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AMÉRICA LATINA: ECONOMIA E POLÍTICA ECONÔMICA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS ESTUDO DO CASO CHILENO

Por:   •  23/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  8.319 Palavras (34 Páginas)  •  412 Visualizações

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AMÉRICA LATINA: ECONOMIA E POLÍTICA ECONÔMICA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

ESTUDO DO CASO CHILENO

A Economia do Chile no período anterior à Crise dos nos 80......................Pg. 05


Crise dos anos 80: origens e impactos.......................................................... Pg. 08

As Reformas dos anos 1980-1990 e a Liberalização da Economia..............Pg. 11

América Latina na Crise Internacional e na Recuperação........................... Pg. 14

O Estado Chileno – Análise do Sistema de Previdência Social.................. Pg. 17

Considerações Finais...................................................................................... Pg. 24

Introdução

Com uma área de 756.945 quilômetros quadrados e uma população de cerca de 16 milhões de pessoas, o Chile possui uma variedade de recursos naturais extremamente importantes. Mesmo ocupando um território relativamente pequeno, de acordo com dados divulgados em novembro de 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU), essa nação apresentou o maior Índice de Desenvolvimento Humano da América do Sul, com média de 0,783.

O Chile foi escolhido como foco dessa análise devido ao poder de atração de seu modelo econômico, ligado a sua capacidade de êxito. É um dos países mais interessantes da América Latina justamente por seu tamanho reduzido contraposto por sua enorme capacidade de exportação. Como pioneiro na adoção do modelo de exportação de primários no lugar do modelo de Industrialização por Substituição de Importação, as estratégias do novo modelo permanecem até hoje. Diferentemente de muitos outros casos da América Latina, as elites chilenas compreenderam desde cedo que o país não tinha vocação para ser uma economia industrializada completa, e que, portanto deveria desenvolver-se em áreas que tinha potencial. Ao adotar um modelo de desenvolvimento com bases em recursos naturais, o Chile se tornou um sucesso macroeconômico.

Esse trabalho busca estudar a economia da América Latina durante seus períodos de instabilidade e crescimento. A implementação do modelo de industrialização por substituição de importações gerou grandes benefícios inicialmente para a economia chilena, porém, posteriormente a dependência externa que esse modelo necessitava e que consequentemente gerava, levou ao aumento da divida externa e depois a uma gigantesca crise.

        A crise afetou de modos diferentes e com intensidades diferentes, mas acabou destruindo a economia de todos os países que se encontravam presos a uma divida externa enorme e sem financiamento externo. Uma vez que a recuperação de cada país foi diferente, o governo chileno mudou completamente sua política econômica e com o apoio dos EUA conseguiu se recuperar de forma rápida.

         

Outro fator a ser abordado nesse trabalho é uma breve discussão sobre os modelos de estados e as atividades que cabem ou não a cada um. Posteriormente, uma análise do modelo escolhido pelo Chile será apresentada introduzindo o estudo do modelo da previdência social Chilena. O modelo privado de capitalização individual, adotado com a reforma promovida no Chile, no início da década de 80 tem sido frequentemente discutido em diversos debates sobre os sistemas previdenciários da América Latina. Mais do que isso, a previdência chilena tem inspirado reformas, como a que foi promovida recentemente pelo governo argentino. É por esse motivo que se julga importante discutir algumas características da reforma chilena e seus primeiros resultados nesta primeira década de funcionamento do novo sistema.

O trabalho se divide em cinco partes. A primeira parte conta um pouco da historia da economia do Chile durante as décadas antecedentes à crise dos anos 80, mostrando as políticas econômicas usadas na época e suas implicações dentro do país. Já a segunda parte trata da crise dos anos 80 na América Latina e seus impactos, nessa parte será discutido, de forma geral, o ocorrido dentro da América Latina, dando um destaque maior ao Chile. Na Terceira parte será apresentada a recuperação dos países latinos com relação a crise, levando em conta a liberalização da economia e também o consenso de Washington, assinado em 1989 com o objetivo de ajudar os países latinos a se recuperarem da crise. A quarta parte apresenta uma discussão breve sobre os impactos da crise global de 2008 sobre os países da América Latina, dando um maior enfoque no impacto da crise no Chile. E finalmente na ultima parte será analisado o papel do estado chileno com ênfase na reforma do sistema previdenciário.

A Economia do Chile no período anterior à Crise dos nos 80

O Chile apresenta algumas características bem definidas e distintas quando comparadas a outros países da América Latina. A urbanização do país se iniciou cedo, mas ao contrario de alguns de seus vizinhos como o Brasil e o México, não sofreu uma explosão demográfica. Outra característica que também se concretizou cedo foi a unidade política do país, fato relacionado com o tamanho reduzido e seu isolamento. Além disso, o Chile possui um Estado forte no que se refere a sua relação com a sociedade e um sistema de partidos bem estruturado, semelhante ao de países europeus.

Outro aspecto peculiar do país pode ser visto em relação ao modelo de Industrialização por substituição de Importações (ISI). Os problemas chilenos com esse modelo começaram muito antes do que em qualquer outro país que também o usava, o que levou a um debate econômico durante os anos 50 que buscava discutir qual era a melhor opção para o Chile.

Após a crise gerada pela grande depressão de 1929, a demanda do principal produto de exportação Chileno na época, o sal, foi fortemente afetada. O governo de Jorge Alessandri Rodriguez, de 1958 a 1964, buscava recuperar a economia utilizando métodos como a liberalização do comércio, fixação da taxa de cambio, a consolidação e liberalização dos mercados cambiais, tudo isso visando eliminar os efeitos inflacionários de déficits fiscais por meio de financiamento externo.

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