A Crise Econômica 2008
Por: mnoliveira8 • 19/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.120 Palavras (5 Páginas) • 287 Visualizações
A crise econômica que eclodiu no centro do capitalismo financeiro mundial, Wall Street, no ano de 2008 é a ponta do iceberg de uma estrutura que já se encontrava em profunda contradição. As consequências dessa crise são visíveis nos dias atuais e demonstram que não há caminho fácil para superá-las. Apesar do grande esforço monetário feito pelos Estados visando trazer a esse mercado liquidez, na esperança de que os níveis de crescimento econômico e desemprego voltem para os níveis pré-crise.
Entretanto, a crise econômica que rapidamente se espalhou pelos países desmontou a cobertura que mantinha uma sensação de segurança e estabilidade duradoura. Capturados pelo grande capital financeiro e industrial, os Governos foram gradativamente se movimentando em direção à retirada dos direitos dos trabalhadores como forma de responder as expectativas do grande capital, justificando essas ações como forma de enfrentar os efeitos da crise, além do próprio aumento do endividamento do Estado para garantir o lucro do capital.
O cenário apresentado no pós-crise é de profunda contradição. As fragilidades presentes no ocidente ficaram mais evidentes e os conflitos internos ganharam força. O esforço feito para que a crise não destruísse de vez o estado de bem-estar social construído nos países europeus e na América do Norte, vem custando muito para os trabalhadores. Nesse contexto, os enormes casos de corrupção e crimes envolvendo a máquina pública se espalham pelos países.
A economia ocidental patina para conseguir impor um crescimento baixo e para gerar empregos. Nessa dinâmica o crescimento da economia mundial passa a depender mais do ritmo de crescimento de nações emergentes, principalmente China e índia. Como o fluxo do capital produtivo foi direcionado para o sudeste asiático, China, Índia, Indonésia e outros, o crescimento econômico dos países avançados no ocidente ficou a cargo do setor de serviços. Os países emergentes da América Latina por sua vez, precisam que o preço das commodities se mantenha alta para poder gerar saldo em balança comercial e assim, os governos consigam recursos para investir em programas de aceleração de crescimento e transferência de renda para poder crescer. Entretanto, com a menor demanda dos países avançados e com novos rumos da política econômica da China, principalmente, o ritmo do crescimento da economia mundial segue em baixa e as externalidades negativas sobre o crescimento dos países que expandiram com o crescimento chinês assistem agora sua desaceleração gradativa.
Nesse cenário as teorias econômicas liberais sustentaram a argumentação teórica que construíram esse contexto vivido atualmente. Ainda assim, essas teses são utilizadas pelo grande capital para impor via os Estados à formulação de políticas econômicas que aumente a degradação dos trabalhadores e amplie a valorização do capital na sua esfera financeira. Essas teses, por exemplo, explicam as políticas de austeridade que são impostas aos países cujas dividas ultrapassam o PIB como é o caso da Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda, Itália e outros. As divida pública se tornou um forte instrumento de ampliação do grande capital e de dominação do setor privado sobre o setor político.
Dentro dessa realidade de ampla incerteza e indefinição, o arcabouço teórico macroeconômico liberal não consegue resolver o impasse existente sobre a estagnação em que vive a economia global. Os discursos dos economistas, dos organismos multilaterais (FMI, OMC), dos bancos centrais e de governos liberais-conservadores insistem na manutenção do mainstream que conduziu o mundo para a crise que ele vive atualmente.
A resposta política para a crise é conduzida pelos interesses do grande capital. O posicionamento dos governos se dirige de modo a ampliar o domínio do grande capital sobre a massa trabalhadora e o fortalecimento do mercado financeiro que, dia após dia, se amplia globalmente e impõe seus interesses. A produção física dos bens se concentra em poucos países, principalmente nos gigantes asiáticos que possuem um enorme exército industrial de reserva e permite que a produção aconteça a um custo mais baixo. Isso permite aos países avançados manterem o nível dos preços baixos e uma política de juros que favoreça as aplicações em mercado financeiro.
O mais complexo e lamentável dessa crise são os efeitos sociais. A massa
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