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A Educação Financeira Sob a Ótica da Economia Comportamental

Por:   •  25/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.561 Palavras (7 Páginas)  •  177 Visualizações

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A Educação Financeira sob a ótica da Economia Comportamental

Gean Rech Pereira¹

Daniela Mafioletti Felicio²

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

        Para que possamos dar enfoque ao comportamento econômico junto as dificuldades em se conseguir uma proposta conveniente no que se refere ao contexto da educação financeira, devemos considerar também, a prudência quanto aos comportamentos humanos ora explorados na economia comportamental.

        A economia comportamental precede uma nova ótica baseada no comportamento humano, que muitas vezes, mesmo orientados sobre a educação financeira, sucumbe a falência dos planos e metas ora planejados. Sabe-se que a educação financeira visa apropriar seus métodos não apenas de investimentos e acúmulos de riquezas, mas também, quanto a estabelecer objetivos, controlar os gastos, aprimorar investimentos, livrar-se das dívidas e até planejar a aposentadoria. Discutida em vários fóruns, livros e matérias, a educação financeira torna-se extremamente relevante quanto ao conhecimento de suas práticas, tanto para jovens ou para os adultos, visto que, tange fundamentos que norteiam os conhecimentos em lidar com o dinheiro, que em se tratando da economia pessoal, diante das diversas dificuldades em manter-se saudável financeiramente, é de suma importância que as finanças estejam bem administradas.

        A economia comportamental vem ao encontro da educação financeira, contribuir sob a ótica de que somos seres humanos “homo sapiens” em constante adaptações e transformações, ora atrelados aos conhecimentos econômicos iniciais, oriundos dos primeiros sistemas econômicos, bem como o sistema feudal e para as origens da formação de um sistema econômico capitalista, explorado em “O Capital” (KARL MARX; 1890[a]) até aos dias atuais, onde as informações são repassadas e aderidas em tempo hábil, possibilitando assim uma maior amplitude comercial, trazendo maior aderência ao consumismo, que muitas vezes é de forma desenfreada, ora culminando na dificuldade de se educar financeiramente. Assim, nesse contexto, a economia comportamental visa atribuir os condicionamentos humanos a “certos ajustes” de seus comportamentos, visando identificar as cognições e dificuldades em se adequar-se a uma boa educação financeira, não esquecendo que os seres humanos são muitas vezes acometidos de crenças que perpetuam a má administração do seu dinheiro.

        Muitas vezes o padrão de vida assumido, não condiz com os rendimentos, bem como os gastos que são maiores que os rendimentos, ou hábitos de consumo difundidos sem a menor proteção do capital, oriundos dos sistemas cognitivos que trazem “algum alívio” na hora da compra, corroborando assim com o estudo da economia comportamental, onde direciona ao contexto de que, a saúde financeira é completamente dependente dos hábitos de consumo. O consumo é determinante as dificuldades financeiras e não a nossa renda que muitas vezes, quando baixa, nos possibilita a viver em um “baixo padrão de vida”, porém, temos um comportamento natural onde visamos sempre a possibilidade de aumentar nosso padrão de vida quando já atingido nossas necessidades básicas.

Vieses como estes, dá-nos o pressuposto de que os mecanismos da educação financeira deveriam ser difundidos, organizados e atualizados antes mesmo do início da vida adulta, preparando o indivíduo para a saúde financeira e consequentemente a sua qualidade de vida, pois “a falácia do planejamento é apenas umas das manifestações de um viés otimista difundido” (DANIEL KAHNEMAN; 2018, p. 318)

Se já é difícil mudar a mentalidade das pessoas em relação ao que comem no café da manhã, imagine em relação aos problemas nos quais trabalharam a vida toda. Durante anos, muitos economistas resistiram intensamente ao apelo de basear seus modelos em caracterizações mais precisas do comportamento humano. Mas graças a um influxo de economistas jovens e criativos, dispostos a assumir alguns riscos e romper com os modos tradicionais de fazer economia, o sonho de uma versão enriquecida de teoria econômica está sendo realizado. O campo veio a se tornar conhecido como “economia comportamental”. Não se trata de outra disciplina: ainda é economia, mas é economia feita com fortes contribuições de boa psicologia e de outras ciências sociais. (RICHARD H. THALER; 2019, p.23[b]).

        

        

A educação financeira é fundamental para o equilíbrio pessoal, bem como o aprimoramento humano diante das diversas situações e padrão de vida, Gustavo Cerbasi em “A Riqueza da Vida Simples” dá uma ótica para o autoconhecimento que possibilitará dizer “não” a objetos que não dão recompensas, ou de pouca recompensa, para que o tempo e o dispêndio financeiro se concentre em qualidade de vida, ainda, dentro do orçamento familiar.

        

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Título: FIGURA 1 - [c]

[pic 1]

Fonte[d]: Solidariedade e consumo, Parte ½, artigo de Roberto Naime, in EcoDebate, ISSN 30/04/2019. Disponível em:

        A contextualização dos hábitos de consumo, nos remete a concepção da escolha do que consumir, que serviços adquirir, qual carro devemos ter, onde morar e muitas outras escolhas que são difundidas naquilo que achamos ser nosso sucesso ou felicidade, porém, quando numa educação financeira aprendemos que nem sempre nossas escolhas são condizentes com o que realmente necessitamos. Outra escolha é de que precisamos trabalhar mais para “arcar” com as despesas ora adquiridas pelo simples fato que de necessitamos de algo que acreditamos trazer felicidade ou bem-estar, ora sem nos preocuparmos com o que realmente importa ou ainda não entendemos, a nossa qualidade de vida. O mundo e o consumo irão ditar o que precisamos, e a economia comportamental irá nos aprimorar naquilo que muitas vezes nos enganamos, tal o pai de família que usa seu tempo livre para trabalhar ainda mais para adquirir “coisas” que não precisam e acabam sucumbindo sua qualidade de vida e de sua família.

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