Celso Furtado: Desenvolvimento e Subdesenvolvimento
Por: carla144 • 1/10/2016 • Resenha • 557 Palavras (3 Páginas) • 1.122 Visualizações
Celso Furtado: Desenvolvimento e Subdesenvolvimento.
O capítulo “O processo Histórico do Desenvolvimento“ do livro Desenvolvimento e Subdesenvolvimento de autoria de Celso Furtado inicia-se definindo o que seria de fato o processo de desenvolvimento, que para o autor é definido como: “ aumento do fluxo de renda real, isto é, incremento da quantidade de bens e serviços”. Além disso, o autor divaga e argumenta que desenvolvimento é relativo a cada sociedade, e logo em seguida, prosseguindo com a mesma linha de raciocínio aborda o excedente de produção. Celso debate que este processo seria conseqüência até mesmo de fatores climáticos e ambientais, e que o excedente sempre fora redirecionado a um grupo minoritário e teve seu início na escravidão.
Celso ainda sintetiza que a produção vem aliada ao excedente e a distribuição à apropriação do excedente por um grupo minoritário da sociedade assim como a acumulação ao lado de gera um aumento da produtividade. Logo em seguida, o autor aborda a questão do intercâmbio de produção e excedente que ocorre dentro da economia e utiliza com grande consistência em seu tópico A apropriação e o papel social dos grupos dominantes o exemplo da escravidão brasileira e da forma governamental vigente em povos antigos como os Gregos. Dentro desta questão, Celso deixa explícita sua opinião acerca da influência exercida sobre a economia pelos líderes que detêm os excedentes, sintetizando que um governo forte consegue equilibrar com mais qualidade sua produção.
Ademais, Celso em determinado ponto do capítulo começa a divagar pelas questões históricas do desenvolvimento, e afirma: “O desenvolvimento começou a partir dos séculos X e XI e não foi um processo endógeno”. Em seguida, Furtado começa a caracterizar o sistema vigente na economia industrial européia e como todos os sistemas antes baseados na agricultura foram se modificando e viram-se dependente de um comércio que teve grande base nas trocas. Além disso, o autor deixa evidente a grande modificação que ocorreu na própria cidade e como esta foi adquirindo grande importância: “A produção urbana compreendia o fabrico do pão e outros alimentos, o de calçado, vestimentas, cerâmica, móveis e uma infinidade de outros objetos.”
Em certo momento do capítulo, entra em discussão a questão da livre concorrência no sistema de desenvolvimento das economias, e como este processo não é uma criação da atualidade, pois, o autor deixa evidente que desde o sistema econômico europeu iniciante, a comunidade de comerciantes buscava regular o mercado: “A livre concorrência, para não degenerar rapidamente em formas imperfeitas de mercado, exige, mais que qualquer outro regime, total regulamentação e estrito controle” Além disso, nesta etapa do texto o autor deixa evidente seu não total apoio ao sistema de Laisser Faire, que para ele acaba causando além do desenvolvimento, uma possível desigualdade através da concorrência.
Logo em seguida, Furtado qualifica e distingue a questão da economia comercial e da economia industrial. Na primeira, Celso salienta que: “A renda dos grandes comerciantes podia ser conservada, em parte, líquida e entesourada indefinitivamente”. Já para a segunda, o autor argumenta que: “A renda do empresário igualmente como a do assalariado e qualquer outra, tem que ser reintroduzida no circuito econômico para que este não se interrompa.”
Desta maneira, através deste capítulo, Celso Furtado tenta sintetizar e englobar as questões do desenvolvimento, englobando idéias que envolvem aspectos históricos, econômicos e sociais.
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