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Tribunal Federal de Curitiba

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Por:   •  14/11/2014  •  Seminário  •  696 Palavras (3 Páginas)  •  231 Visualizações

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A Justiça Federal de Curitiba identificou pagamentos de R$ 90 milhões das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato às empresas controladas por Alberto Youssef. O doleiro seria o responsável por repassar os recursos desviados da Petrobras a partidos políticos, empresários e outros beneficiados do esquema de corrupção. Os pagamentos eram justificados como pagamento a serviços terceirizados de consultoria financeira e técnica mas, de acordo com as investigações, as empresas controladas por Youssef não exerciam qualquer atividade econômica e funcionavam apenas como fachada para a lavagem do dinheiro.

Entre as movimentações suspeitas aparecem depósitos de US$ 4,8 milhões feitos pela OAS African Investments Limited em três parcelas entre maio e agosto de 2013. Os recursos foram depositados em uma conta em agência do PBK Bank, na Suíça, em nome da empresa de serviços off-shore Santa Thereza Services, que também seria controlada pelo próprio Alberto Youssef. Além do depósito, foram localizadas transferências de R$ 5,5 milhões feitas por consórcios liderados pela Mendes Junior, que teve o vice-presidente preso durante as operações da PF desta sexta-feira. Também há depósitos da Investminas (R$ 4,3 milhões), da construtora OAS ( R$ 1,6 milhão) e Engevix (R 3,2 milhões), entre outros.

De acordo com o relatório, que embasou as prisões e investigações deflagradas pela Polícia Federal nesta sexta-feira, as investigações indicaram que "as maiores empreiteiras do país formariam uma espécie de cartel, definindo previamente as vencedoras das licitações da Petrobras, o que lhes permitia cobrar o preço máximo da empresa estatal, e que pagavam um porcentual, de 3% ou 2%, sobre o valor dos contratos a agentes públicos".

O documento relata que os valores desviados da estatal eram repassados pelos consórcios de empreiteiras a empresas terceirizadas e fornecedoras de equipamentos. Estas, então, repassavam os valores a empresas controladas por Alberto Youssef, como a MO Consultoria e a GDF Investimentos, simulando a execução de serviços de consultoria.

Contas

Somente o Grupo Sanko teria movimentado mais de R$ 33 milhões para as contas do doleiro. O grupo possui contratos de mais de R$ 3 bilhões para fornecimento de tubulações para obras da estatal. Um dos executivos do grupo, Márcio Bonilho, em depoimento prestado na Justiça Federal, confirmou o relacionamento e os repasses ao doleiro. O relatório apresenta trechos do depoimento em que descreve Youssef como alguém de "credibilidade boa", que "abria portas" e andava com pessoas "tomadoras de decisão" em relação aos contratos.

"Saímos tentando vender esse projeto, eu conheci o Alberto Youssef, se eu não me engano uns quatro ou cinco. (...) Ele era uma pessoa que gozava de uma credibilidade boa nesse setor e ele andava com pessoas tomadoras de decisão (...). Eu coloquei a possibilidade, ele falou de uma possibilidade de pagar comissões para ele, eu fechei o negócio e aconteceram as comissões", diz o trecho. Em outra passagem, Bonilho afirmou que o doleiro tinha relações com diretores das empreiteiras e marcava reuniões com o executivo.

"Ele apresentava, marcava uma reunião, eu era recebido, fazia a apresentação técnica e nós tentávamos fazer a venda. Eu fechei negócios com o CNCC,

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