A Escola clássica e critica keynesiana
Por: fguilherme90 • 19/6/2018 • Resenha • 979 Palavras (4 Páginas) • 262 Visualizações
Resumo CAP 6, Modern Macroeconomics, Brian Snowdow e R.Vane
Primeiramente, é necessário dizer duas coisas. As duas escolas de pensamento da época eram as escolas da teoria do equilíbrio clássica e a nova keynesiana, e que antes da teoria geral escrita por Keynes, não havia uma teoria unificada sobre o emprego agregado e nem relevantes diferenças no pensamento dos economistas sobre a origem do ciclo comercial.
Dito isso, é possível começar a análise da teoria clássica. Os clássicos acreditavam que o sistema fluía em equilíbrio e que quando uma perturbação aparecesse, ela seria breve e passageira, pois o sistema rápida e efetivamente corrigiria o problema. Desta forma, vemos que o governo não tem necessidade de atuar diretamente, uma vez que o sistema se auto ajusta, e portanto, as políticas econômicas feitas pelos governos não eram nem necessárias e nem desejadas, pois poderiam criar uma instabilidade ao invés de corrigi-la.
Neste cenário, os clássicos baseavam sua teoria em alguns conceitos chave: os agentes são racionais e maximizadores, os mercados são perfeitamente competitivos, a informação é perfeita e os agentes tem expectativas estáveis. Esses conceitos garantiam a funcionalidade do sistema.
A partir disso, o comportamento do sistema é analisado sobre três vertentes, a determinação do emprego e da renda, a Lei de Say e a teoria quantitativa da moeda. Sobre a primeira vertente vemos que, como nessa teoria as variáveis reais são separadas das monetárias, a quantidade de moeda presente na economia não é um fator que vai interferir no resultado do produto final, portanto a moeda é neutra. Deste modo, a renda será gerada a partir da melhor combinação de fatores de produção possível em um período de tempo. Ressalta se que no curto prazo, o fator tecnologia e o fator capital são constantes, assim somente o fator mão de obra pode ser alterado, o que significa que alterações na quantidade de trabalho gerarão alterações no produto final, e essas alterações, no caso de serem positivas, acontecerão de forma decrescente, isto é, os acréscimos ficam gradativamente menores. Podemos usar o aumento do preço de um determinado produto como exemplo. Esse aumento geraria nos agentes racionais, a vontade de aumentar a produção do produto até o limite do lucro, ou seja, até o custo marginal se igualar ou preço marginal, nesse ponto, o mercado que tinha sofrido uma alteração devido ao aumento do preço do produto entra em equilíbrio novamente, assim como os salários e o trabalho, como já era previsto.
Além disso, ainda sobre o trabalho, vemos que nessa teoria não existe desemprego involuntário, então todos que buscam emprego dado o salário presente encontrarão, e há uma relação entre os salários e a quantidade demandada de trabalho. Quanto menor forem os salários reais, mais as empresas estarão dispostas a contratar e portanto maior será a quantidade demandada de trabalho, porém, nessa teoria a produtividade é diretamente ligada ao salário, então, com salários mais altos, há mais produtividade.
Em relação sobre a segunda vertente, a Lei de Say, vemos que a partir dessa lei, os clássicos acreditavam que tudo que era produzido seria consumido, pois o simples fato de produzir um produto, abriria o espaço para o consumo de outros. Assim, seguindo essa linha de raciocínio, toda renda gerada é gasta, pois a poupança é igual ao investimento. Então, não há vazamentos e nem formação de estoque indesejado, e desta forma, o sistema sempre garantiria o pleno emprego.
Ademais, ainda é necessário observar o impacto da taxa de juros. A taxa de juros representa a recompensa por se abster da economia no presente e interfere na ação dos agentes devido a produtividade marginal do capital e devido ao desejo de poupar. Então vemos que o lado da oferta é o desejo de poupar e o lado da demanda a produtividade marginal do capital, assim, as variações na taxa de juros agem como um fator de equilíbrio entre os lados da oferta e o da demanda.
Neste ponto, como tratamos até agora do setor real da economia que é capaz de explicar a determinação das variáveis reais, ainda falta analisarmos a determinação dos preços sob a ótica clássica, então, para isso veremos a última das vertentes, a Teoria quantitativa da moeda.
Portanto, em primeiro lugar é crucial que esteja claro que para os clássicos, as variáveis reais e as nominais são separadas, o que chamamos de dicotomia. Além disso, a quantidade de moeda não afeta as variáveis reais da economia, o que a torna neutra no longo prazo, isso significa que o único fator que desenvolve a economia são as inovações tecnológicas e não a quantidade de moeda, esse é um fator muito relevante para a análise clássica.
Então, uma vez dito isso, vemos que existem duas teorias quantitativas da moeda, e a primeira foi a de Cambridge. Nessa teoria existem o lado da oferta e o lado da demanda. A oferta era basicamente o que era criado pelas autoridades, e a demanda era o que os agentes demandavam de moeda com o objetivo de efetuar transações. Essa versão dizia que, como as variáveis k e Y, que são respectivamente, a proporção de uma renda em um período e nível de produção corrente, com um aumento da oferta de moeda criando um desequilíbrio, a única forma de reequilibrar o sistema seria se o nível de preços aumentasse. ( M=kPY )
A segunda versão da Teoria quantitativa da moeda, a de Fisher, adiciona a variável V, que seria a velocidade de circulação da moeda. Para Fisher, os elementos da equação, com exceção do nível de preços, eram determinados exogenamente, portanto, a equação servia para determinar o nível de preços. Assim, o nível de preços varia direta e proporcionalmente com o estoque de moeda da economia, por isso que a inflação tem origem monetária.
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