A Influência da Taxa de Juros
Por: Renato Bianchi • 21/11/2017 • Ensaio • 689 Palavras (3 Páginas) • 305 Visualizações
A INFLUÊNCIA DA TAXA DE JUROS E DO VOLUME DE CRÉDITO
A moeda é um ativo e a taxa de juros é o preço desse ativo. Existem pessoas que demandam moeda e existem pessoas que as ofertam.
As pessoas e empresas que demandam moeda pretendem efetuar trocas ou transações. Se as taxas de juros estiverem mais altas ou mais baixas, essas mesmas pessoas e empresas também vão querer mais ou menos moedas, existindo aí, a chamada demanda por especulação. Logo, a demanda total será a demanda para que sejam feitas as transações, somada com a demanda de especulação.
Por outro lado, o Banco Central está ofertando moedas e os Bancos Comerciais as emprestam. Logo, a demanda e a oferta de moedas vão se encontrar em determinado momento buscando o preço de equilíbrio, ou seja, a taxa de juros que deveria prevalecer na economia. Semelhante à procura por bananas na feira, cujo preço estará mais alto ou mais baixo conforme a procura das pessoas por mais ou por menos bananas.
O problema é que o Banco Central, que é responsável pela emissão da moeda, ele determina a taxa de juros a cada 45 dias, na reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), e ele diz que ele quer que prevaleça a chamada taxa SELIC. No momento que ele determina esta taxa, ele impõe sua referência, então os agentes econômicos, tanto aqueles que querem ter a moeda, demandar a moeda, como ele próprio, vão precisar se encontrar naquele preço que o Banco Central sugeriu.
O Banco Central interfere na taxa, porque ele tem um mandato para entregar a inflação, segundo a meta de inflação. A taxa de juros funciona como um remédio para a inflação, pois quando a inflação está crescendo, normalmente ocorre porque as pessoas estão querendo comprar muito, tem muita demanda, e as empresas não estão conseguindo ofertar, entregar aquilo que as pessoas estão querendo comprar, naturalmente os preços vão subindo (inflação de demanda). Então o Banco Central interfere, pretendendo reduzir o consumo das famílias e das empresas (investimento), acalmando o mercado.
Para a pessoa que compra a vista, se o Banco Central sobe a taxa de juros, ele pensará em adiar o consumo e aplicar seu dinheiro, tendo em vista a taxa de juros mais alta, e assim obter um lucro futuro que permitirá comprar mais no futuro. Logo, está pessoa adia o consumo presente para consumir no futuro.
De outro lado, se a taxa de juros sobe, o crediário fica mais caro, logo a prestação do empréstimo vai aumentar, o que pode não caber no orçamento da pessoa, obrigando-a a reduzir o consumo, atendendo ao objetivo do Banco Central.
Para as empresas que também consomem e que fazem investimentos, elas acabam notando que talvez seja melhor investir seu dinheiro no mercado financeiro nesta taxa de juros mais elevada, isto diminui a demanda em investimentos. Quando a inflação sobe, muitas empresas especulam com os seus produtos, deixando-os estocados, fazendo com que haja menos oferta, para o preço deles subirem. Se o Banco Central sobe a taxa de juros, o empresário observa seu estoque especulado e tenta vender imediatamente.
O Comitê de Política Monetária (COPOM), é um órgão constituído no âmbito do Banco Central do Brasil em 20 de junho de 1996, por meio da circular nº 2.698 (revogada a partir de 2 de janeiro de 1998, pela Circular nº 2.780, de 12 de novembro de 1997) com as finalidades de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros. Tem, ainda, a competência específica de regular a liquidez da economia, por meio dos instrumentos de política monetária.
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