A Organização Mundial da Saúde
Por: Paulo Ricardo • 25/1/2022 • Trabalho acadêmico • 2.455 Palavras (10 Páginas) • 111 Visualizações
INTRODUÇÃO
O mundo está envelhecendo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará à 2 bilhões de pessaoas até 2050, representando 1/5 (um quinto) da população mundial. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019, a população idosa no Brasil era de, aproximadamente, 32 milhões de pessoas, se tornando a quinta maior população idosa do mundo.
O envelhecimento significativo da população brasileira iniciou-se à partir das décadas de 1970 e 1980, quando medidas sanitárias, de saúde e segurança, como saneamento básico, vacinas, ferramentas de segurança implementadas em veículos, etc. começaram a se fazer mais presentes, levando ao aumento do tempo médio de vida da população em geral. Além disso, a taxa de natalidade também diminuiu consideravelmente, já que, à partir da década de 70 houve uma urbanização do país, possibilitando uma facilidade maior ao acesso á metodos contraceptivos, além da introdução da mulher no mercado de trabalho e do alto custo para criação dos filhos no ambiente urbano.
Apesar do envelhecimento da população mundial, o modo de vida capitalista, principalmente Ocidental, influi direta e negativamente na participação do idoso na sociedade, afinal, ao envelhecer, o indivíduo perde paulatinamente a sua força de trabalho, que é o fator que lhe faz ter uma função dentro do capitalismo, além de uma parcela entre estes representar custos, como previdência e/ ou aposentadoria . Isso faz com que os idosos sejam vistos pelas outras pessoas com um certo preconceito por conta da sua idade, caracterizando o Etarismo.
Tal preconceito leva os cidadãos idosos a sofrerem com a violência. Violência é caracterizada pela OMS como “um ato único ou repetido, ou falta de ação apropriada, que ocorre em qualquer relacionamento em que haja expectativa de confiança, o que causa danos ou sofrimento a uma pessoa idosa”. Ao contrário do que se imagina num primeiro momento, violência vai além da violência física, podendo ser: psicológica, sexual, negligência, patrimonial e financeira.
Preconceito
Hodiernamente, o preconceito contra idosos, conhecido como” Etarismo”, é um mal latente na sociedade, já que estereótipos estão enraizados dentro desta. Estereótipos esses que dizem respeito à saúde, capacidade, fragilidade, empenho, idade, etc. Também conhecido como Idadismo ou Ageismo, as ações preconceituosas baseadas nesse conceito é demasiadamente comum, visto que, de acordo com relatório elaborado pela OMS, uma a cada duas pessoas apresenta ações discriminatórias que prejudicam a vida dos idosos.
O fato de vivermos em uma sociedade capitalista e produtivista faz com que esses estereótipos influam ainda mais na vida dos idosos, de modo que a força de trabalho do homem é o motivo do mesmo ter uma função nesse modelo econômico. Mas mesmo que esse grupo seja visto como um peso no capitalismo, isso é uma inverdade, já que mesmo aposentados, alguns idosos ainda proveem o sustento de casa.
Vivemos em uma sociedade plural, na qual todos precisam de alguém, mesmo que na velhice, porém essa é uma noção educacional. Infelizmente, essa é uma perspectiva que não é tratada e discutida com a importância que merece, o que leva o assunto a ser negligenciado. Quando isso acontece, tem-se um isolamento do idoso e a sociedade ajuda a escondê-lo, esquecendo-o em lares, clínicas e asilos.
Além disso, temos uma omissão do Estado e de órgãos públicos e privados para com os idosos, fazendo com que esses sejam esquecidos e tenham suas vidas ainda mais dificultadas. Apesar destes oferecerem medidas que beneficiem os cidadãos longevos, são ações que, ao relacionadas à profundidade do problema social com idosos, são deveras superficiais e, ocasionalmente, ineficazes.
Baseado em relatórios feitos pela Organização Mundial da Saúde, cerca de 16,8% dos brasileiros acima de 50 anos já sofreram discriminação pelo simples fato dos mesmos estarem envelhecendo. Fato esse que se faz completamente sem sentido, vendo que a grande maioria da população jovem e adulta ao redor do mundo deseja e virá a ser idosa.
Tudo o que foi citado anteriormente contribui e faz parte da violência contra os idosos, que junto ao preconceito aos mesmos é algo que está muito presente na sociedade e, mesmo a população idosa vindo a ser cada vez maior, não tem a visibilidade merecida por um assunto tão delicado.
Violência contra os idosos
Violência, para a Organização Mundial de Saúde, caracteriza-se pelo uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha a possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (Krug et al., 2002).
Baseado nesse conceito de violência temos diferentes tipos desta. São esses: violência física, psicológica, sexual, institucional, econômica/financeira e negligência. Os tipos de violência são definidos pela Organização Mundial da Saúde da seguinte maneira:
Violência física: Uso da força física para ferir, provocar dor, incapacidade ou morte ou para compelir o idoso a fazer o que não deseja;
Violência psicológica: Agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar o idoso do convívio social;
Violência sexual: Atos ou jogos sexuais de caráter homo ou heterorrelacional que utilizam pessoas idosas visando obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças;
Violência institucional: é a violência que o idoso sofre em instituições públicas ou privadas que não oferecem um tratamento digno ou adequeado para sua idade.
Violência econômica / financeira: É o ato de violência que implica dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, instrumentos de trabalho, bens e valores da pessoa atendida/vítima. Consiste na exploração imprópria ou ilegal, ou no uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais.
Negligência/Abandono: É a omissão pela qual se deixou de prover as necessidades e cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social da pessoa atendida/vítima.
No mundo, segundo a OMS, pelo menos 15,7% das pessoas com 60 anos ou mais são submetidas a algum tipo de violência, ou seja, 1 em cada 6 idosos são vítimas de violência. No Brasil, estima-se, provavelmente de forma subestimada, que haja mais de 30 mil casos de denúncia de violência contra idosos por mês. Acredita-se que essa estatística é subestimada baseado em relatos de funcionários de hospitais e de serviços sociais que mostram que, muitas vezes, a vítima não denuncia a agressão sofrida por conta do medo da retaliação por parte do agressor, principalmetne em casos nos quais o agressor é a única pessoa presente na vida do idoso.
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