OS TEXTOS BÁSICOS DE ANTROPOLOGIA
Por: ands84 • 16/5/2020 • Resenha • 987 Palavras (4 Páginas) • 1.187 Visualizações
Franz Boas
Livro: Textos Básicos de Antropologia – Cem anos de tradição: Boas, Malinowski, Lévi-Strauss e Outros
Autor: Celso Castro
Capítulo 3 – Franz Boas e o novo método da antropologia
Páginas: 32 – 42
Franz Boas é um dos precursores da chamada antropologia moderna. Ficou conhecido por romper com a antropologia evolutiva cultural, ou a chamada antropologia comparativa:
“Para Boas, antes de supor que fenômenos aparentemente semelhantes pudessem ser atribuídos às mesmas causas, como faziam os evolucionistas, era preciso perguntar, para cada caso, se eles não teriam se desenvolvido independentemente, ou se não teriam sido transmitidos de um povo a outro.” (CASTRO, 2016, p. 32)
Fez suas primeiras coletas de dados, convivendo com tribos indígenas, conforme pode-se observar no texto proposto, algumas características, se observadas de fora, podem parecer algo similar e natural, mas quando o pesquisador está inserido dentro do contexto da pesquisa, terá um número maior de elementos para pesquisar. Assim, em sua teoria moderna, ele defende que inúmeras características culturais, tem origens comuns, e não são apenas relativas à evolução. Dentro de tais origens comuns, sugere que essas precisam ser estudas historicamente, para se chegar em uma definição de como elas foram passadas de uma para outra, seja na divisão de tribos, ou na mistura cultural entre povos, através de guerras, navegações, escravidão:
“É preciso compreender com clareza, portanto, que, quando se compara fenômenos culturais similares de várias partes do mundo, a fim de descobrir a história uniforme de seu desenvolvimento, a pesquisa antropológica supõe que o mesmo fenômeno etnológico tenha se desenvolvido em todos os lugares da mesma maneira” (CASTRO, 2016, p. 36)
Boas, quando propões seu novo método de estudo, além de sugerir que o antropólogo vá a campo colher as informações, propõe que o campo de pesquisa seja limitado: “A precondição para o estabelecimento de grandes generalizações teóricas e a busca de leis gerais seriam, portanto, o estudo de culturas tomadas individualmente e de regiões culturais delimitadas.” (CASTRO, 2016, p. 32). Castro explica que nesse sentido, o estudo antropológico moderno, passa a estudar a cultura no plural, compreendo cada sociedade de maneira particular, em suas especificidades. (CASTRO, 2016, p. 32). Tal estudo, precisa ter a coleta de dados em campo pelo próprio antropólogo em suas pesquisas, de forma a evitar que dados importantes possam ser perdidos, e que a cultura, diferentemente como proposta pelos evolucionistas, tem uma origem comum, e historicamente foram passadas de alguma maneira, entre as civilizações.
No artigo As limitações do método comparativo da antropologia, escrito por Franz Boas, trazido no livro de Celso Castro, está explícito o objetivo que a nova antropologia deve ter em seus estudos: “O objetivo de nossa investigação é descobrir os processos pelos quais certos estágios culturais se desenvolvem.[...] Queremos saber as razões pelas quais tais costumes e crenças existem [...], descobrir a história de seu desenvolvimento.” (CASTRO, 2016, p. 38-39).
Em sua crítica ao evolucionismo, Franz Boas deixa claro que seu método era diferente pois o próprio antropólogo precisaria ir a campo colher os dados para sua análise: “Segundo Boas, a ausência de pesquisa de campo comprometia o rigor metodológico e científico que deveria fundamentar os estudos antropológicos.” (ASSIS & KÜMPEL, 2011, p. 71). Alegava que quando os evolucionistas faziam suas análises baseados em relatos de outros pesquisadores, e compilavam tais informações de maneira mais geral, sem saber ao certo outros denominadores que poderiam contribuir para aquele fato, fazendo então uma análise superficial. Outro ponto levantado como crítica de Boas ao método comparatista, é o fato deles universalizarem seus estudos, muitos costumes, podem sim ter nascidos simultaneamente em diferentes lugares, mas os fatos precisam ser estudados de forma individual,
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