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Reflexão sobre a cultura de paz e os conflitos político-ideológicos nas redes sociais: comunicação não violenta

Por:   •  10/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.856 Palavras (16 Páginas)  •  419 Visualizações

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ADELVAN REIS SANTOS

ADRIELE BATISTA DOS PASSOS

ALANA BRANSFORD SILVA SENA

CARLINDA OLIVEIRA DE SOUZA ALVES

EMANUELA ALMEIDA DOS SANTOS

ISAÍAS DAMACENO DO PRADO JUNIOR

SAMUEL SANTANA DA SILVA

SANTIAGO BARBOSA CAMARA

REFLEXÃO SOBRE A CULTURA DE PAZ E OS CONFLITOS POLÍTICO-IDEOLÓGICOS NAS REDES SOCIAIS: comunicação não violenta

ITABUNA – BA

2019


Adelvan Reis Santos

Adriele Batista dos Passos

Alana Bransford Silva Sena

Carlinda Oliveira de Souza Alves

Emanuela Almeida dos Santos

Isaías Damaceno do Prado Junior

Samuel Santana da Silva

Santiago Barbosa Camara

REFLEXÃO SOBRE A CULTURA DE PAZ E OS CONFLITOS POLÍTICO-IDEOLÓGICOS NAS REDES SOCIAIS: comunicação não violenta

Trabalho apresentado na disciplina Projeto Integrador I, do curso de Direito, 2º semestre, como requisito parcial para obtenção de aprovação.

Professor Rodrigo Eduardo Rocha Cardoso

ITABUNA – BA

2019


  1. Introdução

  1. Problema

Como promover um ambiente comunicativo saudável nas redes sociais perante as divergências político-ideológicas?

  1. Justificativa

Nas relações sociais, que se manifestam por diversos motivos, sempre existiram os conflitos oriundos de objetivos e interesses diferentes. Frequentemente, esses conflitos tem sido cenário de violência devido à intolerância e desrespeito às diferenças.

Atualmente, é evidente a presença de discursos político-ideológicos agressivos nos ambientes sócio-virtuais que causam um impacto negativo na vida em sociedade. Assim, é preciso saber a gênese desse embate, como tem se materializado hoje e impactado a boa relação de convivência entre os indivíduos, bem como refletir de que maneira as redes sociais podem se tornar um ambiente democrático de comunicação baseado na tolerância, no respeito e na paz.

  1. Objetivos

  1. Geral

Promover uma reflexão sobre as situações associadas aos conflitos políticos ideológicos nas redes sociais e a possível minimização desses embates de modo a promover a convivência respeitosa e construtiva.

  1. Específico

  • Refletir sobre processos estruturais, coletivos e individuais para a criação de condições que resolvam conflitos, promovendo a paz;
  • Discutir valores e comportamentos que promovam a construção coletiva da cultura de Paz;
  • Motivar a reflexão para a criação de um novo ambiente sócio-virtual, baseado na tolerância, no respeito e na paz.
  1. Violência nossa de todos os dias: contexto, materialização e impactos dos conflitos político-ideológicos nas redes sociais.

Ao longo da história das relações dos brasileiros sempre houveram conflitos manifestados de diversas maneiras e oriundos de objetivos e interesses diferentes. Frequentemente, esses conflitos tem sido cenário de extrema violência, principalmente no cenário político, sendo evidente a presença de discursos político-ideológicos nos ambientes sociais digitais.

As relações no âmbito político sempre foram criadas em uma dualidade, havendo sempre dois extremos contrários, a esquerda e a direita, como nos afirma o autor Leandro Karnal:

A grande política foi criada nessa duplicidade: os getulistas e os lacerdistas, Arena e MDB, PT e PSDB. Briga de torcidas sim, porque cada lado sempre retirou sua agenda da outra facção. Mais do que briga, dança coreografada. “Nós” somos éticos, “eles” são corruptos. “Nós” trabalhamos por um Brasil grande e disciplinado, empreendedor. “Eles” querem só as benesses do governo numa vida ociosa e vampiresca. “Nós” sustentamos o Brasil. “Eles” apenas se aproveitam. Qual o grande problema nacional? “Eles” não entendem que “nós” estejamos corretos. (KARNAL, 2017, p.13)

        E o grande problema da intolerância que gera atitudes violentas, principalmente no âmbito político, é a ideia de que sempre o outro é errado e que “a ideologia certa é sempre a minha”, que o “demônio é sempre o outro e “o primeiro problema da nossa intensa violência [...] é que não participo, como sujeito histórico, da barbárie. A violência é do outro, nunca minha” (KARNAL, 2017, p.16).

        Nessa perspectiva, a história sempre mostrou que os brasileiros nunca assumiram ser um povo violento, mas sempre pacífico. E aí está o erro, camuflar a violência que se evidencia diariamente e com maior intensidade e frequência nos tempos atuais. Para muitos psicanalistas há muito de si a partir do que se projeta no outro. E “seria bom perceber que o ódio fala muito de mim e pouco do objeto que odeio. Mas o principal tema do ódio é meu medo da semelhança. Talvez por isso os ódios intestinos sejam mais virulentos do que os externos. Odeio não porque sinto a total diferença do objeto do meu desprezo, mas porque temo ser idêntico” (KARNAL, 2017, p. 16).

        A psicanálise também explica essas atitudes de negação, o que se chama mecanismos de defesa do ego, se nega constantemente atitudes errôneas como uma forma de se proteger dos julgamentos e para não ser castigado, esse mecanismo é muito utilizado pelas crianças e o autor Leandro Karnal sinaliza em sua obra “Todos contra todos” que:

Por fim, o ódio tem um traço do nosso narciso infantil. O mundo deve concordar conosco. Quando não concorda, está errado. Somos catequistas porque somos infantis. A democracia é boa sempre que consagra meu candidato e minha visão do mundo. A democracia é ruim, deformada ou manipulada quando diz o contrário. Todo instituto de pesquisa é comprado quando revela algo diferente do meu desejo. Não se trata de pensar a realidade, mas adaptá-la ao meu eu. As crianças contemporâneas (especialmente as que têm mais de cinquenta anos como eu) batem o pé, fazem beicinho, mandam mensagem no WhatsApp e argumentam. Mas, como toda criança, não ouvimos ninguém. Ou melhor, ouvimos, desde que o outro concorde comigo; então ele é sábio e equilibrado. Selecionamos os fatos que desejamos não pelo nosso espírito crítico, mas por uma decisão prévia e apriorística que tomamos internamente. (KARNAL, 2017, p. 16)

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