O estado romano
Seminário: O estado romano. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: italaferreira • 14/4/2014 • Seminário • 1.585 Palavras (7 Páginas) • 343 Visualizações
O Estado romano constituiu a família com uma precisão e espírito de conseqüência admiráveis, fundando nela a sua própria constituição. Da família procedia a gens, desta as cúrias, das cúrias (dez) o povo dos perfeitos cidadãos. Cada patrício tinha dois nomes, o individual (praenomen) e o nome da gente (nomen gentile). Mais tarde a maior parte começou a usar também um nome de família hereditário (cognomen). As imagens dos antepassados e toda a descendência acompanhava aos mortos nos sepulcros pertencentes à família. Mais tarde foi introduzido o uso da incineração. No seio da família mandava primitivamente o pater familias com poder tão ilimitado sobre todos os membros da casa, que podia alugar, vender ou matar a seus filhos. As crianças eram educadas na casa paterna e formadas ou por um preceptor doméstico ou nas escolas, primeiro somente em leitura, escrita e contas, e depois das guerras púnicas, também nas literaturas romana e grega (por um rhetor). Os jovens, a princípio, depois de completados os dezessete anos, número que veio descendo até catorze, eram recebidos entre os cidadãos com festejos, abandonando a toga praetexta e passando a usar a toga virilis, mas continuavam sujeitos ao poder paterno até à morte do pai ou perda deste do direito de cidadania, por exemplo, com o desterro. As donzelas saíam da família para casar, e igualmente do poder paterno, mas somente para passar ao do seu marido ou ao do pai deste, se bem que as mulheres casadas (matres familias ou matronae) tinham em Roma uma posição respeitada. Uma parte importante e integrante das famílias era formada também pelos escravos, que eram utilizados nos diversos serviços da casa e nos trabalhos do campo e estavam submetidos ao poder ilimitado de seus senhores. A ocupação principal dos Romanos era, na época antiga, a agricultura. Os ofícios manuais eram exercidos por cidadãos livres, mas não eram considerados honoríficos. As classes elevadas dedicavam-se à vida pública e só muito tarde se ocuparam de outras coisas. Somente nas conquistas fora da Itália tomaram incremento os negócios e as especulações, com as quais a nobreza e os équites de diferentes modos (fabricação, navegação, etc.) se enriqueceram. Quanto aos costumes, já antes do advento de César ao poder, tinha mudado por completo a simplicidade patriarcal de Roma na medida em que esta transformou-se em metrópole mundial com seu luxo, refinamento e vícios. Nenhuma cidade do mundo antigo a superou. Durante o dia o tumulto era indiscritível pelas carruagens, vendedores, oficinas, mendigos, etc., e, pelo contrário, durante a noite, o espetáculo era sinistro. As ruas desertas e a obscuridade das mesmas constituíam um perigo constante por causa dos ladrões, ébrios, etc.. Nem as próprias vivendas estavam ao abrigo de assaltos noturnos, pelo que eram objeto de toda a classe de precauções. A carestia e a fome foram um pesadelo constante para os Romanos, pois estavam dependentes das subsistências do ultramar. A insalubridade era proverbial, sendo várias as epidemias mencionadas por Galeno e Célio Aureliano. A corte deu sempre exemplo quanto aos costumes, tornando-os frugais e nobres quando reinava um Vespasiano ou um Marco Aurélio, e dissolutos nos tempos de Cómodo e Heliogábalo. Também na época intelectual reinava a moda que ditava o césar do momento, e assim todos eram músicos ou retóricos no tempo de Nero. À medida que se consolidou o regime monárquico e ficaram dependentes da munificência régia os melhores e mais lucrativos lugares, cessaram as distinções antigas de classes. Libertos e estrangeiros formaram a camarilha, serviram entre os criados e tomaram parte na administração de muitos imperadores. O sacerdócio, a milícia, a fazenda, o serviço palatino, as legações foram confiados pouco a pouco aos favorecidos pelos césares. Assim a aristocracia dos Cipiões e Metelos eclipsou-se perante escravos, como Licino, Crisógono, Palas, etc.. Estes deslumbravam ou insultavam com seus palácios, jóias, roupas, termas, jardins, adquiridos com a venalidade de suas graças. Pululavam na corte imperial os atores, bailarinas e mímicos, que dispunham de enorme influência. Não faltaram também.. na corte palatina, intelectuais que eram personagens de grande valor, como Sêneca, Frontão, Quintiliano, etc.. Eram freqüentes no palácio as recepções e banquetes, variando o cerimonial segundo a época, aproximando-se, porém, cada vez mais da etiqueta e da ostentação oriental.
Se bem que a dominação absoluta dos césares realizasse uma grande igualdade política e social, não deixam de subsistir as três ordens. A sua cabeça, a primeira, é a senatorial, representava o velho orgulho patrício que se revelava contra a admissão de estrangeiros em seu seio. Os próprios provincianos e mesmo os latinos eram objeto deste desdém por parte dos senadores romanos. E, contudo, o enobrecimento e empobrecimento de grandes famílias, como os Hortênsios, juntamente com a proscrição e extinção de muitas, fazia com que se recrutassem fora do patriciado os novos membros do Senado. Mas quanto menos eram os patrícios, maior era a sua vaidade aristocrática, que enchia os átrios da suas moradas com estátuas, pinturas, inscrições dos seus antepassados, etc.. Existiam famílias cuja ascendência faziam remontar a Rômulo, Remo, etc.. Contudo, era a fortuna mais que a genealogia o que dava consideração ao Senado. Os gastos de semelhante posição pelo fausto e o patronato social eram assustadores e Horácio vangloriava-se de não ser de elevada estirpe para poder evitá-los. Na segunda ordem ou equestre, figurava gente de diversa posição, desde libertos enriquecidos a pobres veteranos. Quanto à terceira ordem ou proletariado, que durante algum tempo cresceu com a absorvente invasão da escravatura, a sua existência era por demais precária. A clássica divisa do punem et circenses pode aplicar-se à sua imensa maioria, se bem que não faltassem entre eles pessoas acomodadas e mesmo opulentas. A esta classe pertenciam os que exerciam ofícios vis e desonrosos aos olhos dos Romanos. Não faltavam também nas suas fileiras os que
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