Resenha Crítica Psicologia
Por: Elisnadia Vieira • 13/4/2016 • Resenha • 611 Palavras (3 Páginas) • 414 Visualizações
Resenha Crítica: A Psicologia Social e Consumismo da Sociedade Moderna
Alguns conceitos da Psicologia Social, tanto a moderna como a tradicional, me fizerem relembrar questionamentos de dois semestres atrás na disciplina de Antropologia. O consumo na sociedade moderna, abordada por BAUMAN, em seu livro Vida para Consumo, é reforçado por estudos desta área da Psicologia.
O processo de socialização responsável pela construção de crenças, valores e significados em nossa vida é fortemente utilizado para incutir cada vez mais, regras básicas de relacionamento social onde, para fazermos parte de determinado grupo social, precisamos ter, consumir e assumir determinados padrões impostos pela grande força do consumismo moderno.
As tecnologias que por si só já se tornam um padrão social, encarregam-se de disseminar a idéia de adequação desejada, principalmente formando opiniões e ditando os padrões.
Outro conceito que reforça esta abordagem é a questão da Identidade, como o indivíduo se vê e se reconhece no mundo em que vive. BAUMAN, alerta para padrões sociais de beleza, que transformam as pessoas em mercadorias antes mesmo se serem indivíduos. Essa transformação não se limita apenas à aparência, mas também em um conjunto de comportamentos, crenças e valores que sejam parametrizados com a realidade social de consumo. Nos dias de hoje é inadmissível que não se tenha um celular altamente tecnológico, um perfil em pelos menos duas redes sociais, peso e aparência adequado com o padrão de beleza mundial, e claro produtos das marcas da moda.
BAUMAN observa ainda, a necessidade crescente de se trabalhar, pois, para consumir e absorver toda a exigência do capitalismo é necessário, cada vez mais, poder aquisitivo. As oportunidades não são para todos, portanto, problemas de caráter discriminatório e de exclusão social são mais recorrentes.
O conceito de grupo social terá também sua subdivisão pautada na classe social, portanto além de interesses em comum, valores, cresças, terão também que se reconhecer e relacionar de acordo com a classe social que ocupa. Essa distinção de grupo é cada vez mais segmentada, a ponto de tornar-se quase que a macro divisão, para depois se subdividir em outros critérios. A psicologia social reconhece que o homem só constrói seu mundo interno, sua subjetividade, quando consegue interagir e transformar o mundo externo, que cada vez mais está padronizado e definido pela sociedade de consumo.
Desta forma a construção da consciência o humana está sendo moldada, pois, ela surge a partir das relações sociais estabelecidas pelo homem, e BAUMAN bem observa que a consciência de consumo começa bem cedo, com as crianças, como uma catequese a fim de garantir que sejam consumidoras quando adultas, incluindo em suas vidas objetos e significados que se tornam imprescindíveis para sua existência.
A questão da urgência, da “cultura imediatista”, tudo tem que ser rápido, nada é mais feito para durar, isso dos produtos às relações entre as pessoas; os institutos familiares tão valorizados no passado, como o casamento, não são interessantes para o consumismo moderno, não é rentável que os casamentos durem, assim, a indústria dos sonhos das noivas lucrariam menos. Até mesmo as demonstrações de afeto nas relações são ditadas e mecanizadas pelas regras do consumismo: dia das mães, dos pais, dos namorados, natal, etc. Podre daquele que não se encaixa em nenhuma das datas de manifestação de sentimentos catalogadas, serão pouquíssimo prestigiados...
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