Redação Crise Penitenciária

Tema: Crise penitenciária no Brasil.

 No limiar do século XVIII, o Iluminismo pregava que uma sociedade só progride quando seus cidadãos mobilizam-se para resolver os problemas de outras parcelas do corpo social. Indo contra esse ideário, é notório perceber que no Brasil pouco se tem feito para combater à crise no sistema penitenciário. Isso é constatado não só devido à ineficiência por partes dos órgãos governamentais, mas também por conta da indiferença populacional.

A princípio, conforme a Lei da Inércia de Isaac Newton, o corpo tende a permanecer em movimento até que uma força suficiente atue sobre ele mudando o seu percurso. Nesse sentido, observa-se que ao invés de agir como a força suficientemente capaz de mudar o curso desse contratempo, a ineficiente política de gerenciamento dos presídios brasileiros acaba contribuindo para situação atual, haja vista o descaso com os presos, os quais ficam submetidos as condições desumanas que excede sua punição jurídica, uma vez que esses ambientes são superlotados, inseguros e insalubres.

Ademais, segundo o verso do poema de Carlos Drummond de Andrade, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Nessa lógica, percebe-se que a indiferença populacional se torna um obstáculo no combate à crise do sistema penitenciário brasileiro, tendo em vista que muitos acreditam que os presídios precisam ser ambientes, não apenas de restrição da liberdade do indivíduo, mas também locais de desrespeito aos direitos humanos o que agrava cada vez mais esse entrave.

Diante dos argumentos supracitados, medidas são necessárias para mudar esse cenário. Para isso, é mister que o Poder Judiciário reorganize prioridade e divida responsabilidade nesse assunto, através de políticas públicas, no sentindo de estabelecer a melhorias no gerenciamento e estrutura dos presídios. Aliado a isso, seria interessante que o Ministério da Educação instituísse nas escolas, palestras, debates e oficinas ministradas por profissionais da área que discutam a crise no sistema penitenciário brasileiro, de modo que o tecido social se desprenda de certos preconceitos. Somente assim, a realidade se distanciara da física newtoniana e a problemática mudará o seu percurso da permanência para extinção.

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