REFLEXÃO SOBRE OS FILMES “EU, DANIEL BLAKE” E “PRECIOSA UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA.

REFLEXÃO SOBRE OS FILMES “EU, DANIEL BLAKE” E “PRECIOSA UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA.”

Ligiane Santos

Sobre “Eu, Daniel Blake”

O filme “Eu, Daniel Blake” retrata a história de um homem que após um ataque cardíaco é proibido de voltar ao trabalho pelos médicos. Sendo o seu trabalho a única forma de se manter, ele se vê “obrigado” a buscar seus direitos como cidadão junto ao Estado para receber o auxílio previdenciário. Entretanto, ao comparecer ao órgão responsável, o personagem é recebido e tratado de forma “mecânica” e fria pelos funcionários. Seu pedido é negado e ele fica sem saber como se sustentar, já que não está habilitado para voltar ao trabalho.

O personagem de Daniel ainda expõe toda a burocracia existente para a comprovação da necessidade dos benefícios, desde a entrevista do início do filme onde lhe são direcionadas perguntas referentes a sua saúde física externa, até no momento de recorrer ao pedido, onde ele deve preencher formulários via computador mesmo afirmando para os funcionários que não sabe como fazer.

Nesse meio tempo, Daniel conhece Katie, uma mãe solteira que está passando por necessidades parecidas com as dele, ela não consegue arrumar emprego e precisa de ajuda para conseguir prover sua família, surge então uma grande amizade entre os dois, e eles se ajudam como podem.

Com o passar do tempo, as dificuldades vão aumentando, Katie se vê obrigada a entrar para a prostituição como forma de complementar o pouco de renda que tem, Daniel vende todos os móveis de sua casa, ficando apenas com suas ferramentas na esperança de poder retornar ao trabalho em breve.

Sobre “Preciosa uma história de esperança”

O filme conta a história de Claireece “Preciosa” Jones, uma jovem de 16 anos que reside em um ambiente familiar hostil de pura violência física, sexual, psicológica, verbal e moral.

Tanto em casa como na rua e na escola, no dia a dia de preciosa a discriminação, bullyng e violência estão presentes. Ao engravidar pela segunda vez de seu abusador (o próprio pai), ela é expulsa da escola e encaminhada para uma escola alternativa.

Lá ela conhece a professora Rain, que com o tempo consegue auxilia-lá em diversas questões.

Sobre eles:

É possível notar nos dois filmes a denúncia sobre a precarização dos serviços públicos e o despreparo da maioria dos funcionários ao atender os indivíduos em vulnerabilidade. Na cena em que a assistente social vai até à casa de Preciosa, executa seu trabalho de forma negligente ao conceder o benefício sem realizar uma observação mais ampla da situação. A escola por intermédio da diretora, que até o momento da descoberta da segunda gravidez da menina não se preocupavam com o fato dela não avançar educacionalmente ou não se socializar com os colegas e professores, acham mais viável encaminhá-lá para uma instituição alternativa do que investigar as causas da gravidez precoce e extrema introversão de Preciosa.

No caso de Daniel, a entrevistadora insiste em manter as perguntas fechadas sobre a situação, sem considerar quando o personagem por