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ORIGEM E CRESCIMENTO DO CAPITAL INDUSTRIAL

Por:   •  2/6/2016  •  Resenha  •  1.941 Palavras (8 Páginas)  •  294 Visualizações

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Capitulo II

ORIGEM E CRESCIMENTO DO CAPITAL INDUSTRIAL

O marco inicial do crescimento do capital industrial em Santa Catarina começa em 1880. Com a chegada de novos e de mais imigrantes em Santa Catarina, a ocupação e a fundação de novos núcleos-colônias começaram a se dispersar, saindo do eixo norte-Vale, chegando até ao sul da província. Antes da chegada dos imigrantes ao sul da província, já haviam sido fundados os municípios de Laguna, em 1682; de Tubarão em 1836, e elevado a categoria de município em 1880; de Jaguaruna, em 1867, e elevado a categoria de município em 1891;e outras pequenas localidades. Tanto Araranguá como Jaguaruna e as outras localidades no litoral foram localizadas basicamente por açorianos, que praticavam as atividades de pesca, artesanatos afins, e agricultura de subsistência. Quando afirmamos que no período de 1880 a 1945 predominou o padrão de crescimento baseado na pequena propriedade mercantil e nas atividades tradicionais, não estamos excluindo o planalto serrano. E sabido que a grande propriedade pecuária e extrativista mercantil constituiu a base econômica do planalto serrano por longo período. O padrão hegemônico no Estado era o da pequena propriedade, que ditava o ritmo de grande parte da economia catarinense. Em ambos os regimes de propriedade (grande e pequena), predominava o capital mercantil.

Antes de citarmos sobre a formação econômica de Santa Catarina, é mister  fazer um relato do extermínio da população indígena. Sempre que é contada a história econômica, é tomado como ponto de partida o paradigma de civilização do ‘’homem branco’’. Não é demais lembrar que as terras onde se situa o atual Estado de Santa Catarina já foram povoadas por tribos indígenas: os carijós, que faziam parte do tronco tupi- guarani, e os xoklengs e kaingangs, que pertenciam ao tronco Jê. A população carijó que ocupava o litoral era sedentária e praticava a agricultura e a pesca. Os xoklengs eram nômades, transitavam entre litoral e planalto e viviam da pesca e da caça. Já os kaingangs, que habitavam o planalto, eram seminômades, alimentavam-se do pinhão, praticavam uma agricultura rudimentar, caçavam e coletavam mel e frutos. O extermínio da população indígena seguiu a logica da colonização branca. Com a chegada dos portugueses, os carijós foram parcialmente exterminados, aprisionados e transformados em escravos.

2.1. Colonização e mudanças sociais

Durante o período de 1880 a 1945, podemos dizer que se originaram e cresceram em Santa Catarina as indústrias madeireira, alimentar, carbonífera e têxtil. A metal-mecânica e moveleira também nasceram nesse período, porém iniciaram um crescimento mais acelerado somente nos anos posteriores.

2.1.1 A imigração Europeia

A entrada de imigrantes em Santa Catarina no século XIX acelerou-se pós- 1875, com a politica imigratória financiada pelo governo imperial. P ara os imigrantes se instalarem, necessitavam basicamente de três suportes essenciais: financiamento governamental, terras disponíveis e companhias colonizadoras.

Além das companhias colonizadoras, a construção de estradas carroçáveis, de ferrovias e de portos também foram fundamentais, para fixar os imigrantes, desenvolver o mercado local e integrar a região ao mercado nacional. Para transportar o carvão no sul do Estado, foi construída uma empresa britânica a Estrada Dona Tereza Cristina, iniciada em 1880 e inaugurada em 1884, ligando Lauro Muller aos portos de Laguna e Imbituba. Em 1919, chega o ramal em Criciúma; em 1925 a Urussanga; em 1927, a Araranguá; em 1940 chega a ferrovia em Siderópolis e Treviso.

2.1.1 Movimento Migratório no Oeste

Com o término da Guerra do Contestado dando vitória para os colonizadores e com a assinatura do Acordo de limites, começou efetivamente a colonização no oeste catarinense, por colonos gaúchos descentes de italianos e alemães. Desenvolveu-se no oeste barriga-verde uma colonização baseada no sistema colônia- venda e na pequena propriedade, que era voltada para a economia de subsistência e para a comercialização do excedente, estimulando desde cedo a formação de um mercado interno, que rapidamente se integrou a economia nacional por meio da ferrovia. Havia um universo de pequenas atividades comerciais e manufatureiras como: mercearias, atafonas, mercearias, moinhos. Fábricas de queijo e salame, fábricas de caixas, sapatos e fundição. Esse regime de produção, baseado na pequena propriedade, permitiu uma acumulação lenta e pulverizada e ao mesmo tempo possibilitou o surgimento de uma diferenciação social, em que alguns colonos mais abastados começaram a subordinar o trabalho e a pequena propriedade, tornando-se grandes madeireiros ou proprietários de frigoríficos.

2.2. A integração comercial catarinense no mercado nacional.

No início do século XX, começaram a se consolidar os setores que comandariam a economia catarinense até o início dos anos 1960: têxtil, madeireiro e alimentar. Entre 1880 e 1899 foram fundados apenas 86 novos estabelecimentos industriais em Santa Catarina. De 1900 a 1914 surgiram 392 novos estabelecimentos, essa última expansão citada acabou por mudar o padrão de crescimento da economia catarinense que até então era ditado pelas pequenas atividades mercantis e fabris. Até meados dos anos 1940 a base produtiva da economia catarinense era comandada pelo pequeno e médio capital mercantil. A presença de indústrias com mais de 80 trabalhadores era possível ser verificada em vários setores, mas representava uma pequena parcela no conjunto, tanto na produção como na geração de emprego.

A partir da segunda metade dos anos 1910 até o final dos anos 1920, o valor das exportações catarinense aumentou em seis vezes, ritmo que se manteve nos anos 1930. O aumento das exportações catarinenses para o mercado interno de 1915 a 1929 se deve a partir das seguintes mudanças:

a) a expansão do complexo cafeeiro e seus desdobramentos na expansão urbana em São Paulo;

b) o processo de diversificação econômica ocorrido nos anos 1920 em São Paulo e Rio de Janeiro;

c) a expansão urbana na capital federal;

d) a construção de ferrovias integrando a região Sul à Sudeste e de ferrovias ligando o interior catarinense aos portos;

e) a proximidade com duas praças importantes em nível regional: Curitiba e Porto Alegre.

A oferta de mão-de-obra sempre foi flexível em Santa Catarina, não chegando ao ponto de estrangular por completo a produção das principais mercadorias exportadas. O mercado de trabalho para todos os setores era formado por colonos imigrantes, pescadores açorianos, caboclos de planalto e mão-de-obra oriunda de outros Estados. Nosso Estado respondeu de forma positiva ao aumento da demanda nacional após 1915. O forte dinamismo interno fomentou a interação com os novos meios da economia presentes no âmbito nacional.

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