Questões Sobre o Filme O nome da rosa
Por: Daniele Alves • 15/6/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.296 Palavras (6 Páginas) • 5.064 Visualizações
Análise do Filme “O Nome da Rosa”
- Faça um resumo do filme, apontando 3 pontos que mais lhe chamaram a atenção.
O filme se passa na Idade Média, trata de investigações acerca de assassinatos misteriosos cometidos em um mosteiro, que são, de início, atribuídos as forças malignas.
Inicia-se com chegada do monge franciscano Willian de Bskerville, com seu noviço Adso de Melk, para decidir se a igreja deveria doar parte de suas riquezas ao mosteiro, o qual muda o foco de sua visita e começa a investigar o assassinato de um monge, que todos pensavam ter se jogado de cima de uma torre, porém, conforme as investigações vão se aprofundando mais mortes acontecem e Willian, que era um homem racional e desligado das visões teocêntricas da época, descobre que os crimes estavam ligados a biblioteca do mosteiro.
Juntamente com seu assessor, Willian procura descobrir o que havia naquela biblioteca, e lá descobre a existência de livros proibidos de serem lidos, guardados para que as pessoas não pudessem conhecer o teor existente e não viessem a contestar a igreja católica, porém alguns curiosos acabaram lendo alguns livros, foram envenenados por arsênico ao passarem o dedo na folha e na língua a fim de mudar a página do livro, e acabaram morrendo.
Willian de Bskerville tinha um grande temor com relação ao Grão-Inquisidor, Bernardo Gui, que chega ao mosteiro para tentar desvendar os crimes, e esse atribui a culpa ao Remigio de Vigare, Salvatore e uma moça que sempre estava pelo local prestando, conforme dito no filme, favores sexuais aos monges em troca de comida, e assim fez o julgamento dos três, e os culpou pelos assassinatos e os condenou a morte.
O temor de Willian estava relacionado à época que fora inquisidor, pois por discordar de uma sentença, acabou sendo condenado por heresia e só não foi morto, porque se retratou publicamente, e assim acabou por levar a morte um inocente, que apenas foi condenado por ter traduzido um livro, desde então, Willian possuía grande temor a respeito da inquisição.
O filme termina com a descoberta por Willian de Bskerville dos livros escondido na biblioteca, a qual pegou fogo, e os livros que estavam guardados também se acabaram coma as chamas, assim, com a resolução dos crimes, Willian juntamente com seu noviço vai embora do mosteiro.
Os pontos importantes do filme foram à atribuição de forças demoníacas a tudo de ruim que acontecia, a figura da mulher como instrumento do diabo, a racionalidade de Willian de Bskerville, que, apesar da época que vivia e por fazer parte da igreja, era um homem racional, com uma visão além da religião, mostrando que estava muito a frente de seu tempo, e a parte do filme na qual Ubertino de Casale perguntava porque os monges estavam rindo, alegando que rir não era normal para as pessoas e sim para os macacos, porém foi contestado por Willian que disse que o riso fazia parte do ser humano, pois mostrava que a pessoa estava viva.
2. O monge franciscano William de Baskerville ao encontrar a biblioteca faz várias observações, dentre elas:
“Ninguém deveria ser proibido de consultar esses livros”
“Os livros contêm uma sabedoria diferente da nossa e ideias que nos fariam por em dúvida a palavra de Deus”
“A dúvida é inimiga da fé”.
A partir de tais observações, responda como era visto e tratado o conhecimento na época em que se passou o filme, principlamente pela Igreja. Faça-o de forma justificada e apontando, pelo menos, um exemplo retirado do filme.
O conhecimento da época era teocêntrico, tudo era explicado através da bíblica, em que Deus era o centro do universo, apenas um pequeno grupo seleto de pessoas tinham acesso aos livros, pois as pessoas não poderiam descobrir a verdade dos fatos, não poderiam se tornar racionais, seres pensantes, tinham que acreditar naquilo que era dito pela igreja católica e caso alguém contestasse a verdade pregada pela igreja era considerado herege. Como vimos no filme, para que ninguém soubesse o que os livros contavam a respeito do mundo, as páginas eram envenenadas e aqueles que fossem curiosos e tentassem fazer a leitura eram envenenados e consequentemente morriam, os livros eram guardados em uma biblioteca, onde algumas pessoas apenas tinham acesso, para que a verdade sobre o mundo não se tornasse pública, e a Igreja perdesse o poder que detinha.
3. A partir da frase de William de Baskerville “Quem contesta o veredicto de um inquisidor é culpado de heresia”, teça considerações justificadas de era tratada a “verdade”? Responda justificadamente apontando, pelo menos, um exemplo retirado do filme.
A igreja possuia o poder da época e as pessoas não tinham o acesso ao conhecimento, aquele que cometesse qualquer ação que fosse contra os princípios da igreja católica era considerado herege, assim somente a igreja era detentora da verdade, era um mundo teocêntrico, Deus estava no centro de tudo, e como o inquisidor era a autoridade da igreja, a sua verdade não poderia ser contestada, pois agia em nome de Deus, e como tal, a sua verdade prevaleceria. A inquisição bloqueava a possibilidade de contestação (Sei também que quem contesta o veredicto de um inquisidor é culpado por heresia.) e William descreve sua vida como importante relato de tal acontecimento: “Eu fui inquisidor, mas no começo quando a Inquisição se esforçava para guiar, não para punir. Uma vez presidi o julgamento de um homem, cujo único crime fora traduzir um livro grego, que conflitava com a Sagrada Escritura. Bernardo Gui queria condená-lo como herege. Eu absolvi o homem. Gui me acusou de heresia por tê-lo defendido. Apelei para o Papa. Fui preso, torturado e me retratei.” Esse é exemplo de que não poderia ser usado o método racional naquela época, pois mesmo que William tenha absolvido o homem que apenas traduziu um livro, o homem foi queimado. Num mundo dominado pela desrazão o uso da razão era perigoso. O grande defeito de William é que ele pensava demais para a época.
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