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Celso Furtado e Julio Manuel – Formação Econômica Brasileira

Por:   •  6/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.008 Palavras (5 Páginas)  •  159 Visualizações

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Celso Furtado e Julio Manuel – Formação Economica Brasileira II

  1. Discuta a diferença entre a concepção furtadiana e a de JMCM quanto ao papel do Estado nas transformações na economia no pos-30 e no equacionamento da crise no período.

A principal diferença entre a concepção furtidiana e do João Manuel é a relação entre o papel do estado no processo de industrialização do Brasil.

Para JMCM sua influência estava aplicada sob a econômia industrial, a para CF era no setor cafeeiro que se encontravam os mecanismos políticos e conômicos da instituição. Além disso, apesar de ambos os autores acreditarem que a industrialização foi assegurada por fatores endógnos, havia algumas discrepâncias quanto às suas teorias:

Para JMCM, a indústria nasceu no auge da econômia agroexportadora, quando a facilidade de créditos em conjunto com a alta rentabilidade dos projetos industrias ( garantida pelos baixos salários e pela tarifa aduaneira sobre importados), incentivou os grandes bancos a transformarem capital monetário em industrial.

Já para CF, a explicação do nascimento da industria está relacionada à política de renda do Estado. Após a crise de 29, a fuga de capitais estrangeiros tornou impossível a continuidade da política de valorização do café. Portanto, com o intuíto de manter o nível de emprego e os preços do café, o Estado passou a fomentar a renda com a compra dos estoques do café (agora com capital nacional) e posteriormente os queimava. O aumento da renda nacional pressionou o mercado interno pela necessidade de produtos e como não havia possibilidade de importa-los, abre-se no mercado nacional a oportunidade de utilizar a capaciadade ociosa interna para suprir a carência de produtos anteriormente obtidos via importação. Furtado chama esse processo de substituição da importação.

  1. Quais os mecanismos empregados pelo governo ao longo da república Velha (1889-1930) para preservar o setor primário exportador cafeeiro? Explique e justifique cada um desses mecanismos.

Segundo CF, na econômia cafeeira da Republica Velha, com a intenção de estabilizar a volátilidade entre a oferta e demanda do café, foram aplicadas as seguintes políticas.

A primeira política adotada pelo Estado foi a desvalorização cambial, também conhecida como socialiação das perdas, a qual frente à queda dos preços das sacas de café no mercado internacional, o Estado desvalorizava propositalmente a moeda nacional, a fim de manter a produção de café atrativa aos produtores nacionais. No entanto, esse mecanismo repassa indiretamente os prejuzos para a sociedade, visto que na época, existia uma intensa depêndencia por produtos importados, os quais se tornavam mais caros (Logo reduzia-se o poder de compra interno, diminuido a demanda por importados, equilibrando a Balança de Pagamentos).

Posteriormente, frente às pressões sociais adversas à tal política, o Estado passa a colocar em prática a PVC, que se resume em tomar empréstimos do mercado externo para comprar os estoques de café a fim de equilibrar a oferta e demanda e garantir preços competitivos. No entanto, esse mecanismo gerou grandes dívidas à nação.

Por fim, uma vez que os empréstimos estrangeiros estavam indisponíveis em razão crise de 1929, o Estado adota a política de fomento à renda, que se resume na compra dos estoque de café, agora com recursos internos de expanção de crédito, e a queima dos mesmos. Ao invés de gerar dívidas como a PVC, esse novo mecanismo manteve estáveis os preços do café e assegurou nível e emprego no setor exportador. Esse processo, somado à impossibilidade de importar produtos necessitados no mercado nacional, possibilitou a utilização da capacidade ociosa do país para atender tal demanda. Essa política ficou conhecida como substituição da importação e deu, segundo CF, início à industrialização do Brasil.

  1. O que Furtado chama de socialização das perdas? Explique e justifique.

Furtado chama de socialização das perdas a política de desvalorização câmbial, a qual frente à queda dos preços das sacas de café no mercado internacional, o Estado desvalorizava propositalmente a moeda nacional, a fim de manter a produção de café atrativa aos produtores nacionais.

No entanto, esse mecanismo repassa indiretamente os prejuzos para a sociedade, visto que na época, existia uma intensa depêndencia por produtos importados, os quais se tornavam mais caros (Logo reduzia-se o poder de compra interno, diminuido a demanda por importados, equilibrando a Balança de Pagamentos).

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