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A Influência da globalização no mercado local

Por:   •  23/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  7.462 Palavras (30 Páginas)  •  342 Visualizações

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A Influência da globalização no mercado local

      Luiz Antonio Koritiake [1]

Resumo: O autor procura registrar a influência da globalização nos mercados locais. Estes registros são análise de alguns dos fatores que vêm impulsionando as transformações no mundo atual e os impactos que estes proporcionam na sociedade contemporânea.

Palavras-chave: sociedade contemporânea; transformações; globalização;  competitividade.

Introdução

As organizações empresariais em todo mundo têm realizado significativas mudanças em seus sistemas de gerenciamento, nos últimos anos, para fazer face às transformações que vêm ocorrendo na economia mundial.

Para sobreviver e crescer nesse novo ambiente, as empresas têm buscado desenvolver um sistema de gestão que as torne excelentes, diferenciadas e competitivas frente aos seus principais concorrentes.        

Nesta busca de diferenciação de vantagens competitivas intensificou-se a velocidade de lançamento de novos produtos ou o desenvolvimento de novos atributos dos produtos já existentes, visando responder com presteza às preferências e sinalizações dos consumidores.

A competitividade no comércio de bens e serviços adquiriu a pretensão de ser o único discurso viável em um mercado livre, no qual as empresas movidas pelo desejo de mais lucros, concorrem entre si para atrair consumidores. Neste contexto, as empresas são levadas a aprimorar constantemente a qualidade de seus produtos e a se organizarem de forma mais eficiente e menos dispendiosa.

Inovações contínuas, pelas quais são destruídos e criados novos tipos de trabalho, fazem com que a cada dia surjam novos produtos no mercado com ciclos de vida cada vez menor e nova necessidades de consumo. A disseminação das novas idéias de organização e administração das empresas vem modificando radicalmente e com velocidade crescente os padrões internacionais de produção e competitividade. Desta forma, toda e qualquer fala que envolva alternativas econômicas tem que se incorporar plenamente ao jogo do mercado, cujos mecanismos atuam nas organizações exigindo o desenvolvimento de sistemas flexíveis e de alta velocidade na gestão empresarial.

A partir dos anos setenta[2]  é que as condições para as modificações tornaram-se mais favoráveis, atingindo um patamar mais elevado na década de 80. A economia mundial capitalista, neste último período, está marcada por rápidas e importantes transformações, “de tal forma a configurar uma etapa nova e mais avançada de progresso tecnológico e de acumulação financeira de capitais; ou seja, caracterizando um estágio mais profundo e intenso de internacionalização da vida econômica, social, cultural e política” (Coutinho, 1995:21).

Esta “internacionalização” que Coutinho cita é a globalização, “... que diz respeito a todos os processos por meio dos quais os povos do mundo são incorporados em uma única sociedade mundial, a sociedade global” (Albrow in Ianni. 1995:13). Sua manifestação pode se dar na interligação acelerada dos mercados nacionais, na possibilidade de movimentar bilhões de dólares através de um simples “clicar” no computador, a padronização dos produtos e uma estratégia mundial de unificação de marketing uniformizando a imagem (um tênis Nike, um Big Mac).

Estas manifestações já acontecem, para todos os lados que olhamos vemo-nos envolvidos numa sociedade global. As pessoas se alimentam, se vestem, moram, são transportadas, se comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, com organizações que operam em vários países.

Com a globalização está havendo uma expansão significativa dos fluxos de comércio, inclusive nos países em desenvolvimento. A questão da competitividade, por conseguinte, ganha prioridade nas plataformas das políticas nacionais.

 Neste contexto é que proponho uma análise de alguns dos fatores que vêm impulsionando as transformações no mundo atual e que vem interferindo nos mercados locais. Posteriormente abordaremos os impactos destes fatores, muitas vezes esquecidos, no entanto com efeitos avassaladores na sociedade, tudo pela qualidade e competitividade, ou seja, pelo lucro.

1. Fatores que favoreceram a globalização

Dentro desta globalização alguns fatores têm se apresentado como sendo a mola propulsora das transformações da sociedade contemporânea, desde a década de 70. Os mais evidentes que acionaram e que estão acionando o processo de transformações dos padrões da sociedade existentes são:

· o avanço do neoliberalismo;

· a crise do comunismo;

 ·a superação dos modelos produtivos de Taylor e Ford[3] ;

·a ciência e a tecnologia;

Queremos salientar, que estes fatores isolados não levam à consumação de uma transformação, mas no conjunto vêm provocando impactos em todos os setores envolvidos (político, econômico e social), obrigando o surgimento de mecanismos organizacionais que propiciem padrões para atender um mercado mais competitivo.

        

1.1 O avanço do neoliberalismo

O liberalismo[4]  teve como período clássico de 1846 a 1914, “... em que a evolução política e econômica coincidiu para uma expansão cada vez maior das liberdades individuais, (...) a liberdade de comércio de mercadorias e de movimentação internacional de capitais e de pessoas, a crença no progresso ilimitado da ciência e da técnica, das artes e da sociedade, a crítica confiança na ‘civilização’ do Ocidente” (Campos, Fernandez, 1993: 69). Inúmeros fatores vieram intervir após a primeira guerra mundial, não dando espaço para a consumação deste pensamento: o avanço do fascismo, as revoluções comunistas, a tentativa de estabelecer uma nova divisão geo-política com a Liga das Nações e o comércio internacional estrangulado e em depressão.(id, ibdt.).

Ainda na década de 40, renasce nos Estados Unidos e na Europa com base na obra de Friedrich Hayek, “O Caminho da Servidão”[5] , escrito em 1944, com a proposta de combater o solidarismo reinante e o Keynesianismo[6], o novo liberalismo – o neoliberalismo. Naquele momento histórico, política com linhas tão individualistas não ganhou força, tendo em vista que o capitalismo estava se fortalecendo a cada momento nas décadas de cinqüenta e sessenta.

Os neoliberais acreditavam que o estado de bem-estar social tornava os cidadãos iguais, acabando com a liberdade e com a força da concorrência e que “... a desigualdade era um valor positivo – na realidade imprescindível em si – pois disso precisavam as sociedades ocidentais” ( Anderson. 1995:10).

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