CELSO FURTADO E SEU PENSAMENTO
Por: José Santos • 29/4/2017 • Ensaio • 903 Palavras (4 Páginas) • 245 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA (DHI)
DOCENTE: EDNA MARIA MATOS ANTONIO
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO NORDESTE
DISCENTE: JOSÉ ROBERTO SANTANA SANTOS
DATA: 11/04/2017
CELSO FURTADO E SEU PENSAMENTO
Introdução
Celso Monteiro Furtado, brasileiro, nordestino, nascido em 1920 na cidade de Pombal, estado da Paraíba, foi um economista, intelectual, e “homem público” altamente reconhecido e respeitado nacional e internacionalmente. Destacou-se muito pelas suas ideias em relação às problemáticas de desenvolvimento e subdesenvolvimento, quando nos anos cinquenta integrou a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), no Chile. Porém, a sua maior ascendência, foi em função do afinco com que tratava e pensava a superação das desigualdades regionais brasileiras, com especial preocupação em formular planos para o desenvolvimento da região nordeste. Dessa maneira, este trabalho tem como propósito justamente averiguar, de uma forma geral, as contribuições de Furtado na busca de saídas para o avanço social e econômico do nordeste, tanto do ponto de vista teórico, quanto do ponto de vista prático, quando criou e liderou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) no governo de Juscelino Kubitschek.
O pesamento e trajetória de Furtado
Uma questão crucial do pensamento de Furtado, é a relevância dada ao aspecto social na análise econômica, pois afirmava que o que caracteriza o desenvolvimento é o projeto social subjacente, ou seja, para o mesmo, não se poderia considerar desenvolvimento um processo econômico que não integrasse a população, que fosse indiferente aos problemas sociais e à melhoria de vida das pessoas. Advogava para o caso do nordeste, a saída por meio da industrialização, por compreendê-la como o motor propulsor do desenvolvimento. Concomitantemente, fazia também, grande apologia à realização da reforma agrária e modernização da agricultura, para promover a geração de empregos e a melhoria das condições de produção. É de suma importância ressaltar que, Furtado era um crítico do processo de globalização e da hegemonia mundial do capital financeiro. O seu projeto era de uma economia interna, com o estado assumindo o seu papel de agente regulador e estimulador, através de financiamentos e incentivos fiscais, alimentando um processo de superação das misérias sociais, e não uma industrialização voltada à acumulação do capital, à produção de excedentes e à competitividade externa, enquanto milhares pessoas não tinha, se quer, o que comer.
Na década de 1950, já após ter retornado de sua estadia no Chile, Furtado presidiu o grupo misto CEPAL-BNDE, onde foi elaborado um estudo da economia brasileira que depois serviu como base para o plano de metas do governo JK. Por volta do ano 1959, o governo foi muito criticado por centrar-se na construção da nova capital federal Brasília – empreendimento altamente dispendioso para as finanças públicas – apesar da necessidade de solucionar gravíssimos problemas sociais em outras regiões do país. Com o temor de que ocorresse uma grande decepção popular, por ser um governo que gerou grandes expectativas na sociedade, e também preocupado com a sua reeleição, Kubitschek convoca uma extraordinária reunião com vários pensadores brasileiros, dentre esses, Celso Furtado. Neste encontro, após apresentação detalhada, Furtado convence o presidente da ineficácia das políticas vigentes para a região nordeste, principalmente no que se refere às ações promovidas pelo Departamento Nacional de
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