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A CORPORAÇÃO (THE CORPORATION)

Por:   •  11/12/2015  •  Resenha  •  1.114 Palavras (5 Páginas)  •  2.500 Visualizações

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RESENHA DO FILME: A CORPORAÇÃO (THE CORPORATION)

DIREÇÃO: MARK ACHBAR E JENNIFER ABBOTT

ROTEIRO: JOEL BAKAN

CANADÁ, 2004.

O FILME:

O documentário, baseado no livro The corporation: the pathological pursuit of profit and power, de Joel Bakan, é uma análise do mundo corporativo. O filme mostra a natureza, a evolução, o impacto e o futuro das corporações. No fim do século XIX, as corporações tiraram vantagem da 14ª emenda da Constituição Americana, permitindo assim que elas, a partir daquele momento, pudessem se considerar como indivíduos.

Apesar das posições individuais de seus fundadores, uma corporação segue em sua existência, operando como um "organismo" autônomo em busca de um objetivo bastante específico – o lucro.

O escritor Joel Bakan e os cineastas Mark Achbar e Jennifer Abbott analisaram os motivos e as consequências das ações das companhias transnacionais através de um método de estudo que, distanciando-se da análise sociopolítica, aproxima-se da psicanálise. O trabalho dos três resultou no documentário “A Corporação” (The Corporation).

O MUNDO DAS CORPORAÇÕES

As corporações foram criadas com o objetivo de tornar mais eficiente o acúmulo do capital e seguem uma dinâmica que transcende as vontades individuais de seus acionistas e executivos. Porém, a lógica do lucro é responsável também pelo modo como é construída a cultura corporativa e suas noções de responsabilidade social e política.

O filme analisa crimes cometidos por grandes empresas e mostra entrevistas com pessoas que de certa forma estão ligadas ao mundo corporativo, ganhando ou perdendo com ele. São elas: funcionários de empresa, ativistas, acadêmicos, jornalistas, executivos, etc. Os autores nos levam a uma grande reflexão sobre o mundo das corporações como pessoas autônomas. É em busca de oportunidades de maximizar seus lucros e ganhar cada vez mais dinheiro que grandes corporações multinacionais se estabelecem em países em desenvolvimento.

“Corporações são como tubarões. Têm objetivos bem definidos, são frias e não param enquanto não atingirem suas metas. O problema é que sua fome é incessante e, portanto, promovem mortes e desgraças sem que tenhamos qualquer ideia quanto a se isso irá parar algum dia...” A definição dada acima é uma metáfora criada por uma das pessoas do documentário “The Corporation”. Os personagens socializam experiências, ações, práticas e acontecimentos que vivenciaram ou estudaram para que entendam melhor o mundo atual, dominado pelas empresas de grande porte.

Chega-se à conclusão de que não percebemos mais a interferência frequente e diária dessas empresas em nossas vidas. Não apenas a partir dos produtos e serviços que elas nos oferecem, mas também a partir das “externalidades” que também são por elas legadas ao grande público. Entenda-se que esse conceito refere-se ao custo de suas operações que nos é transferido através da destruição do meio ambiente, das guerras promovidas para suster seus rendimentos ou ainda pela fome e pela miséria causada aos pobres trabalhadores do mundo não desenvolvido.

Perante a lei, as corporações são consideradas como pessoas, pois podem comprar, vender, alugar, capitalizar ganhos e tantas outras ações como as pessoas físicas. Só não têm corpo físico nem mesmo alma. Sua principal razão de ser é a obtenção de lucro, mesmo que isso se oponha ao bem-estar comum de toda a coletividade humana.

Na verdade o único objetivo das corporações é maximizar a riqueza dos seus acionistas, por isso produzem lucros crescentes ao longo do tempo. Para atingir esse objetivo, as corporações externam custos que não estão diretamente ligados à sua produção ou ao seu ambiente interno.

Alguns exemplos:

  1. As montadoras de automóveis produzem milhares de carros anualmente, porém, não são responsáveis por construir estradas ou alargar as existentes para evitar congestionamentos. O Estado é o responsável por resolver tal impasse. Entretanto, essas mesmas corporações que diziam que melhoravam a vida das pessoas tinham dificuldades de lidar com a qualidade de vida de seus funcionários;
  2. Corporações tomavam decisões objetivando pagar salários mais baixos aos seus funcionários. Quando isso não era possível, transferiam sua produção para países com mão de obra barata, permanecendo neles até a mão de obra ficar cara. Então, partiam para outro país com mão de obra barata, e assim sucessivamente. Aliás, muitas corporações já utilizaram mão de obra infantil por causa do seu baixo custo;
  3. O documentário aborda uma famosa empresa de material esportivo, que utiliza mão de obra barata, sem pensar no conforto de seus funcionários. Como seus produtos não são muito acessíveis, ela obtém uma margem de lucro bastante elevada. Com essa margem de lucro, daria para investir com sobras no conforto dos trabalhadores. Essa atitude os motivaria e, como consequência, a produção seria aumentada;
  4. Há também o caso de uma grande empresa fabricante de produtos derivados do petróleo que agride ferozmente o meio ambiente, sem pensar nas consequências que isso poderá causar no futuro;
  5. A certa altura do documentário, um alto executivo de uma multinacional se diz impotente para mudar qualquer ação da empresa onde trabalha, mesmo considerando que muitas das práticas contrariam seus princípios e sua filosofia de vida.

A corporação segue seu caminho em busca desse lucro sem fim criando sua própria política, que se reflete nas relações tanto de trabalho, como de comportamento dos seres humanos.

Esses exemplos nos levam às seguintes questões: até que ponto os gerentes das corporações podem chegar para tentar a maximização dos lucros? Será que eles não pensam no bem-estar do ser humano? E o que será do futuro do planeta?

CONCLUSÕES:

Podemos perceber que preocupação é algo bastante limitado nas corporações, ou seja, elas só se preocupam com o que pode afetar seu desempenho direta ou indiretamente.

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