e Teorias da Justiça


1ºANO – TURMA 1 DN


Vanessa Garcia Souza Dias



EICHMANN EM JERUSALÉM









São Bernardo do Campo

2022

Vanessa Garcia Souza Dias



EICHMANN EM JERUSALÉM

Banalidade do mal por Hannah Arendt



Trabalho apresentada à Disciplina de Ciências Política e Teorias da Justiça do Curso de Direito da Faculdade de Direito São Bernardo, como requisito parcial para composição de nota da referida disciplina ministrada pelo Prof. Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho.


São Bernardo do Campo 

2022

  1. Introdução

O presente trabalho tem como objetivo a leitura da obra e fazer uma análise do contexto histórico e político com a sociedade contemporânea. Hannah Arendt “Eichmann em Jerusalém” que aborda o conceito da “Banalidade do mal”, o objetivo central deste trabalho é propor uma reflexão sobre os desafios enfrentados pela sociedade contemporânea, a partir de três tópicos baseados nos estudos em sala de aula relacionando com a leitura da obra de Arendt recomendada pelo professor da matéria de Ciências política e teoria da Justiça,  como subsidio dos argumentos se fez necessário a leitura de outras obras que serão citadas ao longo deste trabalho.

Para aprofundarmos, falaremos brevemente sobre biografia da autora que faz narrativa deste momento histórico, portanto os elementos biográficos são importantes para entendermos em que contexto a obra foi escrita.

Hannah Arendt (nascida Johanna Arendt; Linden, em Hannover, Alemanha, 14 de outubro de 1906 – Nova Iorque, Estados Unidos, 4 de dezembro de 1975) foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX. Quando tinha três anos sua família mudou-se para a Prússia. De origem judia, "Johannah Arendt", foi uma menina precoce.

Com 14 anos leu a obra de Kant, Crítica da Razão Pura. (Frazão, 2019)

Ao longo de sua vida a autora, dedicou-se a falar sobre o pensamento filosófico referente a política, totalitarismo, a responsabilidade a verdade e o mal sendo analisado sob o ponto de vista lógico do pensamento e das indagações inerente ao que ela pensou e viveu em tempos sombrios.

Hannah, trata em sua obra sobre uma crise moral em relação ao problema da banalização do mal, trata também sobre a burocratização do extermínio de milhões de pessoas, o tipo de mal praticado devido a sua inigualável falta de princípios, além do dano político e moral no que se refere à responsabilidade individual que resultaram na morte banal de milhões de judeus.

Em relação ao objetivo da autora na Obra “Eichman em Jerusalém” seria possível transcorrer por diversos temas, fazendo referência a forma com que foi conduzido o julgamento e a nossa sociedade, tratando dos muitos elementos que a caracterizam como: Golpes políticos, greves e marginalidade. São muitos os assuntos que me fazem refletir ao ler esta obra, principalmente nas mazelas da sociedade em que vivemos e seus contextos históricos.

Sendo assim, conforme proposto para este trabalho foram escolhidos três pontos, dentre os quais a autora aborda em sua obra e acredito ser relevante para relacionar com a sociedade contemporânea, os pontos a serem analisados são: Massificação da sociedade, Moral e o Totalitarismo.

  1. Massificação da Sociedade

Em “Eichmann em Jerusalém” a autora expõe que identificou um novo perfil de homem, que agiam de forma massificada, com certos comportamentos que abdicavam do pensamento crítico, passavam por situações desumanas e eram indiferentes ao sofrimento alheio. Pessoas que não se colocavam no lugar do outro.

Ao pesquisar em sua obra “Origem do totalitarismo” a autora faz também uma referência ao perfil aos homens de massa, onde são movidas por influência de líderes totalitários.

Os padrões do homem da massa são determinados não apenas pela classe específica à qual antes pertenceu, mas acima de tudo por influências e convicções gerais que são tácita e silenciosamente compartilhadas por todas as classes da sociedade. (Hannah Arendt, Origem do Totalitarismo, p.334)

O idealismo é um ponto que muito me chamou atenção, quando tratamos de massificação essa característica se torna interessante por ser fator que fazem com que outras pessoas venham a formar um agrupamento. Nesta obra, pode-se notar nas falas do acusado “Eichmann” que ele era capaz de sacrificar tudo e a todos em nome desse ideal. Conforme narrava sua obediência, lealdade, chama atenção o quanto em suas falas ele defende que apenas seguia as ordens, que estas eram leis, sem qualquer relevância quanto ao fato de sua obediência ter levado pessoas a morte.

Um “idealista”, segundo as noções de Eichmann, não era simplesmente um homem que acreditava numa “idéia” ou alguém que não roubava nem aceitava subornos, embora essas qualificações fossem indispensáveis. Um “idealista” era um homem que vivia para a sua idéia — portanto não podia ser um homem de negócios — e que por essa idéia estaria disposto a sacrificar tudo e, principalmente, todos.” (ARENDT, 1999, p. 54)

Quando pensamos na massificação da sociedade, movida por um ideal, sob um governo tirano, podemos claramente identificar que a falta da reflexão, incapacidade de pensar, só acontece quando há grupos que se isolam em relação a outro. Esse isolamento segundo a filósofa é o que faz um terreno fértil, que elimina o espaço para vida privada, vai destruindo a capacidade de raciocínio, capacidade de sentir e principalmente de agir como um indivíduo, tornando massas de manobras, pessoas que são capazes de fazer o mal sem questionar, apenas por repetição, ou por acreditar que suas atitudes serão agentes de transformação para sociedade.

A diferença fundamental entre as ditaduras modernas e as tiranias do passado está no uso do terror não como meio de extermínio e amedrontamento dos oponentes, mas como instrumento corriqueiro para governar as massas perfeitamente obedientes. (Arendt, 1979 p.19)

 Segundo Bonavides, 2013 (p.194), o “homem-massa” que atua sob comando violento, crença fanática, sob domínio de violenta comoção psíquica, não é apenas o irresponsável, mas por motivação heroica, através de um sentimento de sair do nível comum, rompe com seus interesses pessoais para dar exemplo de desprendimento.

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