Sociedade de consumo: Diversidade e descartabilidade: a obsolescência e o consumo
Por: Guto333333 • 20/5/2018 • Resenha • 755 Palavras (4 Páginas) • 505 Visualizações
Sociedade de consumo: diversidade e descartabilidade: a obsolescência e o consumo.
A modernidade líquida, o conceito de algo - objeto que poderia durar por muito tempo, ou até para sempre que norteava as ações humanas durante muitos séculos, inclusive na passagem da idade média para a era moderna, começou a desaparecer junto à importância da religião, da família, e de outros sistemas de controle social. A segurança oferecida pelo eterno começou a ser corroída pela modernidade.
Segundo Baudrillard, a felicidade – ou busca dela - é o que gera a sociedade de consumo. A força e insistência pela busca desta felicidade não é algo que podemos chamar de natural ou instintivo, pois segundo o autor, essa felicidade a nós apresentada hoje, deriva de fatores externos, da evolução da sociedade moderna, a sociedade de consumo em sua forma mais crua e sádica.
BAUDRILLARD : ‘’O valor de troca supera a simples necessidade, o valor de uso, fornecendo a possibilidade de distinção social e de uma ideologia a ela ligada. Assim, o objeto não é somente uma função da necessidade: uma verdadeira análise deve levar em conta os motivos de sua existência, o significado atribuído à troca: “o valor de troca-signo é fundamental”
Em meio á essa modernidade liquida surge um novo olhar para a questão da diversidade social, a diversidade está cada vez mais vinculada a lógica do consumo, uma diversidade que pode ser adquirida no shopping center. Investe-se na lógica dos produtos cada vez mais personalizados, individualizados, feitos sob medida para o seu consumidor, cria-se uma expectativa em torno do diferente-igual. O indivíduo acha que é diferente, mas na verdade está padronizado pelos gostos estéticos hegemônicos da sociedade. O mundo capitalistas passa a dissimular a diferença, diz que tem lugar para todos no seu interior, que a diferença é aceita assim como ela é efetivamente. A diferença na ótica capitalista moderna começa a ser algo padronizado em um molde que a torna de fácil acessibilidade e aceitação a todos.
Baudrillard, para falar do consumo na era moderna, afirma que desde sempre o consumo de bens é fruto de uma diferenciação, “é uma função social de prestígio e de distribuição hierárquica”.
Essa grande diversidade atrelada ao consumo fez com que cada vez, mais na sociedade de consumo as estratégias publicitárias mantêm os consumidores presos em uma armadilha, cujo o modelo de crescimento econômico é pautado na aceleração do ciclo de acumulo do capital, ou seja, vivemos em uma sociedade descartável, baseada na criação da necessidade do homem moderno em consumir cada vez mais bens e produtos. Em contra partida a Sociedade de consumo não quer que os bens e produtos sejam de grande duração, tão pouco que estes sejam reutilizáveis.
Para mover esta sociedade de consumo, a necessidade de consumo deve ser atrelada ao desejo de comprar novos produtos, para substituir os que já compramos. A forma descoberta pelas grandes empresas desenvolvedoras de bens e produtos foi a de programar ou melhor, datar a vida útil de seus produtos, ou seja, o produto já é fabricado com um prazo de validade, programado para estragar, ou para que este seja visivelmente precário ou atrasado tecnologicamente comparado com um novo produto recém lançado, ou que simplesmente saiu do gosto cultural de uma sociedade. Levando o consumidor a comprar outro, e assim por diante, gerando um grande fluxo de mercadorias, e a revitalização do mercado consumidor. Esse processo é conhecido como obsolescência programada, Bauman comenta a respeito dela: ‘’Para que as possibilidades continuem infinitas, nenhuma deve ser capaz de petrificar-se em realidade para sempre. Melhor que permaneçam líquidas e fluidas e tenham data de validade caso contrário poderiam excluir as oportunidades remanescentes e abortar o embrião da próxima aventura”.
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