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O Rio de Janeiro enfrenta uma verdadeira pandemia de violência

Por:   •  3/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  540 Palavras (3 Páginas)  •  246 Visualizações

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O Rio de Janeiro enfrenta uma verdadeira pandemia de violência. O problema do tráfico de drogas e armas, nos morros cariocas, criam uma situação de caos e estresse geral na Cidade Maravilhosa, sobretudo após a explosão do consumo de cocaína.
O que alimenta essa situação é a miséria dos morros e a corrupção em diversas esferas do Estado, além do total desamparo deste com relação a população periférica. 
Jovens sem qualquer perspectiva de futuro são presa fácil nas mãos do crime organizado, mas não se trata de uma mera questão de "coitadinhos". Trata-se de uma negligência sistemática por parte das forças institucionais, em termos de educação, saúde, segurança, etc. Agentes da Polícia chegam a dizer que a repressão tem o único objetivo de proteger os interesses do Estado e das elites. Para o povo pobre dos morros, não há proteção, o que pode ser visto nos relatos de violência policial contra os moradores em geral dessas áreas. Por isso, muitos moradores chegam a nutrir grande simpatia pelos traficantes, que prestam uma série de serviços a população em troca de "favores", que mais cedo ou mais tarde, serão cobrados. Ou seja, a Constituição não cobre essas zonas paralelas do território nacional, exceto na repressão. Dezenas de jovens então, em busca de uma identidade social e de ostentação, ou mesmo para escapar da miséria, correm atrás do dinheiro "fácil" das drogas e armas. Uma das partes mais chocantes do documentário é quando uma criança apresenta o arsenal, repleto de artigos estrangeiros, do tráfico.
Os agentes policiais, presos em condições estressantes de trabalho, não raro acabam cedendo a pressão da corrupção, o que fortalece ainda mais o crime organizado. A população pobre estigmatiza a polícia, que se torna ainda mais violenta e corrupta. 
Depois da Ditadura e dos diversos "atos institucionais" dos militares, a repressão e o autoritarismo nas cadeias se tornou ainda mais feroz, criando um caldo de cultura que resultaria na criação de entidades criminosas com pretensos objetivos sociais. Daí veio o Comando Vermelho e outras organizações que, mesmo após a morte de diversos líderes, seguiram ganhando força ao longo dos anos, dentro e fora dos presídios, como bem se pode ver até hoje. 
Então nos deparamos com armamento pesado nas mãos dos criminosos, munidos de armas importadas. E a própria polícia do Rio deve lidar com um arsenal ímpar em todas as instituições semelhantes pelo mundo. O resultado é um saldo inacreditável de mortos, como se estivéssemos em meio a uma guerra civil. Policiais, criminosos e cidadãos comuns assassinados. 
No final do filme, um policial do BOPE revela sua triste opinião, bem como todos os demais entrevistados, "não há solução para esse problema".
Se o Estado brasileiro realmente quiser resolver a questão do tráfico de drogas e armas, terá de ousar e fazer aquilo que ninguém se atreveu a fazer até agora. É preciso coragem para mexer com as raízes do crime organizado, dentro e fora dos nossos limites territoriais. Mas também oferecer a população pobre dos morros, não apenas a repressão policial, mas todas as condições dignas de vida de que um ser humano precisa para sobreviver. Somente assim, poderemos solucionar essa crise que parece não ter fim. É hora de a Constituição cobrir de vez todos os limites da nossa nação. 

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