Relatório Do Documentário "The Corporation"

Relatório do Documentário "The Corporation"

O filme The Corporation é um documentário onde os produtores, através de exemplos e entrevistas, procuram mostrar o lado psicopata das corporações. O filme inicia explicando como as corporações se tornaram tão influentes e onipresentes nos dias de hoje (bem diferente de como elas eram a 150 anos atrás, onde eram consideradas insignificantes), como conseguem mudar as leis, como mantém sua lucratividade, seus fins e seus meios, bem como conseguem se manter utilizando artifícios exclusos em benefício próprio, ou seja, de seus acionistas. O documentário trata a corporação como uma família onde todos os membros trabalham por um bem comum, ou seja, pelo lucro dos acionistas. As corporações, são retratadas no filme como maçãs podres ou monstros, eram inicialmente instituições mantidas com o objetivo de servir ao interesse público com a prestação de alguns serviços, tais como a construção de pontes, ferrovias, e etc. E tudo era acertado no início, as taxas, os prazos, as condições de execução e eram entregues apenas aqueles empreendimentos que a mesma havia se proposto a fazer. Após a guerra civil americana as corporações cresceram absurdamente passando a ter um único objetivo que é a busca pelo lucro máximo, custe o que custar. A corporação se tornou uma forma de controle de negócio, o lucro para elas nunca era o suficiente. A lei exigia que os interesses financeiros dos donos das corporações estivessem acima dos demais interesses, a corporação era obrigada a por seus interesses acima de tudo, até mesmo do bem público. A corporação só queria crescer e ser lucrativa fazendo com que as pessoas pagassem por seu impacto na sociedade. Naquela época (1712) os economistas usavam a expressão "externalidade" que era o efeito da transação de duas pessoas sobre outra que não consentia ou participava da transação. Devido a determinadas atitudes das corporações problemas eram causados a sociedade, tais como: mal a saúde humana e ao bem dos próprios empregados, mal a biosfera/meio ambiente (animais, matas, águas dos rios e mares...), esses problemas eram devido ao uso excessivo de produtos químicos.

Há uma passagem no documentário que mostra como as corporações conseguiram evoluir e alcançar um status aceito, utilizando da constituição para intitular-se como pessoa, porém jurídica com todos os atributos de pessoa física (ter bens e vendê-los, processar e ser processada, e etc.) e com isso garantir sua longevidade.

O filme mostra uma famosa empresa de material esportivo (NIKE), que se utiliza de mão-de-obra barata, sem pensar no conforto de seus funcionários, como seus produtos não são lá muito acessíveis, ela obtém uma margem de lucro bastante elevada. Com essa margem de lucro daria com sobras para investir no conforto dos trabalhadores, o que os motivaria e como conseqüência a produção também. Há também o caso de uma grande empresa fabricante de produtos derivados do petróleo que agride ferozmente o meio-ambiente, sem pensar nas conseqüências que isso poderá causar no futuro. Além das empresas citadas existem outras que contratam menores de idade com mão de obra barata, e às vezes até miserável, para a produção de seus bens a custos e lançam esses produtos em vários lugares do mundo a preços altíssimos e com grande hipocrisia ao retratar em suas propagandas que ao comprar esses produtos às pessoas estarão ajudando a crianças necessitadas, pois parte da venda do produto seria revertida para instituições que desenvolvem esse tipo de trabalho. Essas empresas mostram com isso que vários direitos sociais e trabalhistas são desrespeitados, ou sequer existem para certas corporações. Há um trecho no documentário que fala sobre a propaganda para o público infantil, como fazer delas consumidoras. Hoje em dia as certas corporações se dizem politicamente corretas, amigas do meio ambiente, mas na verdade o que elas procuram é fisgar os consumidores que se preocupam como o meio ambiente, com a sustentabilidade do planeta, com o trabalho infantil. E o setor de marketing de uma empresa sabe muito bem explorar essa parcela humanitária de consumidores. O próprio documentário mostra, em um de seus trechos, a utilização por algumas corporações de propagandas exclusivas para crianças com grande poder de persuadi-las, pois elas são fáceis de convencer a comprar determinados produtos, pois geralmente essas propagandas vêm acompanhadas de personagens de desenho animado etc. em outros casos, pais, para ressarcir os filhos, às vezes pela ausência e pouca atenção destinada aos filhos, acabam cedendo e comprando o que os estes pedem. Segundo o pensamento dos "marketeiros" as crianças são os consumidores adultos do futuro. A meta da corporação é maximizar o lucro