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O Desenvolvimento do Trabalho na História

Por:   •  30/11/2017  •  Artigo  •  3.978 Palavras (16 Páginas)  •  204 Visualizações

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SUMÁRIO: 1. Introdução 2. O Conceito de Trabalho 1.2. O Desenvolvimento do Trabalho na História 2. A Psicopatologia do Trabalho 2.1. Processo de Adoecimento no Trabalho 3. Análise do documentário “Carne e Osso” 4. Considerações Finais e Referências

RESUMO: Este artigo acadêmico apresenta um breve estudo sobre a Psicopatologia no trabalho, abordando o processo de adoecimento ou sofrimento psíquico do sujeito trabalhador. Para discutir a temática proposta, traz-se a caracterização do que é trabalho, bem como seu desenvolvimento histórico. Retrata-se a presença comum do adoecimento psíquico do trabalhador e, por fim, faz-se uma análise de fechamento do documentário “Carne e Osso”.

1. Introdução:

O presente artigo propõe a abordagem do tema Psicopatologia do Trabalho como um sintoma que se destaca em nossa condição social. Para realizar esse estudo, apresenta-se, primeiramente, exposições acerca do conceito de trabalho e do seu desenvolvimento histórico, o que foi e o que é o trabalho para o homem.

Concluída breve abordagem, o artigo estudará a Psicopatologia do trabalho, tendo em vista que as preocupações relativas à saúde mental, ao sofrimento psíquico no trabalho, à crise do sentido do trabalho, que não só deixam de ser analisadas e compreendidas, como também são frequentemente rejeitadas.

Um breve estudo sobre a manifestação e o desenvolvimento do adoecimento psíquico junto aos trabalhadores será apresentado, principalmente através da utilização do método taylorista de trabalho - modelo que propõe divisões (operacionais, organizacionais e intelectuais) e ignora o sentido do trabalho em prol da produtividade.

Por fim, uma análise do documentário “Carne e Osso”, o qual mostra que a doença psíquica e física acometida por trabalhadores é muito mais comum do que pensamos e, mesmo assim, negligentemente ignorada pelas grandes empresas.

2. O Conceito de Trabalho

Para alguns, o conceito de trabalho pode ser considerado como algo da ordem subjetiva, pois permite a construção da identidade do individuo como pessoa. Caracteriza-se como a forma de colocar em prática conhecimentos em determinada área, o que daria um sentido para o trabalho desenvolvido. Porém, para muitos, o trabalho é apenas uma forma de ganhar dinheiro para sustentar o consumo.

Trabalho, no sentido geral, significa realizar uma obra que expresse resultados, que traga reconhecimento social e permaneça além da vida, como também é sinônimo de esforço rotineiro e repetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável.

Segundo a autora Suzana Albornoz , a palavra trabalho está carregada de significações, sendo algumas delas satisfação, realização, prazer ou, por outro ponto de vista, sofrimento, tortura, repetição, dor, entre outros.

A autora também ressalta os significados de trabalho através de sua origem em latim:

“(...) a palavra trabalho se origina do latim, tripalium, que era um instrumento construído com três paus aguçados, algumas vezes munidos com ponta de ferro, no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho para rasga-los e esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como um instrumento de tortura. A tripalium se liga ao verbo do latim vulgar tripaliare, que significa, justamente, torturar.” (pg. 10)

A partir disso, temos a ideia de que sempre o trabalho foi pensado como uma forma de sofrimento para o homem, sendo considerada forma de trabalho, até o modo de planejá-lo intelectualmente enquanto o esforço corporal.

No livro “Indivíduo, Trabalho e Sofrimento” , os autores caracterizam o trabalho a partir de uma visão marxista, a qual o considera como valor de troca, ou seja, a abstração do trabalho especifico construída pela equivalência de todos os trabalhos para fim de uma troca universal: o dinheiro. De outro lado, o trabalho caracterizado pelo seu valor de uso, que deposita um significado humano a ele, pessoal e intransferível, traçado cada trabalhador a sua individualidade. Então, o homem por meio do trabalho, tende à construção do seu mundo objetivo, sendo através da manipulação da natureza. Marx, portanto, defende o conceito de trabalho como o fundamento da humanização do homem: “tudo se diferencia de tudo, pelo valor de uso, e tudo se iguala com tudo, pelo valor e troca” (pg. 99).

Portanto, o trabalho está na base de qualquer sociedade, e na vida de qualquer sujeito, e é com o trabalho que surgem as primeiras relações. A forma como cada indivíduo interpreta o trabalho, será a forma com a qual irá seguir desenvolvendo suas atividades, criando seus vínculos e agregando conhecimento.

2.1. O desenvolvimento do trabalho na história

Dos primórdios da Humanidade até aos nossos dias o conceito “trabalho” foi sofrendo alterações, preenchendo páginas da história com novos domínios e novos valores.

Ao realizar uma breve análise sobre o desenvolvimento do trabalho durante a história, primeiramente, depara-se com um grupo de pessoas ligadas por laços de sangue, crenças e conhecimentos em comum, que provem à sua subsistência por um esforço coletivo respeitando uma determinada ordem. O trabalho neste primeiro estágio é o esforço do homem que, para a sua sobrevivência, caçam, pescam e colhem frutos providos da terra.

Com a descoberta da agricultura, surge a experiência do esforço no cultivo da terra, bem como a noção de propriedade. Em determinado pedaço de terra, quem aplicar nela o seu trabalho manual a fim de garantir seu desenvolvimento, logo, os frutos e o domínio do território àquela pessoa pertencem.

A partir desse novo sentimento de posse e a revolução da propriedade, surgem também as guerras. Os povos conquistados nos combates frequentemente permanecem nas terras a fim de manter o seu cultivo e entregar seus excedentes aos novos senhores.

Na antiguidade, já se tem notícias de povos dedicados ao comércio, atividade que se estende durante toda a Idade Média, proporcionando fontes de riqueza que não mais dependem diretamente da propriedade de terras e cultivo. Os mais bem-sucedidos comerciantes empregavam trabalhadores, estabelecendo, assim, uma hierarquia baseada no dinheiro, surgindo, também, a classe burguesa – que ainda no mundo de hoje é a classe dominadora em nossas sociedades capitalistas.

Importante destacar que há uma característica comum, relativamente

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