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Proletário de Todo o mundo, uni-vos, hoje

Por:   •  24/5/2018  •  Resenha  •  1.096 Palavras (5 Páginas)  •  202 Visualizações

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“Proletário de todo o mundo, uni-vos, hoje”[1]

Isamara Rodrigues de Moura[2]

Sérgio Muniz[3]

MARX, Karl. Textos de Marx. In: WEFFORT, Francisco C. (Org). Os Clássicos da Política. 11. Ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 253-278.

  Investigador da Filosofia, Sociologia e Política; Karl Heinrich  Marx será explanado, juntamente aos seus pensamentos nesse texto. Alemão nascido em 1818, extrairá de suas pesquisas o material que esboça sua concepção acerca do contexto em que estava inserido : os reflexos das duas grandes revoluções ( Francesa e Industrial) , dentre os quais destacam-se a ascensão burguesa e a formação de uma classe subserviente – o Proletariado, que por sua vez, encontra-se em uma situação de violência, criada pelas condições adversas do trabalho.  Em  Manifesto Comunista e O Capital , duas de suas obras, encontram-se o ideais do autor em busca da organização de uma sociedade não hierarquizada, promovida através de uma possível união dos espoliados.  

  A transição das estruturas feudais para as capitalistas consistiu em um gradativo processo, de tal forma que chegaram a coexistir. Aos poucos, a fragmentação de poder medieval foi substituída por um estado centralizado, absolutista, que se mostra benéfico aos anseios econômicos dos futuros opressores. Estes, por sua vez, almejavam mais, não queriam a permanência de uma situação em que por um lado tivessem um avanço em seus negócios, no entanto, por outro eram submetidos a arcarem com parte da “máquina sedentária estatal”. Nesse sentido, apelam para uma pseudounião com o povo, em geral, em prol do estabelecimento de um governo que resguardasse a igualdade civil.  Instaura-se, desse modo, o comando burguês, que ao invés de sepultar as marcas autoritárias do passado, inicia uma fase caracterizada pela acentuada industrialização aliada a uma força de trabalho que se sujeitava a viver em função do tempo: a jornada intensa somada às terríveis circunstâncias do ambiente laboral e as poucas horas destinadas a família constituíam a rotina dessa massa que obtinha em troca um mísero salário para que se mantivessem vivos. É em meio a essa dualidade de burguesia versus proletariado, que surgirão os princípios marxistas que aspiram à uma destruição do modelo social da época.

  Diferentemente de pensadores como August Comte que acreditavam que a saída para as novas problematizações estava no restabelecimento de uma ordem, Marx analisava o conflito de classes – motor da história – e verificava a necessidade de uma união por parte dos operários, uma vez que estes tinham de lidar com questões referentes, por exemplo, a divisão do trabalho: onde antes se tinha o artesão como autor total da produção, agora havia um corpo de funcionários, em que cada um desempenhava uma função específica na linha de montagem, o que acarretava a não exigência de habilidades que antes eram indispensáveis e o desprendimento entre os “produtores e produto final”, assim o estresse era marca registrada no dia-a-dia, a isso se dará o nome de alienação. Além disso, a disparidade entre os lucros obtidos pelos detentores das máquinas e a irrisória remuneração dada aos espoliados foi também observada pelo sociólogo e configura a chamada mais-valia, que se junta aos anteriores transtornos citados constituindo exemplos dentro do conjunto de agressões, as quais tinham de enfrentar.

  A Comuna de Paris  deveria ser a referência ao mundo: Karl tinha o desejo incessante de que uma nova revolução se concretizasse, esta deveria ser liderada pelo operariado, que não poderia cometer o mesmo erro que os eventos anteriores que prometiam mudanças radicais em relação ao bem-estar da sociedade como um todo, mas que na verdade só alteravam os elementos da pirâmide hierárquica ( como ocorreu na Revolução Francesa); a nova estrutura deveria ser horizontal, em que todos possuíssem os mesmos direitos, mas para isso, haveria o domínio da classe antes subjugada, objetivando a retirada dos instrumentos de poder das mãos do burguês.

  Contrário a essa idealização, no entanto, pode-se citar Friedrich Nietzsche, que se mostra avesso às propostas de promoção da igualdade, já que essas representam um empecilho aos avanços dos possuidores de grande quantidade de bens. Assim, infere-se que para ele a manutenção de uma sociedade pautada em desequilíbrios sociais é o melhor, uma que o mesmo afirma – nas entrelinhas de seu pensamento – que as grandes personalidades devem servir com inspiração aos demais, esses deverão carregar consigo uma inveja que auxiliará para os seus possíveis crescimentos econômicos.

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