RESENHA DO FILME "EU, DANIEL BLAKE"

DIREITO DO TRABALHO

    RESENHA FILME “EU,DANIEL BLAKE”

                                    9º PERÍODO

Aluna: Débora F. S. Machado

A trama “Eu, Daniel Blake”, produzida no ano de 2016, dirigida por Ken Loach, retrata a vida de Daniel Blake e de Katie e seu casal de filhos. A obra traz emoção e drama sem perder o fio da crítica à morosidade e burocracia do assistencialismo estatal, e instigam uma reflexão sobre o maior mal da sociedade: o próprio ser humano e sua falta de empatia com aqueles de sua própria espécie.

Daniel Blake, o personagem principal, é viúvo, marceneiro e este sofreu um ataque cardíaco ficando impossibilitado para o tra[pic 1]balho, devido ao seu cardiologista não ter lhe permitido voltar ao trabalho, mas para o Estado o mesmo e considera apto, tendo os seus benefícios cortados, necessitando entregar currículos, preencher formulários estressantes, enfrentar filas, passar horas no telefone para tentar conseguir  resolver sua situação. 

Com tudo isso, Daniel faz amizade com Katie, a qual depois que ela é sancionada por chegar atrasada para um compromisso no mesmo local que Dan está, onde o mesmo defende a mesma, sendo ambos escorraçados do local pelo segurança. A vida de Katie não é nada fácil, a mesma é desempregada, não recebe auxílio do governo, e deixa de comer para alimentar seus filhos, o que faz a mesma em dado momento a furtar materiais básicos de higiene para si mesmo, por não ter condições de comprar e por estes não serem disponibilizados no banco de alimentos

Depois que ela é pega furtando um supermercado, um segurança oferece um trabalho como prostituta. Daniel a surpreende no bordel, onde ele implora que ela desista do trabalho, mas ela insiste em lágrimas que não tem outra maneira de alimentar seus filhos.

As condições impostas para que Daniel consiga o subsídio de canforado a emprego e que o mesmo deve continuar procurando emprego, o que é uma perda de tempo, pois o mesmo não pode trabalhar, com isso o personagem principal se revolta e deixa uma manifestação em forma de “pichação” nos muros do local de avaliação de capacidade ao trabalhe com a frase de “Eu, Daniel Blake, exijo minha data de apelação antes de morrer de fome". Os transeuntes o apoiam, mas os seguranças chamar a polícia para o mesmo, sendo este preso em flagrante delito, e por ser portador de bons antecedentes criminais este logo após e solto.

Após, várias tentativas, chega o dia do apelo, e Daniel, acompanhado de Katie, vão ao tribunal, onde seu advogado, o instrui e garante que o mesmo tinha boas chances no apelo, porém o mesmo ao ir no banheiro sofre um ataque cardíaco e falece. No dia do funeral de Daniel, Katie lê uma carta que o mesmo pretendia ler no tribunal, que descrevia seus sentimentos sobre como o sistema de assistência social falhou com ele, tratando-o como um cachorro, em vez de um homem orgulhoso de ter pago suas dívidas à sociedade.

Nota-se que Daniel foi totalmente negligenciado, e que sua morte teve causa por conta de todo estresse que o processo estava lhe causando, e por todos o esforço que o mesmo tinha que fazer. O estado falhou com Daniel Blake e com Katie, os quais sofreram as consequências de pessoas mal preparadas para lhe auxiliarem no processo, pelo Estado não pensar nas pessoas com suas condições.

O filme é um retrato dos efeitos da crise sobre os trabalhadores; e o que vivemos no Brasil não se difere do filme, pois com as filas intermináveis por emprego, o aumento do número de moradores de rua, o fim de muitos direitos trabalhista, somente dificultam a vida dos cidadãos brasileiros.