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O Discurso da Servidão Voluntária

Por:   •  6/12/2019  •  Resenha  •  486 Palavras (2 Páginas)  •  224 Visualizações

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Humanista e filósofo francês, ÉTIENNE DE LA BOÉTIE teve como sua obra mais reconhecida “Discurso sobre a Servidão Voluntária”, escrita em meio ao século XVI, após o exército e fiscais do rei derrotar o povo francês, devido a uma revolta referente a um novo imposto taxado sobre o sal.

Através de uma linguagem crítica em primeira pessoa, essa é uma obra que tem como temas centrais a tirania, o governo, o poder e a servidão. Étienne de La Boétie cria um cenário onde ressalta que a tirania e o autoritarismo se aniquilam quando os indivíduos possuem liberdade de escolhas e pensamentos, dando-se conta da própria escravidão.

Uma característica marcante é questionamento que se centra na contradição presente no título do exemplar: a servidão voluntária. Isto é, a voluntariedade que pessoas têm de seguir um tirando. No seu discurso La Boétie esclarece a forma que leva aos povos e cidades se submeter à vontade de um só. Em primeiro lugar pelo hábito, uma vez aqueles que estão acostumados à servidão tende a manter-se alienados a ela. Em seguida pela covardia e pela fantasia criada em torno da imagem do líder.

Além disso, versa a respeito da tirania que opera em toda parte, sobretudo, onde a autoridade política de faz passar por legitima. É notório que ao logo da história de toda política foram observados grandes lideres que, por meio de grandes discursos, convenciam a sociedade de que posicionamentos severos era a solução para questões complexas em demasia. Logo, a similaridade da obra com o contexto político, não só brasileiro, mas do mundo, é evidente.

É possível fazer um paralelo do texto com a obra “O Mito da Caverna” de Platão. Isso porque Platão, com essa fábula, expõe a condição de ignorância em que vivem indivíduos. Sendo assim, a caverna simboliza o mundo onde todos os seres humanos vivem, enquanto que as correntes significam a ignorância que prendem os povos que, conforme as tradições hábitos e culturas, não buscam um sentido racional para determinadas coisas evitado a “dificuldade do pensar e refletir, ou seja, preferindo apenas aquilo que lhe foi transmitido. Em outras palavras, descreve (BOÉTIE, 1959, p.15): “Assim é: os homens nascem sob o jugo, são criados na servidão, sem olharem para além dela, limitam-se a viver como nasceram, nunca pensam ter outro direito nem outro bem senão o que encontraram ao nascer, aceitam como natural o estado que acharam à nascença”.

Torna-se evidente, portanto, que La Boétie quer levar o leitor a refletir sobre o motivo que leva os indivíduos a obedecerem ao autoritarismo. Sendo assim, a partir de um enfoque que apresenta a importância da busca pela liberdade e reflete acerca de um corpo social que se rende a um tirando, ressalta que a consolidação da democracia e da liberdade é algo a ser almejado sempre, assim, para assumir a condição de seres humanos livres e, por fim, romper com o poder autoritário.

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