RESENHA CRÍTICA DO FILME OS SETE DE CHICAGO
Por: AndressaAlves240 • 26/5/2021 • Resenha • 983 Palavras (4 Páginas) • 182 Visualizações
AUTORA: ANDRESSA ALVES DE OLIVEIRA SOUZA
O filme, baseado em fatos reais, conta a história de um julgamento de oito ativistas políticos (Abbie Hoffman, Jerry Rubin, David Dellinger, Tom Hayden, Rennie Davis, John Froines, Lee Weiner e Bobby Seale) que ao idealizar um protesto pacífico na Convenção Nacional do Partido Democrata de 1968 (evento que anunciou a candidatura de Hubert H. Humphrey à presidência), tiveram seus planos frustrados e foram injustamente acusados de pelo governo dos Estados Unidos de conspiração, incitação à revolta e outras denúncias relacionadas a protestos em Chicago.
É importante ressaltar que o filme é ambientado em 1968, ano de marcos históricos, como o assassinato de Martin Luther King (que influenciou o movimento dos Panteras Negras), e do presidente Robert F. Kennedy, a Guerra do Vietnã e a intensificação da luta pelos direitos civis. Diante dessa conjectura histórica o filme mescla cenas reais (de arquivo) com as gravadas para o filme que são colocadas em momentos chaves no início, meio e fim da obra. O que proporciona ao espectador mergulhar de cabeça nos fatos e mostra a veracidade e gravidade das situações relatadas.
O filme é sobre a (in)justiça do sistema político que apesar de teoricamente não estar atrelada à política, no filme é demonstrado uma relação direta entre esses dois poderes. Tanto é que desde do início um dos protagonistas, Abbi Hoffman (Sacha Baron Cohen), deixa claro que se trata de um “Julgamento Político”, sendo incialmente desacreditado pelos seus colegas e pelo advogado de defesa. No entanto, diante da descoberta do motivo que levou o procurador geral a “escolher” os oito ativistas para serem responsabilizados pelo desastre do protesto, chegaram a conclusão de que que Abbi estava correto em sua análise.
Apesar de contar com episódios ocorridos há cinco décadas, o roteiro aborda assuntos que ainda fazem parte da realidade da maioria dos países, como a questão da perseguição política, da violência policial e do descrédito das instituições públicas. É evidente que o diretor busca sempre enfatizar como a democracia e as liberdades são ameaçadas por abusos governamentais.
Apesar de serem movidos pela mesma causa, os ativistas faziam parte de grupos distintos no protesto. Abbie Hoffman, liderava o grupo de hippies. Jerry Rubin comandava a tribo da contracultura e Tom Hayden, chefiava a organização de universitários de classe média 'bem comportados'. Apesar das divergências pessoais, o elenco foi crescendo à medida que o filme aborda suas diferenças internas, sendo perceptível a superação dos mesmos, ao entender que lutavam pela mesma causa, mas com maneiras diferentes.
Dentre os “escolhidos”, um ativista foi acusado de homicídio de um policial e de conspiração com os demais, sendo que o mesmo não possuía nenhuma evidência que comprovasse essa acusação e ainda teve a todo instante o seu direito de autodefesa negado sem nenhum motivo concreto e justo, além da parcialidade e crueldade do juiz. Bobby Seale foi humilhado, algemado, acorrentado e amordaçado ''em pleno espaço de um tribunal americano'' por ordem do juiz do caso, Julius Hoffman que além de praticar lawfare, ou seja, utilizar da lei como estratégia de guerra política, demonstrou na prática o racismo institucional – no caso do filme, por parte da própria Justiça federal.
Seale, que era o presidente dos Panteras Negras (o movimento que foi uma resposta da população negra dos EUA contra a segregação e o racismo que existiam no país), e incluído à força na acusação inicial, acabou sendo julgado em separado. Pois não mantinha qualquer relação com os indiciados por conspiração e por incitar a desordem, nem era uma ''ameaça à segurança pública por parte de
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