RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ - RJ

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ, NO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU.

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo a análise das degradações e impactos ambientais causados pela ação humana na Reserva Biológica Federal do Tinguá, especialmente no município de nova Iguaçu. Bem como demonstrar a importância da preservação desta área de mata atlântica localizada no Estado do Rio de Janeiro. Tem por finalidade também chamar a atenção para as consequências da interferência humana e suas atividades predatórias, na biodiversidade existente na região. E, apontar uma possibilidade de alteração da categoria da Unidade de Conservação, visando à geração de recursos financeiros para a efetiva manutenção e proteção da reserva.

        

Palavras-chave: Reserva; Rebio; Tinguá; Nova Iguaçu;

1. INTRODUÇÃO

A Reserva Biológica, também chamada de REBIO, é uma área natural instituída pelo poder público, visando preservação integral de todos os seres vivos daquele ambiente e dos demais recursos naturais.

Esta espécie de Unidade de Conservação está entre as mais restritivas. Não são permitidas as interferências diretas do homem ou qualquer tipo de modificações ambientais. A visitação pública só é permitida para pesquisas cientificas e educacionais, entretanto, é necessária autorização prévia do órgão gestor da Rebio, em ambos os casos.

O Rio de Janeiro possui 03 unidades de conservação na categoria de reservas biológicas federais, uma delas é a Reserva Biológica Federal do Tinguá, abrangendo 6 municípios, sendo a maior parte localizada no município de Nova Iguaçu.

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(Entrada da Reserva Biológica do Tinguá - Nova Iguaçu/RJ).

1. RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ

A Reserva Biológica do Tinguá – Rebio Tinguá, é uma Unidade de Conservação Federal, criada em 1989, através do Decreto nº 97.780 de 23 de maio de 1989. Em março de 1991 foi declarada como Reserva da Biosfera - Patrimônio da Humanidade, pela Unesco.

 Localizada entre a Baixada Fluminense e a Serra do Mar, abrange uma área de 24.812,90 hectares e compreende os municípios de Nova Iguaçu (onde se encontra a sede administrativa), Duque de Caxias, Miguel Pereira, Petrópolis, Queimados e Japeri. É administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma Autarquia do Ministério do Meio Ambiente, e foi criada com o objetivo de proteger a Mata Atlântica e os demais recursos naturais, bem como garantir o desenvolvimento de pesquisas científicas e ações de educação ambiental.

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         (Área da Rebio-Tinguá / RJ).

Recursos hídricos

A história de proteção desse território começou ainda na época do Império, quando Dom Pedro II, em 1833, decretou a proteção de algumas fazendas, tornando-as ‘florestas protetoras’, em função da importância dos mananciais de água nelas existentes.

No interior da Rebio do Tinguá ainda existem represas e aquedutos construídos na época do Império. São 32 captações de água dentro da reserva, com estruturas históricas, em ótimo estado de conservação.

“Elas abastecem cerca de dois milhões de habitantes na Baixada Fluminense”, explica Silvia Souza, que desenvolve uma tese de doutorado na Uerj sobre a importância hídrica do Tinguá. “De lá vem, como nos tempos de Pedro II, a água de melhor qualidade do estado. Tão limpa que dispensa o tratamento químico intensivo pelo qual passa a do Guandu”, destaca a chefe da reserva, Virgínia Talbot.

A Rebio do Tinguá abriga nascentes que formam as principais bacias hidrográficas do estado do Rio de Janeiro. Os rios que nela nascem são o Rio Santana e o Rio São Pedro, que deságuam no rio Guandu. Os rios que drenam a reserva deságuam na Baía de Guanabara, através dos rios Estrela e Iguaçu.

Sua história está intimamente ligada ao processo de crescimento da Baixada Fluminense e da cidade do Rio de Janeiro. A unidade é de vital importância para a preservação dos mananciais responsáveis pelo abastecimento de parte do estado, e quase 80% da Baixada Fluminense.

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(Reservatório Rio D'Ouro, construído em 1880).

Fauna e Flora

A Reserva Biológica do Tinguá exerce a função de corredor ecológico entre as áreas protegidas e conservadas da Mata Atlântica no sudeste brasileiro. Possui importante função biológica para a conservação de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, e espécies da flora. No território da Rebio foi descoberto pelo pesquisador Eugenio Izecksohn da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o menor anfíbio do mundo, o sapo-pulga.

Muitas espécies ainda não foram catalogadas pela Ciência, e outras já se encontram em processo de extinção, como a onça parda.

Entre as espécies da fauna ainda presentes nesta unidade de conservação estão o Veado mateiro, o Bugio, o Macaco prego, o Muriqui do sul, a Jaguatirica, o Gavião-pomba, o Gato-maracajá, o guaxinim, a Onça-parda, a preguiça, o tatu, o tamanduá-mirim e a Águia-cinzenta.

Entre os exemplares da flora que podem ser encontrados na região estão a figueira-do-brejo, ipê-do-brejo, pindaíba, pau-de-tucano, jacatirão, canelas, palmito (espécie cada vez mais rara) e o xaxim, ameaçado de extinção.

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(Muriqui-do-sul, espécie protegida pela Rebio do Tinguá) 

3 - DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA REBIO TINGUÁ – NOVA IGUAÇU        

A Reserva Biológica de Tinguá deveria ser uma área intocada, por ser uma categoria de Unidade de Conservação que não permite a interferência direta humana. Entretanto, as práticas criminosas contra o meio ambiente, dentro e no entorno da reserva, especialmente no município de Nova Iguaçu, ocorrem desde antes de sua criação.

A Rebio vem sofrendo com a ação de caçadores, “palmiteiros”, com a ocupação desordenada em seu interior e entorno, e com as áreas de lazer ilegais ao longo da reserva, no bairro do Tinguá, Nova Iguaçu.