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Renda e Produção

Por:   •  3/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  11.019 Palavras (45 Páginas)  •  299 Visualizações

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O CAPITAL

Resumos

 

Capítulo 1 - Renda e produção


“Renda ou remuneração do capital” corresponde à remuneração de um reforço de empreendedorismo, devendo, portanto, ser tratada como renda derivada de outros tipos de trabalho;

  • A divisão capital trabalho no longo prazo: não tão estável
    Esta divisão, do séc. XIX até o séc. XXI, sofreu muitas oscilações, principalmente na primeira metade do séc. XX (Motivos: Guerras Mundiais, Revolução Bolchevique, Quebra da Bolsa de 1929);
  • A noção de renda nacional
    - A renda nacional mede o conjunto das rendas de que dispõem os residentes de um país ao longo de um ano, qualquer que seja classificação jurídica de renda;
    - PIB é diferente de Renda Nacional; esta última pode ser superior ou inferior à produção interna;

RENDA NACIONAL = PRODUÇÃO INTERNA + RENDA LÍQUIDA RECEBIDA NO EXTERIOR.
No âmbito mundial: RENDA MUNDIAL = PRODUÇÃO MUNDIAL;
RENDA NACIONAL = RENDA DO CAPITAL + RENDA DO TRABALHO

  • O que é o capital
    - O conceito de capital não pode ser confundido com o de capital humano (força de trabalho, qualificações, formações e capacidades individuais). O Capital Humano não é negociável;
    - Capital é definido como o conjunto de ativos não humanos que podem ser adquiridos, vendidos e comprados em algum mercado;
    -Capital pode ser capital imobiliário, financeiro e profissional usado pelas empresas e pela administração pública;
    - O capital privado pertence a pessoas físicas ou jurídicas privadas;
    - O capital público pertence ao Estado ou a administrações públicas;
  • Capital e riqueza
    A riqueza nacional é o valor total a preços de mercado, de tudo que os residentes e o governo de um país possuem num determinado momento, que possa ser comprado e vendido em algum mercado;

RIQUEZA NACIONAL = RIQUEZA PRIVADA + RIQUEZA PÚBLICA

O valor de mercado de uma empresa depende, muitas vezes, de sua especulação;

RIQUEZA NACIONAL = CAPITAL NACIONAL = CAPITAL INTERNO + CAPITAL EXTERNO

LÍQUIDO.
-Capital interno representa o valor de estoque de capital instalado no território do país em questão;
- Capital externo líquido mensura o balanço patrimonial do país em relação ao resto do mundo, ou seja, a diferença entre os ativos dos países estrangeiros que pertencem aos residentes do país em questão e os ativos desse país que outros países possuem.

  • A razão capital/renda

Primeira lei fundamental que nos une: definição da razão capital/renda.

Renda: fluxo que representa a quantidade de bens produzidos e distribuídos ao longo de um período.

Capital: estoque no qual representa a quantidade total de riqueza existente em um instante. Dividir o estoque de capital pelo fluxo anual de renda é uma maneira de medir o capital. O estoque de capital nos países desenvolvidos se divide em duas partes: capital relacionado à habitação e capital produtivo usado pelas empresas e pelo governo.

  • A primeira lei fundamental do capitalismo: α = r X ß
    - A lei permite associar o estoque de capital e o fluxo de renda. Permite também expressar três conceitos para analise do sistema capitalista: a relação capital/renda; a participação do capital na renda e a taxa de remuneração do capital. Esta analisa tudo que rende ao longo de um ano. 
    - A equação α = r X ß permite analisar a importância do capital para um país ou para avaliar o balanço de uma empresa específica.
  • A contabilidade nacional: uma construção social em andamento
    As contas nacionais são uma construção social, em estado de constante evolução, refletindo sempre a preocupação de uma época.
  • A divisão mundial da produção
    - O avanço alcançado pela Europa e pela América durante a Revolução Industrial lhes permitiu ter um peso maior na produção do que na população mundial, porque a produção por habitante era maior que a média global.
    -
    Acredita-se que essa fase de divergência da produção por habitante em escala mundial tenha terminado e que estejamos na fase de convergência.
  • Dos blocos continentais aos blocos regionais
    - Ideia principal: É mais correto analisar a desigualdade mundial em termos de blocos regionais do que por blocos continentais.
    EUROPA: dispõe de dois conjuntos desiguais, sendo um centro hiperdesenvolvido e uma periferia modestamente desenvolvida.  A União Europeia é heterogênea em termos populacionais, de modo que o PIB por habitante no oeste equivale a 31.000 euros e no leste, a 16.000 euros (quase metade).
    AMÉRICA: ainda mais desigual; o bloco EUA/Canadá possui um PIB por habitante de 40.000 euros enquanto a América Latina possui o PIB quatro vezes menor (10.000 euros) com o dobro da população.
    ÁFRICA: a subsaariana é a zona econômica mais pobre do mundo, com 2.000 euros de PIB por habitante.
    ÁSIA: Índia está um pouco acima da África; China 8.000 euros de PIB e Japão 30.000 euros de PIB (que pouco influencia no PIB do continente devido a sua população ser muito pequena).
  • A desigualdade mundial: de 150 a 3.000 euros por mês
    - Ideia principal: a renda média por habitante diverge extremamente entre os países.
    - Usar as paridades do poder de compra possui duas vantagens: 1) geralmente os habitantes gastam a maior parte de sua renda no país de origem e não no exterior; 2) elas são mais estáveis do que as taxas de câmbio nominais, as quais são voláteis.
    - A realidade da desigualdade entre países é multidimensional, sendo assim uma ilusão abranger todos em um único indicador monetário.
    - Os países parecem ter entrado numa fase de convergência em que parte dos países pobres é detida pelos países ricos, embora a participação destes na renda global venha diminuindo desde os anos 70/80.
  • A divisão mundial de renda: mais desigual que a produção
    - Por que isso ocorre? Pois os países com a produção por habitante alta tendem a receber mais capital dos países com produção mais baixa, recebendo assim um fluxo positivo de renda do capital. Tais países, portanto, se tornam duplamente ricos (produção interna elevada e capital investido no exterior também).
    - Na América, Ásia e Europa há certo equilíbrio (o fluxo de renda do capital que enviam a outros países é compensado pelo fluxo que recebem destes), já na África ocorre um desequilíbrio (pois seu capital doméstico pertence ao resto do mundo).
  • Quais forças favorecem a convergência entre países?
    O investimento de capital de países ricos em pobres, de modo que os ricos obtenham uma taxa de retorno melhor e os pobres reduzam seu atraso na produtividade é um mecanismo que, segundo a teoria econômica clássica, reduziria a desigualdade mundial.  No entanto, Piketty afirma que o principal mecanismo que permite a convergência entre países é a difusão do conhecimento, de modo que os países pobres alcancem o mesmo nível de conhecimento tecnológico e de educação que os ricos, e não sendo propriedade destes

Capítulo 2 - Crescimento: Ilusões e Realidades

  • Em primeiro momento, temos a definição do que seria o crescimento ‘’acumulado’’ que nada mais seria que o crescimento que se daria ao longo de um período de tempo (uma geração, por exemplo), que aplicado anualmente, gera um crescimento sensível àqueles presentes naquele meio econômico. Chega-se a conclusão (sem se analisar a quantidade de produto por habitante) de que o crescimento mais baixo, mas constante é preferível que o crescimento com altos e baixos, ainda que superiores, pois um crescimento mais baixo e constante gera um crescimento acumulado bastante sensível ao longo do tempo, mesmo em casos em que ele é de 0,5,1 ou 1,5%.
  • Temos também a questão do crescimento demográfico, que analisado isoladamente é crucial para a distribuição do Capital: onde ele é baixo, temos menos influencia do capital acumulado pela herança e quando ele é grande, este capital concentrado e diferenciador tende a se diluir. Claro que a analise não é feita de forma tão simplista, pois toda a cultura influencia no regime de natalidade e também na dispersão do capital.
  • O crescimento não é medido simplesmente pela quantidade de valor monetário percebido pela população, mas sim pela quantidade de bens que estas podem adquirir, logo, não importa o salário, mas sim o que ele pode comprar e neste funcionamento o que de fato influencia o acesso a esses bens é a quantidade de “valor” dos salários e o preço dos bens, de modo que este segundo varia de acordo com as taxas de produção e custos daquela economia. Outro fator importante, é que com o passar do tempo, novos bens são apresentados no mercado e compõem o inventário de compras dos consumidores, teoricamente aumentando suas capacidades de consumo, demonstrando maior renda.
  • O passar do tempo também implica em novos hábitos de consumo, novos produtos e novas tendências de mercado, não sendo possível auferir o aumento de renda de épocas distintas sem serem analisados esses fatores ‘’novos’’.
  • As épocas de grande crescimento muitas vezes têm mais a ver com o momento de mercado que se encontram do que com as políticas regentes, sobretudo quando existem agentes externos que realizam investimentos – vide o caso dos 30 gloriosos, onde houve crescimento independentemente da ideologia dos governos, pois as influências de investimentos norte-americanos do Plano Marshall e o entendimento de atualização da produção europeia, devastada pela guerra, levaram ao crescimento acelerado e eficiente.
  • Por fim, temos a questão da estabilidade financeira e da inflação, sendo a primeira decorrente principalmente da vagarosidade dos mercados, onde os fluxos de capitais não eram tão fluidos e dinâmicos. A partir da primeira guerra, temos a alta dos preços devido à destruição, o aumento da divida publica e consequente interferência maior do Estado na economia por meio de sanções econômicas e tributações decorrentes do conflito, após isso temos a ascensão dos mercados financeiros que de alguma forma interligaram os mercados e investimentos internacionalmente, culminando neste fenômeno de aumento de preços denominado inflação. Até hoje sentimos o efeito deste fenômeno, já que com a economia interligada, praticamente todos os setores ficam expostos a flutuações monetárias e a variações econômicas.

Capítulo 3- As metamorfoses do capital

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