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Shirley: O Estelionatário e Seu Silva Shirley

Por:   •  18/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.143 Palavras (5 Páginas)  •  121 Visualizações

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  1.  Shirley, o estelionatário e Seu Silva

O capítulo sob comento trata-se de uma narrativa acerca de uma traição de um carcereiro de nome Seu Silva em relação a seu casamento, onde este mantém relação sexual com a esposa, de nome Shirley, de um detento preso por estelionato.

No decorrer da narrativa, demonstra-se que houve várias investidas de Shirley direcionadas a Seu Silva, tendo este, de início, negado tais esforços. Porém, aos 55 anos de idade, fraquejando pela sensação de juventude que tal inconveniente lhe proporcionou e pelo mal conselho de um colega de trabalho, acabou cedendo aos encantos da mulher, e acabou por passar uma noite com Shirley.

A moça, não contente apenas com uma noite, continuou a perseguir o carcerário, indo, inclusive, visita-lo na cadeia. Não contente com a vontade de Seu Silva em encerrar o caso, Shirley, então, aproximou-se da prole do carcerário, que não viu outra saída senão confessar para seu colega Vilmário o que havia feito.

Prestes a cometer uma tragédia, Seu Silva acabou salvo pelo amigo e colega de profissão, que o aconselhou contar para a família o ocorrido e não mais ser perseguido e chantageado pela amante.

A base da argumentação baseia-se na facilidade com que pode-se um carcereiro ser manipulado não apenas pelos que na cadeia encontram-se detidos, mas por todos que estão envolvidos na convivência destas pessoas. Ressalta-se que todos são passiveis de errar, pois todos possuem fraquezas que podem ser atingidas.

Percebe-se que muito se faz necessário o auxilio dos colegas, tanto para a realização da infração, quanto para a resolução do problema que esta causar. Nota-se o quão a irmandade destes funcionários se faz imperiosa.

Conclui-se que não trata-se apenas de algo passional, mas sim de um conjunto de fatores que pode levar a tal ocasião, sendo o stress, a idade avançada, a alta carga horaria de trabalho fatores decisivos para decisões como a da narrativa.

A leitura pode ser utilizada para perceber que os problemas cotidianos também estão presentes no ambiente carcerário e, principalmente, que a honestidade e a transparência podem ser institutos primordiais quando da realização de um equivoco, principalmente nestes ambientes, onde o medo e a angustia correm soltos.

Ademais, importante frisar, que o principal ponto de entendimento é que, independente do que possa alguém ter feito ou deixado de fazer, sempre devemos confiar nos amigos e, primordialmente, na família, para que possamos de fato reparar erros cometidos, pois são as pessoas que sempre estarão dispostas a ajudar, seja a condição que for.

  1.  A cachaça

O objeto analisado aborda as razões pelas quais os carcereiros, como regra geral, usam e abusam tanto da substâncias lícitas, bebidas alcoólicas. Retrata a dificuldade que é estar presente diariamente no ambiente prisional.

Percebe-se que a frequência em bares nada mais é do que o meio de escape que estes profissionais encontram para esquecer um pouco – ou talvez embaraçar – as lembranças que consomem seus pensamentos todos os segundos do dia, pois o que estes presenciam jamais poderá ser ilustrado.

Também, sem esquecer que todos possuímos vidas particulares, não deixa o autor de atar as dificuldades vividas por carcereiros dentro do ambiente de trabalho com as outras inúmeras vividas dentro de seus lares, o que causa um turbilhão de sentimentos. Sentimentos estes que, muitas vezes, apenas a cachaça faz apagar.

        Compreende-se que o potencial de álcool que estes profissionais conseguem ingerir é muito alto, uma vez que dão inicio cedo a esta pratica e que, por consequências laborais, tornam-se cada vez mais apegados a ela. Nota-se, também, que aqueles que estão há mais tempo no serviço, possuem ainda mais dificuldade para sair desta vida, vez que visualizaram de perto as mudanças ocorridas com relação a ordem nos presídios causada pelo massacre do pavilhão Nove, e, agora, devem permanecer mudos frente a autoridade das facções.

Vislumbra-se que a cachaça tornou-se a válvula de escape destes profissionais que muita violência, insalubridade e falta de saúde e amor presenciam, porém, leva-nos a pensarmos, se profissionais que estão presentes neste ambiente como funcionários, querendo ou não, possuindo algumas regalias, como, a possibilidade de sair ao fim do expediente e frequentar o bar, poder beber para esquecer, ainda assim sofrem muito com o que presenciam, imaginemos então como ficam os que lá estão encarcerados, que presenciam exatamente as mesmas coisa e, ainda, precisam dormir amontoados, não têm condições de higiene, não têm atendimento decente para saúde, como essas pessoas irão esquecer?

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