Chimérica

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Na primeira década do século XX, pela primeira vez na História a economia mundial estava unida, globalizada, vivia-se um clima de estabilidade e segurança financeira, abalado pelo advento da Primeira Guerra Mundial, deflagrada pelo assassinato do herdeiro do trono austríaco o arquiduque Franz Ferdnand. A sensação de segurança era tamanha que o mercado financeiro demorou a tomar consciência da gravidade e dimensão do conflito e como este o afetaria, a liquidez, a capacidade de empréstimos e a venda de ativos esgotou-se, enfim a globalização econômica foi totalmente destruída.

Os aliados vencedores da Guerra arquitetaram uma economia que funcionaria sob forte controle, sendo livre apenas o comércio, já as transações internacionais de valores se dariam apenas entre os governos, os dois grandes controladores desse novo molde da economia eram o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Essa estrutura funcionou até a década de 70, quando por pressão dos exportadores de petróleo que tinham altas quantias a serem investidas, e dos banqueiros ocidentais que queriam investir em empréstimos, levaram a uma folga a este controle financeiro. Ressurgindo assim a globalização financeira.

Em sete anos o volume de empréstimos à America Latina quadriplicou, apesar do alto risco, novamente se experimentava uma sensação de segurança, até o ano de 1982 quando o México não teve como arcar com suas obrigações, e para a concessão de novos empréstimos o FMI e o Banco Internacional exigiram que adotassem programas de ajustamentos estruturais rígidos, através de disciplina fiscal, o que gerou grande descontentamento. Surge então, visto como um mercenário financeiro, o fundo de cobertura, que diferente do FMI que investia seu dinheiro por anos o fazia apenas por semanas e até mesmo dias.

Seu idealizador foi Jorge Soros, o primeiro e grande especulador, de acordo com sua teoria os mercados financeiros não são perfeitamente eficientes, e passam por ciclos de altos e baixos. Suas especulações eram principalmente sobre quedas, em 1992 apostou 10 milhões na desvalorização da Libra Esterlina e acertou.

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Após a abalo inesperado do sistema financeiro de Myron Scholes e Robert Merton, idealizadores de uma nova forma de especulação, baseada na matemática quantitativa. Abalo este que levou a desvalorização de 45% da Long Tearm, estes resolveram pedir ajuda a Jorge Soros, que alem de achar esse um investimento muito arriscado, não dispunha do suficiente para tal, e sabia que para salvar a LTCM seria necessária a união de todos os bancos. Temendo que a queda da LTCM deflagrasse um colapso financeiro geral, quatorze bancos reuniram-se para financiá-la.

A motivação do fracasso do Sistema financeiro de Scholes e Merton, além da instabilidade humana, foi o fato de que basearam seus modelos financeiros de risco em dados correspondentes há apenas cinco anos, não levando em conta colapsos financeiros ocorridos há um lapso temporal maior.

Depois de um novo período de estabilidade, presenciado nos primeiros anos do século XXI, surge a dúvida de se será possível que ocorra uma crise como esta novamente. Tal crescimento é