O Puerpério é o período ciclo gravídico-puerperal
Por: Débora Mootta • 24/5/2018 • Resenha • 1.237 Palavras (5 Páginas) • 301 Visualizações
O puerpério é o período ciclo gravídico-puerperal, onde ocorrem modificações no corpo da mulher provocadas pela gravidez após o parto. O processo de pós-parto, ou puerpério normalmente dura 3 meses. STRAPASSON (2010).
O puerpério pode ser divido em 3 fases: o imediato logo após o parto, o tardio entre o decimo e quadragésimo dia após o parto, e o remoto que ultrapassa o quadragésimo dia terminando quando a mulher retomada as atividades reprodutivas CASTRO (2016).
O que ocorre no puerpério são mudanças bruscas que a mulher enfrenta que são as alterações físicas, psicológicas e biológicas. As alterações físicas, se dá no momento em que a mãe dá a luz ao bebê, e percebe que ele não é mais parte dela, e sim um ser único, no qual precisará de sua total dedicação e cuidados, e isso a leva a passar por danos psicológicos, danos que podem ter surgido muito antes do parto, sendo expectativas, ansiedades em relação ao bebê que está para chegar ao mundo SILVIA (2005)
Para SILVIA (2005),falar das mudanças psíquicas da puérpera é algo que requer uma profunda compreensão e cuidado, já que além das mudanças físicas e biológicas que são vividas em etapas durante a gestação, existe o contexto do se tornar mãe, de ser mãe no meio social, de viver a passagem de mulher para mãe, em que uma mulher que era filha se torna mãe, e essas mudanças de papéis surgem como uma avalanche de questões subjetivas, principalmente quando a mulher vive essa transição a primeira vez em sua vida. Porém, quando não tratado com o cuidado necessário, sendo desde o início das consultas pré-natais quanto ao atendimento psicólogo, o puerpério pode desencadear em uma depressão puerperal.
A depressão puerperal surge de forma silenciosa, isto porque sabemos que a gestação e o parto são vivencias estressantes para mulher, por todo desgaste físico e emocional, além das mudanças de sua vida, porém, quando se trata das consequências da DP (depressão puerperal) existe todo um contexto, ou seja, não são determinantes isolados, podendo ser predisposição da puérpera, falta de apoio do parceiro, ou quando a mulher é mãe solteira e não recebe o apoio familiar.
Apesar de tantas consequências que a mulher passa neste período, existem tratamentos que podem ajudá-la a passar por este transtorno de forma mais eficaz, que são o uso de medicamentos adequados, que não venham interferir a amamentação e também o acompanhamento psicológico para ajudar a mãe em seus enfrentamentos psíquicos.
Entretanto, além do tratamento para a depressão existente, há prevenções que podem ser tomadas para evitar os dados que a depressão puerperal causa na mulher. São simples ações que podem surtir efeitos significativos para a futura mãe. Existindo o apoio emocional dos familiares, a presença do parceiro, conversas abertas para que a mulher sinta-se segura e amada já são atitudes que acarretarão na prevenção de diversas preocupações que surgem após o parto. Além disso, é necessária a criação de programas para o atendimento humanizado na rede pública, para maior acompanhamento e percepção da equipe de saúde aos pequenos indícios da doença SILVIA (2005).
A atuação do psicólogo em relação ao período puerperal pode ser efetuada de diversas maneiras, uma delas de acordo com TORREZAN (2013), pode ser o programa de preparo para o parto, que busca acompanhar a mulher na trajetória da gravidez, principalmente em relação a tríade tensão-medo-dor que acompanham a gestante até o momento do parto e consequentemente o puerpério imediato. Em relação a questão da tensão-medo-dor, o trabalho do psicólogo tem como foco desconstruir esses conceitos principalmente por meio da educação da gestante.
“A preparação da gestante para o parto, assim como o acompanhamento do desenvolvimento do ciclo gravídico, é extremamente importante para mãe e bebê, pois além de evitar problemas clínicos também pode atuar em nível de tratamento quando necessário” (TORREZZAN, pp.209, 2013)
De acordo com TORREZZAN (2013) outra manifestação da atuação do psicólogo é o método Psicoprofilático, que visa por meio de uma aplicação da teoria cognitiva comportamental, auxiliar a gestante a desaprender o medo da dor do parto, buscando diminuir os medos e possíveis traumas desse momento. Para esse método a dor pode ser compreendida da seguinte maneira:
“Sabe-se que a dor é um fenômeno sensorial, porém o medo e a ansiedade podem aumentar a percepção de sua intensidade. Em parte, a dor da parturição pode ser socialmente aprendida e, portanto, pode ser também desaprendida, a partir da formação de novas associações ou padrões de resposta” (TORREZZAN, pp. 210, 2013)
Além desses métodos, a psicoterapia breve também pode ser utilizada com a gestante como método de acompanhamento e prevenção de possíveis transtornos mentais associados ao período do puerpério, como a depressão pós parto, ansiedade, etc. A psicoterapia breve também pode vir a ser utilizada no período pós parto, ou seja, puerperal. (TORREZZAN, 2013)
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