O Crescimento x Desenvolvimento
Por: Alberto Magno • 24/5/2017 • Trabalho acadêmico • 794 Palavras (4 Páginas) • 131 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CAMPUS SANTA RITA
FACULDADE DE DIREITO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – DCJ
ECONOMIA POLÍTICA – P1
PROF. DR. FRANCISCO BARRETO
CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO
ALBERTO MAGNO NEVES DE MELLO. MAT. 2016068208.
SANTA RITA – PB.
2017.
Os termos “crescimento” e “desenvolvimento” são constantemente utilizados, nos mais diversos segmentos da sociedade, como sinônimos que explicam quaisquer mudanças econômicas e sociais de um determinado contexto. Entretanto, apesar de serem interdependentes, tais termos são percebidos, em muitas situações, distintamente, já que implicam realidades bem diferentes.
Quase que unanimemente conceitua-se crescimento econômico como sendo um processo de ampliação de toda capacidade produtiva de uma determinada região. Geralmente é definido tomando-se por referência o Produto Interno Bruto (PIB), que é o valor final de todos os produtos e serviços acumulados em determinado período de tempo. Assim, quanto maior for o PIB verificado, maior será o crescimento registrado. Já o conceito de desenvolvimento econômico deve reconhecido como algo mais complexo, pois enquanto o crescimento econômico é percebido levando-se em consideração apenas o acúmulo de capital, deve-se apreciar o termo desenvolvimento econômico como algo estendido.
Comumente a renda per capita é utilizada como referência para se medir o grau de desenvolvimento do país. Entretanto, como esse índice é tomado por uma média, não reconhece as desigualdades na distribuição real da renda entre os cidadãos. Logo não corresponde a uma exata realidade. Segundo Vasconcellos (2000, citado por VIEIRA et al, 2007), desenvolvimento pode ser entendido como:
Um conceito mais qualitativo, incluindo as alterações da composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, nutrição, moradia e educação).
Mesmo tratando-se de conceitos diferentes, crescimento e desenvolvimento estão intrinsecamente dependentes e provavelmente nenhum permaneça sem que o outro o acompanhe.
Tomemos como exemplo fictício uma nação onde ocorreu um crescimento do PIB, motivado principalmente pela alta das exportações de produtos oriundos dos grandes conglomerados industriais e agroindustriais e que todo o lucro ficou concentrado em uma pequena parcela da população. A renda per capita melhorou, mas não a distribuição desta renda. Nesse contexto não ocorreram mudanças qualitativas individuais em todos os níveis da população e os sistemas financeiros continuaram os mesmos, com taxas de juros altíssimas para aqueles que, em suas concepções, oferecem poucas garantias, impedindo a maioria dos indivíduos de investirem em si mesmos (capital humano) e forçando-os a permanência em um estado de desqualificação e estagnação de baixa renda. Mas por outro lado, há uma pequena parte da população - aquela mais abastada - que teve acesso a créditos mais facilitados e consequentemente maiores possibilidades para investir no seu capital, tornando-se cada vez mais ricos em um modelo de crescimento baseado na exportação, mas gerando uma crescente desigualdade social e redução do poder econômico interno. Nesse panorama, provavelmente qualquer crise econômica internacional implicaria em decréscimo imediato da economia da nação, já que o país, apesar de ter um histórico de acúmulo de capital excelente, será extremamente dependente do mercado consumidor exterior, pois o lucro adquirido não foi investido no capital humano interno e a população local, pobre e desqualificada profissionalmente, não teria como absorver a produção primária, gerando um círculo vicioso de prejuízos, que incluiriam redução dos lucros, desempregos e falências generalizados.
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