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Análise Capítulo Introdução a Economia

Por:   •  5/2/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.193 Palavras (5 Páginas)  •  171 Visualizações

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No primeiro capítulo de Introdução a Economia, escrito por Gregory Mankiw, são apresentados ao leitor dez princípios de economia de modo a reunir ideias centrais do estudo da mesma, os quais são divididos em três categorias: como as pessoas tomam decisões, como as pessoas interagem e como a economia funciona.

Na primeira, têm-se quatro princípios que, como o nome sugere, abordam o que influencia nas tomadas de decisões pelas pessoas. O primeiro princípio infere que as pessoas enfrentam tradeoffs, ou seja, estão sujeitas à constantes situações de escolhas conflitantes que implicam na tomada de uma decisão que exigem a escolha de um objeto em detrimento de outro. O segundo princípio afirma que o custo de alguma coisa é aquilo que é desistido para obtê-la, seja tempo, dinheiro, trabalho ou qualquer coisa de que se tenha de abrir mão. Já o terceiro princípio concerne que pessoas racionais pensam na margem; isso significa que melhores decisões podem ser tomadas pensando na margem, uma vez que os extremos podem não ser as melhores opções. Por fim, o quarto princípio infere que as pessoas reagem à incentivos, de modo que suas decisões podem ser influenciadas pela introdução de um estímulo que altere os custos e/ou benefícios de certa ação.

Na segunda categoria, são elencados três princípios referentes às relações comerciais entre as pessoas. O primeiro, ao dizer que o comércio pode ser bom para todos, considera que a especialização permitida pelo comércio resulta numa maior variedade de bens e serviços por um custo menor, de modo que a livre competição não seja prejudicial. O segundo princípio relaciona-se com o mercado, afirmando que esse é, geralmente, uma boa maneira de organizar a atividade econômica, justificando tal com base na chamada “mão invisível”, originalmente introduzida por Adam Smith, que leva as interações no mercado a resultados desejáveis por meio dos preços, os quais representam tanto o valor de um item para a sociedade quanto o custo social de produzi-lo. Já o terceiro princípio infere que às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados em situações exclusivas, que são na promoção da eficiência, que é a propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível a partir de seus recursos escassos, e promover a equidade, que é a propriedade de distribuir a prosperidade econômica de maneira justa entre os membros da sociedade.

Na terceira e última categoria, são listados os três princípios referentes ao funcionamento da economia, levando em consideração a organização com base no mercado, enunciada anteriormente como muito bem sucedida em promover o bem-estar econômico geral. O primeiro princípio afirma que o padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e serviços, baseado no fato de que a taxa de crescimento da produtividade – quantidade de bens e serviços que um trabalhador pode produzir por hora de trabalho – de um país determina a taxa de crescimento de sua renda média. O segundo princípio declara que os preços sobem quando o governo emite moeda demais, causando a inflação e, por fim, o terceiro princípio induz que a sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego, uma vez que além da inflação, o aumento da quantidade de moeda na economia provoca, pelo menos no curto prazo, um menor nível de desemprego.

Contudo, a partir da análise do capítulo inicial do livro, tal como dos princípios elencados por Mankiw, é possível afirmar que alguns deles podem estar embebidos em entendimentos pré-definidos sobre funcionamento da economia. Ao definir a economia como o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos, o autor leva em consideração o planejamento feito em conjunto pelos membros da sociedade para o problema da alocação desses recursos. É importante ressaltar que os princípios apresentados são observados apenas mediante uma atividade econômica organizada a partir do mercado, uma vez que os mesmos, em grande parte, não se aplicam às outras formas de instituição do processo econômico identificadas por Karl Polanyi, que são a reciprocidade e a redistribuição. Com base nisso, a definição dada por Mankiw para economia é contraditória, tendo em vista que nas relações promovidas por uma lógica de mercado, é impulsionado um comportamento do indivíduo que possui o objetivo apenas de exponenciar seus interesses pessoais, partindo de escolhas individuais com uma ação calculista ligada à racionalidade competitiva, ou seja, as pessoas estão sempre “calculando”, mesmo que involuntariamente, uma maneira de atingir um maior ganho. Portanto, em termos práticos, somente indivíduos tomam decisões, e somente indivíduos agem de acordo com essas decisões.

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