OS PRIMEIROS AUXÍLIOS PSICOLÓGICOS

PRIMEIROS AUXÍLIOS PSICOLÓGICOS

1. INTRODUÇÃO

Até meados da década de 1970, o auxílio prestados em situações de crise e catastróficas se resumiam em tratar os feridos e na reconstrução das áreas danificadas, sendo desconsiderado o auxílio psicológico. Não obstante, nos últimos anos, a atenção psicossocial tem ganhado relevância devido à grande necessidade de um recurso de recuperação psicológica pós-traumática, pois constatou-se prejuízos a saúde mental advindo de sintomas como medo, angustia e estresse.

 Profissionais da saúde mental são plenamente capacitados para prestar os primeiros auxílios psicológicos, porém há certas situações em que é exigida a rapidez no auxílio à vítima. Assim sendo, tal como os primeiros socorros físicos, há os princípios básicos para o auxílio psicológico para que qualquer pessoa seja hábil em intervenção psicológica imediata, o que resultará na redução de transtornos com efeitos agudos e de longo prazo.

1. AUXÍLIO PSICOLÓGICO

A priori, o auxílio psicológico era fornecido por religiosos através da confissão, onde pessoas em dificuldade relatavam seus problemas, e conseguiam ajuda através de palavras de conforto e conselhos que resultava em confiança porquanto a ética sugerida era o sigilo do confessor.

Atualmente, o auxílio psicológico é fornecido por profissionais através da Psicoterapia, também conhecida como terapia, que consiste em auxiliar questões relacionadas à mente e problemas psicológicos que conturbam a realidade do paciente. Portanto, esse auxílio tem como finalidade a qualidade de vida advinda da saúde mental do indivíduo devido a resolução de seus problemas psicológicos que prejudicam relacionamentos sociais, familiares e consigo mesmo.

O auxílio psicológico é primordial em situações conturbadas e inesperadas porque norteiam as pessoas que encontram-se desorientadas e impactadas com algum advento relevante. Consequentemente, cabe ao psicólogo tratar o sofrimento mental do indivíduo com respeito e empatia, por tratar-se de problemas de caráter subjetivos.

1. PRIMEIROS AUXÍLIOS PSICOLÓGICOS

Trata-se de uma ferramenta de recuperação após eventos traumáticos que oferecem apoio imediato e cuidados básicos necessários com a finalidade de identificar, intervir e encaminhar para tratamento especializado pessoas com predisposição à transtornos psicológicos advindos de eventos críticos.

Os primeiros auxílios psicológicos são úteis para as pessoas que intervém em um evento crítico porque as preparam para ajudar pessoas em choque e/ou em crise, que mostram sentimento de desespero e apatia por encontrarem-se desorientadas, desorganizadas e com emoções intensas.

Os objetivos do Primeiro Auxílio Psicológico são:

1. Reduzir o desconforto inicial causados pelo evento traumático;
2. Proporcionar apoio humano básico;
3. Fornecer informação prática;
4. Mostrar empatia, preocupação, respeito, e confiança nas capacidades de resiliência dos indivíduos.

1. PROTOCOLO PARA O PRIMEIRO AUXÍLIO PSICOLÓGICO

Proposto pelo Nacional Center for PTSD, o primeiro auxílio psicológico é um protocolo de intervenção criado por profissionais com base em experiências de diferentes tipos de intervenção e em evidências sobre reações ao estresse. Assim sendo, os passos apresentados a seguir não devem ser realizados de forma arbitrária:

 

1. CONTATO: As vítimas podem estar, temporariamente, confusas e com seus sentimentos de confiança e segurança abalados. É necessário demonstrar empatia e calma para que se sintam seguras e amparadas.
2. SEGURANÇA: Propiciar um ambiente fora do alcance de riscos e ameaças, verificar as necessidades fisiológicas da pessoa para que se sinta confortável.
3. ESTABILIDADE: Fornece e esclarece informações acerca do desastre, e busca verbalizar com os que estão disposto a compartilhar suas emoções para que a comunicação não seja perdida.
4. COLETA DE INFORMAÇÕES: É a avaliação das reais necessidades das vítimas para que seja providenciada com eficácia a assistência necessária para cada caso.
5. ASSISTÊNCIA: São fornecidas informações de serviços que deem continuidade ao auxílio psicológico.

1. CONCLUSÃO

Catástrofes naturais, acidentes e situações provocadas pelo próprio homem, como os eventos rotineiros de violência urbana e o terrorismo, podem ser os precursores para o processo de crise e trauma em pessoas que enfrentam esses eventos traumáticos porquanto a sua integridade física e/ou psicológica encontram-se significativamente impactada, que as torna, em médio ou longo prazo, pessoas vulneráveis, com transtornos complexos e reféns do medo.

O auxílio psicológico, mesmo sendo uma abordagem de curta duração, perante eventos críticos previne o surgimento de crises e sequelas desde o evento traumático até o acompanhamento da vítima no pós-desastre, pois o apoio imediato trabalha em focos e objetivos pré-estabelecidos, que facilitam com que às vítimas enfrentem a realidade apresentada após o evento crítico.