TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Tribunal multiportas

Por:   •  5/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  531 Palavras (3 Páginas)  •  290 Visualizações

Página 1 de 3

Descreva o conceito de Tribunal multiportas apresentado pelo artigo. Analise criticamente o papel da mediação no rol das alternativas consensuais de resolução de conflito. Explicite os pontos positivos e as fragilidades do instituto demonstradas pelos autores ao longo do texto.

No que diz respeito à jurisdição, ao longo dos anos o monopólio estatal acarretou num agigantamento da quantidade de lides perante o Poder Judiciário de modo torná-lo inconvenientemente moroso, prejudicando a sua própria finalidade constitucional, qual seja, a prestação eficaz da jurisdição.

Nesse contexto de crise de eficiência, ganha relevância a insuficiência da jurisdição clássica para a solução de conflitos muitas vezes complexos, que extrapolam os conhecimentos ordinários de um magistrado. Assim, diante da grande diversidade e complexidade de matérias demandadas ao Judiciário, este não tem condições de dar conta de todos os conflitos de modo eficaz, dando espaço à diversificação dos métodos de trabalho no Judiciário.

É então que delimita-se a idéia do Tribunal multiportas, aumentando a quantidade e o alcance das atividades desenvolvidas pelo Poder Judiciário, através da diversificação de métodos de tratamento de conflitos, possibilitando aos usuários “portas” alternativas à costumeira prestação jurisdicional. Sendo assim, caso a caso, um Tribunal multiportas verifica qual seria a “porta” mais adequada para solucionar determinada lide, ou seja, direciona os processos que chegam a ele para os mais adequados métodos de resolução de conflitos.

Dentre essas “portas”, destaca-se a da mediação que, a meu ver, ressalvadas as críticas, surge como uma forma de introduzir certa informalidade no processo de dirimir lides, reduzindo a burocratização exacerbada, refletindo, assim, na celeridade de tal processo, contribuindo ainda para a pacificação social e ampliando o acesso á justiça. Ademais, diferentemente da conciliação, os acordos dela advindos são construídos em conjunto, possibilitando que seus efeitos sejam mais consistentes e duradouros.

Contudo, nem mesmo esses meios “alternativos” (todos aqueles que não coincidem com a jurisdição clássica) de acesso à justiça estão livres de críticas. Assim, apesar de tais institutos (arbitragem, mediação e conciliação) terem como principais pontos positivos o incremento do acesso à justiça, a celeridade, oportunidade de diálogos e o tratamento mais específico e técnico caso a caso, possuem algumas distorções. Analisemos.

Em primeiro lugar percebe-se que a mediação, como já ocorreu com a conciliação, corre alguns riscos na medida em que se aproxima do Judiciário em sua institucionalização, no sentindo de tornarem-se dispendiosos e demorados. Quanto ao novo CPC e o tratamento dado à mediação, no que se refere à sua relativa obrigatoriedade, percebe-se que muitas das vezes ocorre uma construção acelerada de portas sem querer saber se suas medidas são, de fato, adequadas para a demanda esperada, “de modo que a mediação obrigatória parece mais servil ao desafogamento do Judiciário do que ao tratamento dos conflitos em si”.

Existe também a questão do tempo de duração, que para os autores do texto, deva ser estabelecido pelas partes, e não pelo tribunal, uma vez que pensar diferentemente é correr o risco de fazer com que aqueles que buscam por justiça não queiram jamais abrir essa porta, pois seria perda de tempo. Por fim, há a relevante questão econômica, refletida no custo da realização de tais audiências que, dependendo do valor do ato, pode fazer com que as partes se desinteressem pela sua realização.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (3.7 Kb)   pdf (85.3 Kb)   docx (295 Kb)  
Continuar por mais 2 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com