TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Desenvolvimento do Trabalho na História

Por:   •  30/11/2017  •  Artigo  •  3.978 Palavras (16 Páginas)  •  226 Visualizações

Página 1 de 16

SUMÁRIO: 1. Introdução 2. O Conceito de Trabalho 1.2. O Desenvolvimento do Trabalho na História 2. A Psicopatologia do Trabalho 2.1. Processo de Adoecimento no Trabalho 3. Análise do documentário “Carne e Osso” 4. Considerações Finais e Referências

RESUMO: Este artigo acadêmico apresenta um breve estudo sobre a Psicopatologia no trabalho, abordando o processo de adoecimento ou sofrimento psíquico do sujeito trabalhador. Para discutir a temática proposta, traz-se a caracterização do que é trabalho, bem como seu desenvolvimento histórico. Retrata-se a presença comum do adoecimento psíquico do trabalhador e, por fim, faz-se uma análise de fechamento do documentário “Carne e Osso”.

1. Introdução:

O presente artigo propõe a abordagem do tema Psicopatologia do Trabalho como um sintoma que se destaca em nossa condição social. Para realizar esse estudo, apresenta-se, primeiramente, exposições acerca do conceito de trabalho e do seu desenvolvimento histórico, o que foi e o que é o trabalho para o homem.

Concluída breve abordagem, o artigo estudará a Psicopatologia do trabalho, tendo em vista que as preocupações relativas à saúde mental, ao sofrimento psíquico no trabalho, à crise do sentido do trabalho, que não só deixam de ser analisadas e compreendidas, como também são frequentemente rejeitadas.

Um breve estudo sobre a manifestação e o desenvolvimento do adoecimento psíquico junto aos trabalhadores será apresentado, principalmente através da utilização do método taylorista de trabalho - modelo que propõe divisões (operacionais, organizacionais e intelectuais) e ignora o sentido do trabalho em prol da produtividade.

Por fim, uma análise do documentário “Carne e Osso”, o qual mostra que a doença psíquica e física acometida por trabalhadores é muito mais comum do que pensamos e, mesmo assim, negligentemente ignorada pelas grandes empresas.

2. O Conceito de Trabalho

Para alguns, o conceito de trabalho pode ser considerado como algo da ordem subjetiva, pois permite a construção da identidade do individuo como pessoa. Caracteriza-se como a forma de colocar em prática conhecimentos em determinada área, o que daria um sentido para o trabalho desenvolvido. Porém, para muitos, o trabalho é apenas uma forma de ganhar dinheiro para sustentar o consumo.

Trabalho, no sentido geral, significa realizar uma obra que expresse resultados, que traga reconhecimento social e permaneça além da vida, como também é sinônimo de esforço rotineiro e repetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável.

Segundo a autora Suzana Albornoz , a palavra trabalho está carregada de significações, sendo algumas delas satisfação, realização, prazer ou, por outro ponto de vista, sofrimento, tortura, repetição, dor, entre outros.

A autora também ressalta os significados de trabalho através de sua origem em latim:

“(...) a palavra trabalho se origina do latim, tripalium, que era um instrumento construído com três paus aguçados, algumas vezes munidos com ponta de ferro, no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho para rasga-los e esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como um instrumento de tortura. A tripalium se liga ao verbo do latim vulgar tripaliare, que significa, justamente, torturar.” (pg. 10)

A partir disso, temos a ideia de que sempre o trabalho foi pensado como uma forma de sofrimento para o homem, sendo considerada forma de trabalho, até o modo de planejá-lo intelectualmente enquanto o esforço corporal.

No livro “Indivíduo, Trabalho e Sofrimento” , os autores caracterizam o trabalho a partir de uma visão marxista, a qual o considera como valor de troca, ou seja, a abstração do trabalho especifico construída pela equivalência de todos os trabalhos para fim de uma troca universal: o dinheiro. De outro lado, o trabalho caracterizado pelo seu valor de uso, que deposita um significado humano a ele, pessoal e intransferível, traçado cada trabalhador a sua individualidade. Então, o homem por meio do trabalho, tende à construção do seu mundo objetivo, sendo através da manipulação da natureza. Marx, portanto, defende o conceito de trabalho como o fundamento da humanização do homem: “tudo se diferencia de tudo, pelo valor de uso, e tudo se iguala com tudo, pelo valor e troca” (pg. 99).

Portanto, o trabalho está na base de qualquer sociedade, e na vida de qualquer sujeito, e é com o trabalho que surgem as primeiras relações. A forma como cada indivíduo interpreta o trabalho, será a forma com a qual irá seguir desenvolvendo suas atividades, criando seus vínculos e agregando conhecimento.

2.1. O desenvolvimento do trabalho na história

Dos primórdios da Humanidade até aos nossos dias o conceito “trabalho” foi sofrendo alterações, preenchendo páginas da história com novos domínios e novos valores.

Ao realizar uma breve análise sobre o desenvolvimento do trabalho durante a história, primeiramente, depara-se com um grupo de pessoas ligadas por laços de sangue, crenças e conhecimentos em comum, que provem à sua subsistência por um esforço coletivo respeitando uma determinada ordem. O trabalho neste primeiro estágio é o esforço do homem que, para a sua sobrevivência, caçam, pescam e colhem frutos providos da terra.

Com a descoberta da agricultura, surge a experiência do esforço no cultivo da terra, bem como a noção de propriedade. Em determinado pedaço de terra, quem aplicar nela o seu trabalho manual a fim de garantir seu desenvolvimento, logo, os frutos e o domínio do território àquela pessoa pertencem.

A partir desse novo sentimento de posse e a revolução da propriedade, surgem também as guerras. Os povos conquistados nos combates frequentemente permanecem nas terras a fim de manter o seu cultivo e entregar seus excedentes aos novos senhores.

Na antiguidade, já se tem notícias de povos dedicados ao comércio, atividade que se estende durante toda a Idade Média, proporcionando fontes de riqueza que não mais dependem diretamente da propriedade de terras e cultivo. Os mais bem-sucedidos comerciantes empregavam trabalhadores, estabelecendo, assim, uma hierarquia baseada no dinheiro, surgindo, também, a classe burguesa – que ainda no mundo de hoje é a classe dominadora em nossas sociedades capitalistas.

Importante destacar que há uma característica comum, relativamente

...

Baixar como (para membros premium)  txt (26.5 Kb)   pdf (76.7 Kb)   docx (23.7 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com