A rede de Vogel em Economia
Por: Lucca Fresia • 12/1/2016 • Dissertação • 728 Palavras (3 Páginas) • 481 Visualizações
A REDE DE VOGEL
ARMADILHAS COMO OBRAS DE ARTE E OBRAS DE ARTE COMO ARMADILHAS
O ARTIGO DISCUTE A IDÉIA DE QUE OS OBJETOS SÃO ARTE, EM FUNÇÃO DO MODO COMO SÃO INTERPRETADOS ,
-DISTINÇÃO ENTRE OBRA DE ARTE E MERO ARTEFATO
-ÚTIL MAS NÃO é BELO
-OBJETOS COMO ARMADILHAS PARA CAPTURAR ANIMAIS PODERIAM SER EXIBIDOS COMO OBJETOS ARTÍSTICOS, PORQUE CONTÉM IDEIAS E INTENÇÕES COMPLEXAS A RESPEITO DA RELAÇÃO ENTRE HOMENS E ANIMAIS
O TEXTO DISCUTE O QUE É UMA OBRA DE ARTE OU ALGO MENOS NOBRE, UM ARTEFATO
TRÊS TEORIAS QUE REPONDEM ESSA QUESTÃO:
1-TEORIA ESTÉTICA O OBJETO PRECISA TER APELO VISUAL E BELEZA (DOTADOS PELO ARTISTA QUE DEVERIA TER ESSA CAPACIDADE)
- A QUESTÃO QUE SE COLOCA É: ESSES VALORES PODEM SER RECONHECIDOS AUTOMATICAMENTE NOS OBJETOS? E O GOSTO PARTICULAR DE CADA CONTEXTO CULTURAL, NÃO FARIA VARIAR ESSE RECONHECIMENTO?
2- TEORIA INTERPRETATIVA UM OBJETO É CONSIDERADO UMA OBRA DE ARTE SE FOR INTERPRETADO A PARTIR DE UM SISTEMA DE IDÉIAS FUNDAMENTADAS EM UMA TRADIÇÃO ARTÍSTICA HISTORICAMENTE ESTABELECIDA, OU SEJA, SE FIZER PARTE DO CAMPO DA ARTE
- ESTÁ AFINADA COM O MUNDO ARTÍSTICO CONTEMPORÂNEO, O BELO DEU LUGAR À “ARTE CONCEITUAL”
3- TEORIA INSTITUCIONAL AFIRMA QUE NÃO HÁ NO OBJETO ALGO CAPAZ DE CLASSIFICÁ-LO DEFINITIVAMENTE COMO OBRA DE ARTE
- NÃO PRESSUPÕE A COERÊNCIA HISTÓRICA DAS INTERPRETAÇÕES – AFIRMA QUE SE O MUNDO ARTÍSTICO COOPTA UM OBJETO COMO SENDO ARTE ENTÃO ELE É ARTE
- SÃO OS REPRESENTANTES DO MUNDO ARTÍSTICO: ARTISTAS, CURADORES, CRÍTICOS, COLECIONADORES QUE TEM O PODER DE DEFINIR ESTA QUESTÃO
O ARTIGO PARTE DA EXPOSIÇÃO ARTE / ARTEFATO montada em NEW YORK, CURADA POR Susan Vogel
NO PRIMEIRO ANDAR HAVIA UMA
GALERIA DE ARTE CONTEMPORÂNEA
EXPOSTA UMA REDE DE CAÇA ZANDE (AFRICA), cuja pretensão da curadoria era quebrar o elo entre arte primitiva, explorada por Picasso em Demoiselles D”Avignon, Modigliani e Brancusi, em relação à arte africana.
ARTHUR DANTO | ALFRED GELL |
DICKIE A DEFINIÇÃO DE obra de arte é um consenso social em meio ao público de arte Considera a ausência de um autor ou a intenção e o significado ( a rede é de um autor anônimo), fundamentais para a compreensão da arte desde o renascimento
Sem interpretação não há arte
A arte tem significado em si mesma, e não serve para uma outra coisa (martelo) A arte aplicada se diferencia do objeto de arte, pois este se reporta ao universal | A realidade dos objetos esgota-se em seu uso, já a arte diz respeito a pensamentos e proposições, a despeito de valores universais intrínsecos ao objeto No entanto, toda a arte foi construída para atender propósitos instrumentais: as pinturas religiosas, retratos expressam semelhança, estátuas dignificam espaços públicos e soberanos, etc... A separação entre funcionalidade e espiritualidade é impraticável Na áfrica, a rede é usada em rituais importantes, e não como um dispositivo corriqueiro que garanta a sobrevivência É um pensamento encarnado Como sugere ser a rede de caça ao chipanzé ...os chipanzés são como os seres humanos, quando têm algum problema, param e pensam e não saem correndo e gritando simplesmente..... a armadilha para o chipanzé atua nesta seara.. Neste caso a armadilha seria uma metáfora de profunda significação – um poderoso signo Na armadilha, muito mais sobre a existência humana está presente do que em qq escultura, mas como esse não é um exemplo óbvio de um objeto de “arte”, jamais será olhado deste prisma As armadilhas comunicam um nexo de intencionalidades entre caçadores e as presas – creio que essa evocação de intencionalidades complexas é, na realidade o que serve para definir as obras de arte ( as armadilhas, caso fossem emolduradas, poderiam evocar intuições complexas a respeito do ser, do relacionamento Há inúmeras obras de “arte” ocidentais que ocupam o mesmo território semiológico.
Alfred pergunta: qualquer objeto fabricado pelo homem pode ser veiculado como obra de arte? Lembra que os aspectos mais interessantes a respeito dos ready-mades, nunca foram os objetos em si, mas as razões de Duchamp para selecioná-los |
Alfred conclui que toda obra de arte que funciona é uma armadilha ou um ardil que impede a passagem. E a galeria um lugar de captura “armadilhas do pensamento”, que mantém as vítimas por algum tempo em suspensão.
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