Resumo - O Que é Sociologia

O autor Carlos Benedito Martins em seu livro “O Que é Sociologia” procura demonstrar de forma geral e objetiva o contexto histórico no qual se fez possível o surgimento, a formação e o desenvolvimento da sociologia, tratando-a como resultado da compreensão de situações sociais novas, provocadas pela sociedade capitalista. Dividindo o livro em três partes, o autor buscou justificar o conceito que a sociologia adota, levando em consideração o contexto histórico que levou ao surgimento dessa ciência.  

O primeiro capítulo é dedicado a mostrar o período histórico onde o surgimento da sociologia está inserido, sendo está, a transição que a sociedade estava passando do sistema feudal para o sistema capitalista e dentro desse contexto, a sociologia surge com o objetivo de entender a nova sociedade formada.  O século XVIII foi referencia para a história do pensamento social e para o surgimento da sociologia, pois neste século aconteceram as revoluções industriais e francesas que serviram como incentivo para o nascimento dessa ciência, que como destacado no livro, também possuíam reflexos de ideias iluministas.

A revolução industrial representou a vitória da indústria capitalista que converteu grandes massas humanas em simples trabalhadores desprovidos de quaisquer privilégios, introduziram novas formas de organizar as atividades sociais, generalizando traumas sobre milhões de seres humanos que tiveram suas formas habituais de vida degradadas. Como exemplos das mudanças ocorridas, o autor sita a desaparição de pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho e entre tantas outras. Por conta disso, os homens daquela época se tornaram uma problemática a ser investigada, devido aos gritantes impactos sofridos por meio das transformações, por este motivo o surgimento da sociologia pende-se em grande parte, aos abalos que essa revolução causou naquela população.

Quanto à revolução francesa de 1789, seu objetivo não era somente mudar a estrutura do Estado, mas abolir as convenções e instituições tradicionais, com isso, promoveu profundas inovações na política, na economia, na cultura, rompendo com costumes e hábitos constituintes na sociedade. A recente ciência tinha como tarefa repensar o problema de ordem social, enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade. A oficialização e reconhecimento da sociologia foi em grande parte, mérito do positivismo, e assim constituída, procurou construir uma teoria intelectual do novo regime.

O segundo capítulo do livro, autor fala dos diferentes tipos de sociologia formadas, idealizadas por diferentes pensadores, dentre os quais mais se destacaram Marx e Engels, visto que esses pensadores, ao fazerem os estudos da sociedade a partir da divisão do trabalho, formaram teorias e ideologias, sendo precursores do socialismo e que ao contrário do positivismo, apresentou uma crítica ao sistema capitalista, que no momento estava em crise. O autor também neste mesmo capítulo mostra a influência do protestantismo em Weber, para o sucesso do capitalismo e o papel da economia no âmbito social. A sociologia encontrou na teoria social elaborada por Marx e Engels um rico legado de temas para pesquisas futuras além de uma importante contribuição para a compreensão das relações entre as classes sociais, para o entendimento da natureza e das funções do Estado, para a questão da alienação. A sociologia encontrou também por influencia desse pensamento, inspiração para assumir uma responsabilidade crítica e militante, desmistificando a civilização burguesa e também um compromisso com a construção de uma ordem social na qual fossem eliminadas as relações de exploração entre as classes.