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Os 25 Anos da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Por:   •  15/12/2022  •  Ensaio  •  20.681 Palavras (83 Páginas)  •  93 Visualizações

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25 anos da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

1995-2020

Uma história tecida por múltiplas vozes


56ª  Legislatura (2019-2022)

1ª Sessão Legislativa Ordinária

Presidente

Rodrigo Maia

1º Vice-Presidente

Marcos Pereira

2º Vice-Presidente

Luciano Bivar

1º Secretária

Soraya Santos

2ª Secretário

Mário Heringer

3º Secretário

Fábio Faria

4º Secretário

André Fufuca

Suplentes de Secretários

1º Suplente

Rafael Motta

2º Suplente

Geovania de Sá

3º Suplente

Isnaldo Bulhões Jr

4º Suplente

Assis Carvalho

Diretor-Geral

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida

Secretário-Geral da Mesa

Leonardo Augusto de Andrade Barbosa

Ficha técnica

Projeto gráfico e capa

Serviço de Publicidade

Texto

Carlos David Carneiro Bichara

Pesquisa

Carlos David Carneiro Bichara

Clotildes de Jesus Vasco

Diretoria Legislativa

Afrísio De Souza Vieira Lima Filho

Departamento de Comissões

Wagner Soares Padilha

Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Secretária-Executiva

Marina Basso Lacerda

Chefe de Serviço

Clotildes de Jesus Vasco

Assessoria legislativa

Adalberto Angelo Custodio

Adla Micheline de Sousa Oliveira

Andréia de Andrade Taborda

Clemilda Souza Neto Pimentel Ferreira

Lucas Assis Nascimento

Mariana Trindade Oliveira

Rogerio Augusto Neuwald

Simone Machado de Mendonça

Comunicação

Elen Pedro Calvi Filho

Fernando Luis Brito da Silva


Sumário

1.        O contexto de criação        5

2.        Uma atuação para muito além da função legislativa        10

2.1.        Audiências públicas, seminários e fóruns: contribuindo para a construção de uma esfera pública de debate acerca dos direitos humanos        11

2.2.        Construindo a arquitetura institucional de proteção e promoção dos direitos humanos no Brasil        22

2.3.        Entre diligências, denúncias, relatórios e mediações: uma atuação direta em defesa dos direitos humanos        29

3.        Legislando e pautando políticas públicas de direitos humanos no Brasil        41

4.        Escrevendo as próximas páginas: do ano presente ao futuro da luta por direitos humanos no Brasil        49



  1. O contexto de criação

Em uma coletânea de artigos publicada em 2014, o jurista e historiador Samuel Moyn faz uma advertência que pode ser bastante útil aos militantes, estudiosos ou interessados no tema dos “direitos humanos”. Para Moyn, estes não devem ser tomados como um conjunto de ideias insulado da história ou como um artefato pronto para ser descoberto por certos atores no “momento certo”. Ao se opor à lógica dos direitos humanos como presente celestial ou fruto de um progresso moral linear, o jurista e historiador procura chamar atenção para as histórias que foram suprimidas, as gramáticas próprias dos atores e suas apropriações dos termos políticos nos mais diferentes contextos[1].

Nesse sentido, para contar parte da história da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM)[2], talvez seja bastante útil mencionar alguns processos anteriores de apropriação e mesmo criação por diversos movimentos sociais e entidades da sociedade civil, em suas lutas concretas, da gramática dos direitos humanos. Ainda que eles não possam aqui ser detalhados, é certo que envolvem, por exemplo, a forte parceria estabelecida entre parte da Igreja Católica e movimentos sociais indigenistas e camponeses contra a violência no campo ainda na década de 70, quando a tradução de injustiças e reivindicações há muitos existentes como questões de “direitos humanos” colaboraram para a denúncia internacional da situação vivenciada no Brasil sob a ditadura militar[3].

Essa estratégia, que viria a ser chamada por Paulo Sérgio Pinheiro de “mobilização da vergonha”, perdurou, na década seguinte, tendo como eixo, inicialmente os setores religiosos, que se mobilizaram para denunciar internacionalmente outras injustiças, como a repressão, a tortura e o desaparecimento de presos políticos, como violações de direitos humanos. Posteriormente, a luta de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ainda sob o regime autoritário, pela restauração do habeas corpus, pela revogação do AI-5 e pela campanha da Anistia, como lutas por direitos humanos[4], consistiriam em um outro eixo importante de apropriação dessa gramática por atores fundamentais no contexto da redemocratização brasileira.

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