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CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Por:   •  14/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.923 Palavras (8 Páginas)  •  230 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

GABRIELA OLIVEIRA

LAÍSE SANTOS

DIFERENÇA SALARIAL POR GÊNERO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR        

Salvador

2018

  1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as mulheres tem sido bem sucedidas ao conquistar espaços sociais, profissionais, culturais e políticos geralmente ocupados por homens. Em meio a tantas mudanças, como a maior participação no mercado de trabalho, crescente escolarização, redução da fecundidade, disseminação de acesso a informação e de contraceptivos, ainda assim, a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho persiste apresentando assimetrias relevantes, principalmente no que se refere a remuneração e a posições mais elevadas dentro das organizações. Assim, segundo o IBGE (2016) os rendimentos de salários médios das mulheres seguem sendo por volta de ¾ mais baixo do que o dos homens.  Mesmo com estas mudanças e com a ampliação das liberdades e direitos das mulheres, em relação aos homens, continuam apresentando grande discriminação na sociedade, no mercado de trabalho e na educação, retardando o desenvolvimento econômico e social (BORTOLUZZO; MATAVELLI; MADALOZZO, 2016). No Brasil, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem aumentado desde 1970, quando apenas 18% das mulheres trabalhavam (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2008), enquanto que, já em 2005, 53% das mulheres estavam no mercado de trabalho (IBGE, 2006).

Empiricamente, fatores como gênero e raça tem sido reportados como variáveis relevantes para a diferença de remuneração, as evidencias mostram que existe diferença salarial entre homens e mulheres e entre brancos e não-brancos, sendo que os homens brancos são favorecidos em relação a população (ALMEIDA; ALMEIDA; BESARRIA, 2014). Na perspectiva brasileira, estudos também tem mostrado que as diferenças entre gênero e raça tem contribuído para o aumento de diferenciação de remuneração, podendo estar auxiliando para a ampliação das desigualdades de renda do Brasil. Entre os estudos que se destacam, Meireles (2013) fez a análise da diferença de renda entre gêneros a partir da análise da PNAD de 2009, constatando que os homens apresentam renda mais elevada em relação as mulheres, por possuírem mais anos de estudo e por terem mais propensão a entrar no mercado de trabalho.  

        Já Soares (2000) também analisando a diferença salarial por gênero no Brasil entre 1987 e 1998, percebeu que a diferenciação salarial dos negros se refere, principalmente, a sua baixa qualificação, e, em relação às mulheres brancas, a diferença salarial é explicada essencialmente pela descriminação. Quanto as mulheres negras, a menor remuneração é explicada pelo preconceito e pela menor qualificação.

De acordo com Almeida et al (2014), os resultados de estudos nacionais e internacionais mostram que existem diferenças salariais significativas em relação a raça e gênero no mercado de trabalho. Araújo e Ribeiro (2001) ao analisar a diferença salarial entre as regiões no Brasil, concluíram, também, que há uma grande diferença salarial em relação ao gênero, sendo que as regiões que mais se destacaram por diferença salarial por conta de discriminação foram o Sul e Sudeste.

Neste estudo, buscamos analisar a diferença de rendimento mensal entre homens e mulheres na região metropolitana de Salvador, por setor de atividade, no ano de 2015.

        

  1. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para analisar a diferença de rendimento mensal entre gêneros por setor na Região Metropolitana de Salvador (RMS) no ano de 2015 foi uma estimação de rendimentos através do método Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), o modelo a ser estimado está representado abaixo. Os dados que foram utilizados são da Pesquisa Nacional de Desenvolvimento (PNAD) de 2015. Para tanto, foi utilizado o software Stata.

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        A variável dependente é lnrenda, que é a taxa de variação do rendimento mensal. As variáveis independentes utilizadas foram: setor de atividade; variável gênero, sendo mulher uma variável dummy, 1 se mulher; idade; negro, variável dummy indicando 1 se negro; e trabalho formal, variável dummy representando 1 se o trabalhador for formal, e 0 se for trabalhador informal.  

  1. ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS

Nesta seção discutiremos as estatísticas das variáveis analisadas. Na Tabela 1 abaixo estão listados os dados em análise e suas respectivas descrições.

TABELA 1: Medidas descritivas da renda, mulher, estudos, idade, idade2 e trabalho formal

VARIÁVEIS

Descrição das variáveis

Lnrendahora

Esta é a nossa variável dependente, salário hora mensal pelas horas trabalhas

Mulher

=1 se mulher

Estudos

Anos de estudo

Idade

Idade do indivíduo

idade2

Idade ao quadrado

negro

=1 se for não-branco

trabformal

=1 se trabalhador formal

                                Fonte: Elaboração própria

Na Tabela 2 observamos a diferença percentual entre homens e mulheres na amostra observada. Notamos então, que a diferença de gênero da população observada é quase dividida em 50% para cada sexo. Mesmo assim, as mulheres representam maioria. De acordo com o estudo que será apresentado nas páginas seguintes e pelo que foi observado na literatura, percebemos que, ceteris paribus, há uma tendência de as mulheres receberem menos do que os homens. Assim, mesmo que, na observação, elas sejam maioria, continuam representando um rendimento menor.  

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