ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO ESTAR LÁ
Por: Giulliane Bispo • 20/10/2020 • Ensaio • 697 Palavras (3 Páginas) • 104 Visualizações
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Aluna: Giullia de Oliveira
Turma : 1º C
Curso : Direito
Disciplina: Antropologia
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO: Estar Lá
A Atividade de Campo aconteceu no cenário da Rodoviária da Cidade de Taubaté, o Terminal Urbano fica no área central da cidade, ao lado de um parque, próximo do comércio e de instituições de ensino.
O Prédio da Rodoviária tem uma arquitetura muito antiga, com tons escuros e assombreados, e apesar da aparência não tão bela, as instalações contam com rampas de acessos para portadores de necessidades especiais e uma limpeza considerável. É um local funcional, que atende um grande número de cidadãos, os ônibus que ali param, embarcam para todos os bairros da cidade, e também para as cidades vizinhas como Tremembé, Caçapava e Pindamonhangaba, além de dois pontos de táxi que ficam na lateral e na frente do Terminal. O local mantém a impressão de ser seguro para seus usuários, existem balcões de informação das empresas de transporte e como ponto forte de segurança um posto da Policia Militar.
O momento da realização da Atividade de Campo foi em uma sexta-feira no período noturno, por volta das 21:00. Pode-se observar as pessoas que circulavam na Rodoviária e as pessoas que ali trabalhavam, era final de expediente para o comércio local, muitas das lojas/ praça de alimentação estavam em processo de fechamento, praticando a limpeza interna e fechamento de caixas; o fluxo de pessoas era baixo devido ao avançado da hora, e ficava bem explicito no semblante de boa parte das pessoas o cansaço de um final de sexta-feira.
Estações Rodoviárias existem para idas e vindas, embarques e desembarques, retornos que pelo tempo presente para realização da atividade foi percebido que não era tão rápido.
Foram ouvidas duas senhoras que estavam no Terminal aguardando ônibus para retornar para casa, a primeira de 46 anos que voltava do trabalho e estava a espera de sua condução a mais de uma hora, ela relatou que aquela era a rotina diária dela, e que era muito cansativo essa espera pois normalmente levava-se mais tempo aguardando o ônibus do que o trajeto em si para casa, mas como não havia outra opção tinha que enfrentar essa realidade todos os dias. A segunda senhora que foi ouvida possuía 84 anos, tinha uma aparência saudável e era lúcida, ela voltava do culto na igreja próxima da Rodoviária, estava aguardando seu ônibus já um certo tempo e enquanto aguardava conversava com a primeira senhora ouvida, foi perguntado se ela normalmente andava sozinha no período da noite, se a família não se importava e se ela não tinha medo, a mesma respondeu que não, que estava indo e voltando da Casa do Senhor, não tinha do que temer, que a família não se importava com as saídas dela mesmo com o avançar da idade e falta de segurança nas ruas, e que sempre ela encontrava alguém para conversar nos momentos de espera.
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Figura 1: Senhora de 84 anos
Continuando as observações do cenário, foi notável o quanto as pessoas vivem em um mundo virtual, com a exceção das senhoras ouvidas, que estavam em momento de conversa na hora da aproximação, todas as demais estavam conectadas em seus aparelhos eletrônicos, as pessoas não se olham, não interagem, até mesmo as estavam visivelmente acompanhadas, os pares não se comunicam e os grupos também não, havia um mundo online que deixava as pessoas só de corpo presente enquanto aguardavam a hora do embarque.
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